quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Relacionamento Amoroso: Não ter ciúme é ingenuidade

O namoro e a conquista têm que ser diários. O excesso de ciúmes pode levar a relação para o fundo do poço. Saiba como controlar seus impulsos e tenha uma vida a dois pra lá de saudável.

Cumprimentar é normal, principalmente quando o amigo (a) se lembra que existe um namorado (a) ao lado, mas esta história de encostar demais, falar ao pé do ouvido e ficar de chamego irrita o companheiro. Se pintar um ex na situação, piora tudo - ninguém gosta de ouvir namorado falar de ex, por favor.

Roupa curta, homem em volta, olhar para mulher bonita, motivos não faltam para os ciumentos mostrarem as 'garras'. Mas até que ponto sentir ciúmes é saudável? Vira doença? Como ter o equilíbrio na relação? Conheça as histórias de quem aprendeu muito e de quem já cortou um dobrado com o problema.

"As mulheres perdoam com mais facilidade e têm ciúme se a relação envolver sentimento. O que importa para elas é a afetividade. Já o homem não perdoa traição. Ele tem ciúme quando está em risco a questão sexual", afirma o professor do Curso de Psicologia da Ufes Elizeu Bortoli.

A psicóloga e terapeuta familiar Adriana Müller alerta para quando o sentimento nos faz querer controlar o outro, fazer do parceiro um instrumento da nossa vontade e culpabilizá-lo por coisas que acontecem na nossa vida. "Se deixarmos de olhar com olhos amorosos e passarmos a ver o outro com desconfiança, raiva e posse é hora de procurar ajuda de um especialista. O amor não merece tanto sofrimento!", destaca.


O casal Rafael Sobrinho e Ana Lilia Colodetti, ambos de 19 anos de idade, convivem com o ciúme que já rendeu algumas cenas. "A gente se conheceu logo depois que cheguei de uma viagem de intercâmbio. Antes de começarmos a namorar, ele ficou com uma amiga minha. Então, ficou um clima estranho. Já brigamos feio no 'rock' - barraco mesmo", lembra Ana.

Eles estão há dois anos juntos, mas entre idas e vindas. "Toda vez que a gente terminava ele tinha mania de ficar se mostrando no rock, aí quando voltamos a falar da época de solteiro, sai de baixo", recorda. A grande questão é que os dois se gostam muito. Segundo amigos próximos, as brigas chegam a ser engraçadas, mas eles se completam, atestam os que convivem com o casal.

Lado positivo

De acordo com o autor do livro 'Relacionamento Amoroso: Como Encontrar sua Metade Ideal e Cuidar dela' e professor do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo, Ailton Amélio da Silva, o ciúme é uma reação natural da nossa espécie.

"Você não precisa se sentir culpado. Tem gente mais ciumenta do que outras. As pessoas são diferentes. Dentro de uma amplitude o ciúme é natural, só não é quando é desproporcional aos riscos, ou seja, tem gente com ciúmes de algo muito pequeno. Começa a restringir o outro, evoca brigas continuadas, isso é ruim. Mas quando tem pistas, muitas vezes, ele é procedente e o parceiro está traindo. O excesso não é bom, mas não ter ciúme é ingenuidade", salienta o psicólogo.
Para a terapeuta Adriana Müller o ciúme é uma manifestação da insegurança, mas ele pode ser considerado saudável quando serve para que a pessoa avalie melhor a sua conduta no relacionamento. "Será que estou agindo da melhor forma? Estou fazendo com o outro o que eu gostaria que ele fizesse comigo?", indica a terapeuta.

Eles mudaram de vida e o ciúme ficou no passado


"Nosso casamento está show! E a cada dia queremos melhorar mais", afirma Rodrigo
Eles eram amigos e, de uma para outra, começaram a se olhar de maneira diferente. "No início não sentia ele como namorado, mas a amizade se transformou em amor. Eu era ciumenta, mas bem menos do que depois do casamento", conta Camila Calmon Lascosque. O namoro durou dois anos e veio o matrimônio. "Começamos a ter muitos problemas. Quando se é namorado, você briga e cada um fica na sua casa. Morando juntos tínhamos que resolver antes de ir dormir. Foi difícil para a gente. Ele queria continuar como se fosse solteiro, isso fez meu ciúme aumentar", relata Camila.

Ela chegou ao ponto de ligar 20 vezes por dia para o marido e ir atrás dele no trabalho quando demorava a chegar. "Hoje vejo que era uma doença. Não fazia bem para mim. O ciúme me fazia mal, mas eu não percebia. Achava normal, mas nenhum homem gosta de ser controlado", reconhece.

Camila engordou muito e, com o passar do tempo, um já não olhava mais para o outro devido ao ciúme doentio por parte dela. "Uma vez ele me disse que não sentia nada por mim. Agora estou normal, mas tive muitas perdas para acordar. Muitas pessoas me ajudaram e Deus principalmente. Rodrigo não acreditava em nada e nem ia à igreja. Começamos a fazer o curso 'Casados para Sempre' e aprendemos demais", afirma Camila.

Atualmente, os dois cuidam um do outro e passaram a entender o significado do casamento. "Eu sou chocólatra e ele para me agradar sempre traz um bombom. Fala que me quer bonita, gostosa e até me incentivou a voltar a malhar com um profissional. O namoro é constante", comemora.

Rodrigo Lascosque também reconhece que precisava ouvir mais Camila. "Antes eu tomava as atitudes sozinho, não dividia com ela. Passamos a ter diálogo no nosso relacionamento e mesmo que a opinião dela seja diferente, eu a escuto. Parei de beber há um ano, não era de 'entornar', mas parei. Nosso casamento está show! E a cada dia queremos melhorar mais. Deus tem trabalhando na gente. Temos problemas, mas conversarmos para juntos superá-los", afirma Rodrigo.

E o ciúme? "Eu mudei. Aprendi que preciso confiar no meu marido", ressalta a esposa Camila. "Eu sempre fui desencanado. Não vejo nada de legal no ciúme. Tenho cuidado com meus familiares, mas existem outras maneiras de demonstrar o amor", avalia Rodrigo.

O casal comemorou seis anos de casados no último sábado, dia 30, e no Dia dos Namorados devem jantar com os amigos. E eles fazem questão de lembrar que o namoro e a conquista são diários.



 (Laila Magesk - Da  GAZETAONLINE)

Um comentário:

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