sábado, 8 de janeiro de 2011

Chuvas em Minas Gerais já deixaram 63 cidades em emergência e 16 mortos

As chuvas que caem no Estado de Minas Gerais fizeram 63 municípios decretarem situação de emergência. De acordo com a Defesa Civil estadual, até o sábado (8), morreram 16 pessoas em consequência das chuvas, 13.530 ficaram desalojadas e 2.007 desabrigadas.

Do total de cidades em emergência, 34 estão sob análise da Defesa Civil e18 tiveram pedido de decreto arquivado.

O mau tempo danificou 4.806 casas e destruiu 177. Em diversas cidades as pontes também sofreram danos, 58 delas foram destruídas.

Balanço divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais neste sábado informa que 63 municípios do estado decretaram emergência devido a estragos causados pelas chuvas desde dezembro passado. Os temporais causaram 16 mortes e deixaram 52 feridos. A última morte foi registrada no dia 5 em Santa Rita do Sapucaí, quando uma residência caiu, matando um homem de 38 anos.


Segundo a Defesa Civil de Minas, o tempo continua instável neste sábado com nebulosidade variável e chuva a qualquer hora do dia no Triângulo, Oeste e Sul de Minas Gerais. É esperada chuva forte nas bacias dos rios Verde e Sapucaí.

No Noroeste de Minas, o dia ficará parcialmente nublado com pancada de chuva à tarde. Nas demais áreas o dia ficará parcialmente nublado e há possibilidade de ocorrer pancada de chuva em área isolada.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o dia ficará parcialmente nublado com possibilidade de ocorrer pancada de chuva no período da tarde e noite. A temperatura máxima chega a 27 graus.

Em Tapiraí, no Centro-Oeste, o rio Perdição subiu. Com isso, açudes romperam e deixaram a cidade alagada. Pelo menos dez famílias estão desalojadas. Leia abaixo como está a situação no município e em outros do estado.

Tapiraí
A rodovia que dá acesso à entrada principal da cidade está interditada. Mauro, motorista, ia fazer uma entrega na cidade, mas desistiu. A parte baixa de Tapiraí ficou debaixo d’água. A chuva começou no meio da noite de ontem e seguiu madrugada afora. Segundo a Prefeitura, a situação ficou ainda mais complicada porque açudes de cinco fazendas estouraram.

A enxurrada levou o que tinha pela frente. Arrastou a vegetação. A água chegou a meio metro de altura, colocando os moradores em situação de risco. Uma estação de bombeamento de água ficou encoberta. Toda a zona rural ficou debaixo d’água.

A tromba d’água que saiu dos açudes trouxe muita lama e mato para a cidade. Um trecho de cerca de 400 metros foi danificado impedindo a passagem do trem que vinha de Belo Horizonte carregado de grãos. Cerca de 50 homens da ferrovia trabalham para liberar a passagem. A previsão é de que o serviço demore de três a cinco dias.

Uma casa onde moram dois idosos e um deficiente ficou ilhada. Pela manhã, os vizinhos ajudavam a recuperar os móveis. A aposentada Teresinha Cardoso conta que precisou ser socorrida.

Córrego Danta
A chuva também deixou famílias desabrigadas em Córrego Danta. A força da água derrubou uma ponte.

O córrego que corta a cidade transbordou. A avenida principal, outras ruas e casas ficaram inundadas. Joana Darc, aposentada, perdeu vários eletrodomésticos. Colchões e móveis molharam.

Os sistemas de esgoto e bombeamento da Copasa ficaram submersos. O abastecimento de água está interrompido. A sede do Quartel teve que ser transferida para uma residência. Vários documentos foram perdidos.


A cabeceira de uma ponte cedeu e outra, de madeira, que dá acesso à comunidades rurais, foi arrancada do lugar. “Tive de decretar estado de alerta”, disse o prefeito, Albano Bahia. De acordo com a Copasa, de ontem para hoje choveu 130 milímetros na cidade. Com a chuva forte e intensa, uma casa desabou, mas estava desocupada. Já a família que mora noutra residência próxima, está desabrigada.

A dona de casa Lenir Maria Xavier Pereira ainda está abalada. A água invadiu todos os cômodos e levou algumas paredes. Por pouco ela não foi atingida. “Esta foi a oitava vez que inundou tudo”, desabafa. “Não tenho para onde ir”, acrescenta o autônomo José Afonso Pereira Bolivar.


Os moradores cobram solução. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a obra de restauração de vários trechos da BR-354, inclusive onde fica a ponte citada na reportagem, já foi autorizada e deve ser iniciada em abril.

Presidente Olegário
A chuva constante no estado também causa problemas em Presidente Olegário, no Noroeste de Minas. Moradores de 14 casas tiveram que deixar o local por causa do risco de desabamento.

Celi Batista Rodrigues teve que deixar a casa às pressas. As rachaduras estão por todos os lados. O piso está cedendo e parte do muro caiu. A encosta não suportou a quantidade de água da chuva dos últimos dias e está cedendo em vários pontos.

Como a dona de casa, os moradores de outras 13 casas foram retirados por agentes do Serviço Social da Prefeitura de Presidente Olegário, no Noroeste de Minas. A chuva deu uma trégua, mas quase todas as construções estão condenadas. E ainda existe o risco de desabamento, porque a terra está muito encharcada.

Em algumas ruas o asfalto também está cedendo. O município não tem Defesa Civil. Grávida de sete meses e com dois filhos, Márcia Alves dos Santos está no abrigo que foi improvisado na creche.

Os agentes do Serviço Social estão orientando e cadastrando os moradores, mas alguns ainda insistem e não querem sair.

Uberlândia
Em Uberlândia a chuva da tarde desta sexta-feira (07) alagou ruas e deixou motoristas no prejuízo. Imagens gravadas por um cinegrafista mostram a enxurrada no bairro Lídice. Num trecho da Avenida Getúlio Vargas, o asfalto foi arrancado. Já na Avenida João Pinheiro, no Centro da cidade, a fiação elétrica se rompeu. Alguns semáforos não funcionaram.

No bairro Oswaldo Rezende, o carro de Hedilamar Albino, publicitária, foi arrastado pela água e ela viveu momentos de angústia. O comerciante José Cosme também teve problemas. A força da água arrancou o banco da moto que foi parar dois quarteirões de onde ele estava.

Quem precisa sair de casa, mesmo debaixo de chuva, é preciso ter cuidado.


Motoristas devem ficar atentos para rodovias interditadas por estragos causados pelas chuvas

Os motoristas que forem utilizar estradas estaduais e federais nos próximos dias devem ficar atentos para interdições e desvios feitos devido a estragos causados pelas chuvas, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país.

Em São Paulo, a SP-264, conhecida como Rodovia Francisco José Ayub, está interditada desde a última sexta-feira (7) no quilômetro 132, no município de Salto de Pirapora por causa da queda de uma barreira. O desvio está sendo feito pela SP-079, no sentido Piedade e pela SP-250, no sentido Pilar do Sul.

Na SP-095, em Bragança Paulista, o tráfego está liberado para apenas um veículo por vez, por causa da queda da cabeceira da Ponte do Rio Jaguari. Já na SP-373, em Morro Agudo, a interdição é total, devido a problemas com a estrutura da ponte do Rio Pardo.

No Rio de Janeiro, a única rodovia interditada no momento, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), é a RJ-163, na região do Médio Paraíba, por causa de uma queda de barreira. Ainda há risco de rolamento de pedras na estrada, que liga Itatiaia, Penedo, Capelinha e Visconde de Mauá. A opção é o trajeto pela RJ-161 e RJ-151, que aumenta a viagem em duas horas. A RJ-196, no norte do estado, que estava com o trânsito interrompido por causa do transbordamento do Rio Paraíba do Sul, já está com a situação normalizada.

No Espírito Santo, o trânsito está em meia pista em diversos pontos na ES-261, entre Caldeirão e Itarana. As equipes tentam remover a terra do local, onde houve quedas de barreiras. Na ES-452, entre Santo Antônio e Várzea Alegre, o trânsito está restrito ao acostamento em diversos pontos, também por causa de quedas de barreiras.

O desvio da ES-482, próximo à divisa entre Jerônimo Monteiro e Alegre, foi liberado para a passagem de veículos na última quarta-feira (5). A estrada foi interditada por causa das chuvas, que elevaram o nível do rio e destruíram uma ponte. O trânsito também já foi liberado na ES-164, próximo a Itaguaçu, onde um bueiro rompeu por causa da força da correnteza.

Em Minas Gerais, oito rodovias estaduais estão com o tráfego interrompido por causa de atoleiros e rompimentos de aterros: A LMG-714, entre a BR-040 e Porto Diamante; a MG-170, entre Pimenta e Guapé; a MG-229, entre Senhora do Porto e Dom Joaquim; a MG-326, entre Ponte Nova e Barra Longa; a MG-252, entre São Gonçalo do Pará e a BR-494; a MG-311, entre Itabirinha e Limeira; a MG-418, entre Mantena e a divisa de Minas Gerais e o Espírito Santo.

Fontes: Agência Brasil / O Globo / http://megaminas.globo.com

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