- No Brasil, faremos uma notificação a todos para que evitem passar e que tenham consciência dos riscos enormes que tem esta tentativa - afirmou ao "El Universal" o embaixador brasileiro, Sergio Augusto de Abreu e Lima.
Agentes de imigração mexicanos resgataram este ano 2.750 imigrantes, alguns perdidos no deserto e outros mantidos reféns por organizações criminosas, disse na sexta-feira a comissária de imigração mexicana, Cecilia Romero. De acordo com ela, no estado de Tamaulipas, onde aconteceu a chacina, 812 imigrantes foram sequestrados por gangues ligadas ao tráfico de drogas. Muitos imigrantes relatam que foram forçados a trabalharem como traficantes.
Corpos identificados seriam únicos com documentos
Segundo o vice-chanceler de Honduras, Alden Rivera, as 31 vítimas do massacre identificadas até o momento eram as únicas que tinham documentos com elas. Investigadores estão coletando DNA dos outros mortos, mas Rivera afirmou que pode ser difícil identificar muitos outros. O processo de repatriação dos corpos de brasileiros que estejam entre as vítimas deve demorar pelo menos duas semanas .
A ONU condenou a chacina, classificada como um "terrível assassinato". Segundo a organização, o México é país de trânsito para cerca de 400 mil pessoas por ano, que enfrentam cada vez mais perigos na passagem para os EUA.
México oferece visto a sobrevivente
O governo mexicano ofereceu na sexta-feira um visto humanitário para o único sobrevivente da chacina, o equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, que ainda não havia decidido se aceitaria. A comissária de imigração mexicana assegurou que a maioria das vítimas de violência rejeita a oferta e prefere voltar a seu país.
(Explosões e desaparecimento de investigador deixam estado em alerta)
O agente do Ministério Público que investigava a chacina em Tamaulipas e chegou a ser dado como morto pelo presidente mexicano, Felipe Calderón, continua desaparecido, segundo autoridades. Pais de vítimas da chacina disseram ter recebido ligações pedindo dinheiro pela libertação dos filhos antes da descoberta dos 72 corpos.
Crise afeta brasileiros que vivem no exterior
Muitos brasileiros que moram fora querem volta
Nestes tempos de crise global, qual será a expectativa do trabalhador brasileiro com relação ao futuro do país?
A pedido da Fiesp, o Ibope ouviu em São Paulo mais de 800 trabalhadores da indústria e da construção civil, entre os dias 20 e 25 de janeiro. O resultado, que a gente conseguiu com exclusividade, mostra até um certo otimismo diante da crise.
35% dos trabalhadores ouvidos acreditam que a situação econômica do Brasil vai ficar melhor. 43% acham que ficará igual e apenas 22% acreditam que a economia brasileira vai piorar.
A pesquisa Fiesp-Ibope revela também que 27% dos trabalhadores não têm medo de ser afetados pela crise. 46% têm um pouco de medo e 28% têm muito medo.
A crise mundial ajudou a produzir um recorde no Brasil: quase 655 mil trabalhadores com carteira assinada perderam o emprego em dezembro passado, segundo o Ministério do Trabalho. Foi o pior resultado dos últimos dez anos.
E a crise não poderia deixar de afetar também os brasileiros que vivem no exterior. Muitos já estão arrumando as malas para voltar pra casa.
A economia mundial vai crescer só 0,5% este ano, o menor índice desde 1945 e 51 milhões de pessoas vão perder o emprego, levando para 230 milhões o número de desempregados em todo o planeta.
No Japão, a taxa de desemprego subiu para 3,9% em novembro. Hoje existem 280 mil brasileiros vivendo no país. De cada dez, três não têm emprego.
Em Tókio, todo domingo agora é assim, muitos protestos pela rua.
“Quero ver se arrumamos emprego aí para todo mundo né?”, diz homem que participa da passeata.
Eles são de origens e idades diferentes. Descendentes ou não de japoneses, protestam contra o desemprego e a discriminação.
“Os primeiros a serem demitidos são os brasileiros, são os estrangeiros que estão nesta situação”, conta o estudante de relações internacionais Menandro Gomes, estudante.
Eles gritam por solidariedade.
“A gente tem que ser unir mesmo em prol de nós mesmos e mostrar para a sociedade japonesa que a gente existe, entendeu? Que gente não é só uma sombra do sucesso da economia deles”, protesta MC Beto, músico.
Em Okasaki, a 250 quilômetros de Tóquio, os brasileiros são metade da população de 10 mil estrangeiros. No local, a dona de um hotel desativado abre as portas para 25 famílias de brasileiros desempregados.
“Se fosse eu e meu marido, a gente ser virava né? Mas com criança é muito difícil.”, conta Luciana Matsuda.
Os moradores doam cobertores, roupas e alimentos. O abrigo é chamado de ‘sonho e esperança’.
“E agora, mais do que nunca, tem tanta gente desempregada, passando fome, gente brasileira que nem a gente né? Acho que é hora de ajudar”, diz Célia Miyashiro, voluntária.
Na comunidade europeia, o desemprego em dezembro é o maior desde 2006: 8%. No Reino Unido deve atingir três milhões de pessoas este ano. Muitas delas, brasileiras.
Gente como Marcos Teixeira, de 31 anos, que acaba de perder o emprego em um restaurante e vive um dilema. “Cada vez que eu pego um jornal e eu vou procurar trabalho, só vê empresa falindo ou fechando, então está bem complicado. Eu vou para o Brasil agora relaxar um pouco e pensar bem o que é que eu vou fazer da minha vida, do meu futuro”, lamenta Marcos.
Na Espanha, o desemprego de 14,4% é recorde na Europa.
Fabio Doloveti, de 27 anos, tem saudades da época em que chegou de São Paulo, há três anos. “Cheguei ilegal, sem papeis. Com cinco dias que eu estava na Espanha eu consegui arrumar trabalho em um restaurante brasileiro e aquela época era muito fácil achar serviço. Você botava anuncio no jornal e no outro dia você já estava empregado”, conta.
Com a mulher grávida, ele não sabe até quando vai aguentar sem trabalho em Madri. “Não sei o que vou fazer, se eu vou embora. A situação no Brasil deve estar bem melhor do que aqui. Lá, você está sem emprego, mas pelo menos está do lado da família”.
Nos Estados Unidos, o desemprego está em 7,2%. Só em dezembro, 2,5 milhões de pessoas perderam emprego.
Em Nova Iorque, duas amigas brasileiras já decidiram: vão voltar para casa. “Estou indo para São Leopoldo. É hora de ir embora. Agüentar o frio aqui sem uma perspectiva financeira não vale, é melhor ir para casa”, conta Natália Martins, desempregada.
Sem as gorjetas dos bons tempos, Natalia Martins desistiu do emprego de recepcionista em um hotel e já providenciou a mudança. Volta nesta segunda feira (2) e deixa um conselho para quem ainda pensa em tentar uma vida melhor no exterior: “Vir para cá para aprender inglês vale a pena, mas vir para cá para fazer dinheiro não vale mais a pena”, aconselha Natália.
A paulistana Luciana Peralta, produtora de eventos, também já marcou a volta para este mês. “A qualidade de vida no Brasil é muito melhor do que a qualidade de vida que a gente está tendo aqui sem o retorno financeiro”, afirma Luciana Peralta, desempregada.
Para as duas amigas, Nova Iorque vai ficar na memória como um sonho americano que acaba em decepção.
De volta ao Japão, outro drama. Uma menina de 9 anos, que vivia em Nagano, estar para voltar para casa com a mãe sem saber falar uma palavra de português.
“O Japão tem muitas coisas legais, nós vivemos felizes”, diz Hanielle Sekine.
“Acho que ela vai ter essa dificuldade, de amizade, a origem, o idioma”, afirma Sigeko Sekine, mãe de Hanielle.
A tia, que fica no Japão, já está morrendo de fica com saudade. “Dor, muita dor, vendo assim”, diz Tieko Sato, tia de Hanielle.
Depois de Tóquio, Nagoya entra na luta dos brasileiros contra o desemprego. Na cidade, coração da indústria automobilística japonesa, onde vivem 70 mil brasileiros, 1.500 saíram, hoje, em passeata para espantar a crise.
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