terça-feira, 5 de outubro de 2010

Presente do Dia das Crianças bom não tem de ser o mais caro

Você leva os filhos para passear e, de repente, passam em frente a uma loja de brinquedos. Como toda criança, eles ficam encantados e simplesmente querem todos os carrinhos, as bonecas, os videogames. Logicamente, não dá para atender a esses desejos. "Até porque mais importante que o presente, é a presença dos pais", afirma o educador financeiro Álvaro Modernell, autor de diversos livros dedicados ao público infantil.

Segundo ele, há de se concordar que, em datas especiais, - como o Dia das Crianças que vem aí - já existe uma tradição. "Mas isso não significa que os pais precisam extrapolar o orçamento e comprar algo muito caro", indica.

O ideal, como ele recomenda, é que exista uma conversa que pode, inclusive, definir até quanto será gasto com o presente. E mais: por que não incluir um livro? "É uma maneira de estimular a leitura".

O especialista também afirma que é importante que os pais cultivem hábitos, como o de pesquisar preço, aproveitar promoções e ter consumo responsável (evitando falsificações e escolhendo produtos com selos de qualidade). "Para dar certo, também é importante que os pais não cedam aos caprichos dos filhos, nem caiam em chantagens emocionais deles.

A pedagoga e especialista em educação infantil, Eunice Miguel Pereira, concorda. Além de verificar o orçamento, Eunice que é mãe do Luiz Eduardo, de 3 anos, negocia o brinquedo. "É uma troca, converse muito com ele. Ele tem que entender que nem tudo que ele quer ele pode ter", conta.

Para começar a ensinar ao filho como manter a saúde financeira da família, ela comprou um cofrinho para o filho e o incentiva a guardar seu próprio dinheiro. "Quero que ele entenda, a partir de agora, que as coisas não são fáceis. Que existem regras na sociedade e que temos que aprender a socializar com todo mundo", acrescenta.

E a pedagoga Eunice fala agora como mãe: "nada de substituir a falta de tempo ou a falta de atenção aos filhos por um presente mais caro. É preciso estar presente, participar do crescimento deles e estimular o diálogo", conclui.


De bem com as crianças e com o seu bolso


Economia.Evite brinquedos que demandem gastos posteriores, como os com acessórios, refis e/ou que são à pilha, além de álbuns e coleções

Finanças.

Essa é uma boa oportunidade para abrir uma poupança para seus filhos. Não importa o valor a ser depositado. O que vale é viabilizar uma conta onde elas possam depositar suas economias e esperanças

Espelho.
Exemplos são os melhores instrumentos de educação. Diga não às falsificações, aos brinquedos que estimulam a violência, aos produtos sem selos de certificação da categoria, àqueles que não respeitam a natureza

Leitura.

Inclua livros entre os presentes. Priorize os educativos, mas considere também consultar as crianças sobre o que elas gostariam. O importante é incentivar o hábito da leitura

Educativo.
Estimule jogos que ajudem na socialização, no desenvolvimento e na diversão coletiva. Prepare-se para participar quando convidado. O tradicional Banco Imobiliário é uma ótima opção de jogo para educação financeira

Simplicidade.
Lembre-se que, algumas vezes, as crianças, especialmente as menores, curtem mais as embalagens - caixas, papéis, isopor - do que os brinquedos. Pondere isso antes de comprar brinquedos caros. Alguns mais simples podem agradar muito mais. A criança e o seu bolso ficarão mais felizes


Ela adora bonecas, mas só ganha em dias especiais

Os pais de Maria Eduarda, de 3 anos, sabem bem como lidar com os pedidos da filha. "A gente negocia, explica que não dá para ter tudo, que é preciso escolher entre as várias bonecas que ela quer", explica a mãe, Letícia Guimarães Peyneau, 34. Atualmente, as vontades da filha, como ela mesma conta, são os brinquedos que aparecem na TV, principalmente no canal infantil Discovery Kids. "Ela adora bonecas, e fica encantada com a Barbie", acrescenta Letícia. Ela e o pai, Richardson Moraes Camilo, 34, esperam dias especiais, como o Dia das Crianças, para dar presentes e sempre explicam a questão do valor e do preço das coisas.


A GAZETA - Tatiana Wuo

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