sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Crime “mais que imperfeito”. Mulher de Colatinense assassinado em Maceió acusa sócio da vítima

Acusada de envolvimento na morte do próprio marido, Hornella Libard prestou depoimento em Alagoas nesta sexta-feira
gazeta online

foto: Adelaide Nogueira / Gazeta Web
Hornella Libard nega ter matado marido e
acusa sócio de ter cometido crime

Hornella Libard nega ter matado marido e acusa sócio de ter cometido crime

Acusada de envolvimento na morte do próprio marido, o empresário capixaba Luiz Fernando Mattedi Tomazi, Hornella Giurizatto Libard, 33 anos, negou ter sido autora do crime em depoimento à polícia de Alagoas nesta sexta-feira (22).

De acordo com reportagem publicada pelo portal Gazeta Web, Hornella acusou o sócio de Luiz Fernando, Emerson Leão Colgo, que também já está preso. Luiz Fernando foi assassinado no dia 14 de setembro, em Maceió, dentro de seu veículo. A acusada estava ao lado dele no momento do crime.

"Não tive nenhuma participação no crime contra meu marido. Como eu iria matar uma pessoa tão boa para mim? Tenho uma filha de oito anos que está muito triste com tudo isso", depôs. "Para se ter ideia de como ele era bom para mim: eu fazia minha unha duas vezes por semana, o shampoo do meu cabelo custava R$ 100", argumentou, negando que estivesse passando por dificuldades financeiras. "Na casa em que estávamos morando, em Garça Torta, foi pago o aluguel de um ano de uma só vez, sendo R$ 1800 por mês", afirmou.

Quanto à denúncia de Hornella contra o empresário, com base na Lei Maria da Penha, ela rebateu: "em nenhum momento ele me agrediu fisicamente, apenas uma agressão verbal. Mas depois nos entendemos e eu retirei a queixa", relatou. Hornella e Luiz Fernando ficaram separados por cerca de dois anos, período em que a acusada teve um relacionamento com um locutor de rádio, identificado como "Rique Bahia".

A acusada alegou que, ao reatar com Fernando, há menos de um ano, a vítima já sabia que houve o relacionamento anterior. "Nunca o traí e eu não queria matar ele para viver com outra pessoa, e ficar com o dinheiro dele, como estão acusando", afirmou. Segundo Hornella, o empresário não deixou nenhum valor em herança, além de um seguro de vida destinado à mãe dele no valor de R$ 60 mil.

O delegado Waldor Coimbra confirmou que, até o momento, cinco pessoas foram presas, sob mandado do juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal. Entre as detidas, a acusada de tráfico identificada como "Neidinha" afirmou ter ouvido Hornella dizer que o marido havia viajado dias antes para vender um caminhão, e que tinha gasto o valor, de modo que não sabia o que fazer quando ele soubesse.

Coimbra contou, ainda, que uma secretária identificada como "Gal", que trabalha na residência da vítima e da acusada, disse ter visto Hornella machucando comprimidos e colocando no chá que seria tomado por Fernando. Ainda segundo o delegado, houve um arrombamento na casa dias antes o crime. Na próxima semana, haverá uma acariação entre todos e, em seguida, a reconstituição do crime.

Advogado de Emerson nega crime

O advogado do sócio da vítima, Marcelo Côgo, sustenta que não teria condições do acusado ter cometido o crime por motivos passionais, ou por ter um caso com Hornella - suspeita levantada pela Polícia. Além de advogado, ele é irmão de Emerson Leão Côgo. "Estou seguro quanto à inocência do meu irmão. Ele nunca teve um caso com Hornella, porque é homossexual, e é amigo de longa data de Luiz Fernando", relatou, informando que não iria rebater contra Hornella 'na mesma moeda'.

"Tudo vai estar fundamentado na instrução do inquérito que corre no 9º Distrito Policial. Sei que Hornella está criando essa situação de culpar Emerson para que ela se livre, mas ele jamais faria isso e tudo será devidamente indicado no inquérito policial", disse o advogado.


A história do crime “mais que imperfeito” (por Paulino Vergetti)

Luiz Fernando Mattedi veio para Maceió temendo ser
morto no Espírito Santo (Foto: Reprodução)
No final da tarde do dia 14 de setembro, uma terça-feira, a capixaba Hornella Giurizatto Libard, de 33 anos, deu um chá de camomila [com o ansiolítico Rivotril] ao marido, o empresário do ramo de torrefação de café Luiz Fernando Mattedi Tomazi, de 41 anos. Pouco tempo depois, quando o medicamento já fazia efeito, a mulher o convidou para ir ao encontro de “duas pessoas” que iriam lhe vender uma arma de fogo.

Em Maceió, ele tinha uma pistola que sumiu misteriosamente e, como andava com medo de ser emboscado, o empresário capixaba sempre andava armado. Por isso, ele concordou em ir comprar uma arma e, por não estar se sentindo bem, pediu para a esposa dirigir o carro [o veículo Citröen prata de placa MRA-6383/Colatina-ES].


Ao marido, a mulher contou que iria encontrar as “duas pessoas” numa região erma, na entrada da Grota do Pau d´Arco, no Jacintinho. E assim foi feito. A mulher dirigia o carro do casal de Garça Torta até o local combinado e, entre as 19h e as 19h30, foi até uma pequena estrada de barro bem acidentada, que fica nas proximidades do acesso ao Restaurante Buganvillia, para quem faz o percurso Farol/Praias.

Já na estrada de barro, Hornella parou o carro e, pelas das portas traseiras do veículo, entrou cada um dos criminosos. Pelo lado esquerdo entrou um jovem bandido conhecido como “Binho” [único da trama que ainda não foi preso] e pela direita, Marquinhos [Marcos Paulo da Silva]. Os dois seriam as pessoas que iriam “vender a arma”.

Era assim que Luiz Fernando estava entendendo a história e, por isso, não se preocupou com os dois rapazes. Devido ao relaxamento do corpo, cruzou a perna direita sobre a esquerda, recostou-se ao banco do carro como se fosse cochilar.

De tão “cansado”, ele mal respondeu ao falso cumprimento de “opa!”, feito por Marquinhos, que ficou bem atrás do seu banco. Em dado momento, houve um silêncio sepulcral dentro do carro, que estava estrategicamente, com os vidros fechados. Hornella seguiu dirigindo em marcha bem lenta e, de repente, ouviu-se um estampido seco de um disparo de arma de fogo. Marquinhos foi quem fez o disparo fatal na cabeça de Luiz Fernando que, por estar preso ao cinto de segurança, não caiu com o impacto do tiro.


Como ele estava quando vivo e cansado, ficou já morto e inerte. Em seguida, os dois saíram correndo do carro, Marquinhos [alto e magro] foi visto por uma testemunha correndo com a arma na mão.

Enquanto isso, Hornella tirava a aliança de casamento que foi usada como parte do pagamento pela encomenda da morte do marido. Depois, saiu do carro e sentou-se numa pedra, para esperar a polícia a quem contou que ela e o marido foram vítimas de um sequestro seguido de assassinato de Luiz Fernando.

Àquele momento, nem o mais recruta policial militar acreditou na versão. Mas faltavam as provas e elas vieram poucos dias depois, com o esclarecimento e a prisão de quase todos os envolvidos.

Assim será o relatório do delegado Waldor Coimbra Lou, do 9º Distrito, que preside o inquérito de Nº 233/2010, que trata do assassinato do empresário capixaba Luiz Fernando Mattedi Tomazi, ocorrido no último dia 14 de setembro, no Jacintinho. No entanto, a motivação para o crime ainda não está devidamente identificada.

Fala-se em traição, uma vez que há informações de que Hornella tinha um caso amoroso. Também se admite a possibilidade de um crime movido apenas pela ambição da mulher que queria se ver livre do marido, amoroso, mas chato e grosso ao mesmo tempo. Pode haver outra motivação, mas ela ainda não veio aos autos do inquérito. [Fonte: O Jornal de Alagoas - Autor: Paulino Vergetti]

Um comentário:

  1. cadeia nela foi ela a autora do crime Hornela a casa caiu ... a Policinha não é tao boba como diria

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