Os homens não são apenas mais perigosos como motoristas, mas também mais propensos a se machucar como pedestres
Considere essas situações hipotéticas e identifique o motorista: homem ou mulher?
1. Você precisa chegar a um lugar rapidamente e tem poucas inibições sobre dispersar os pedestres como pombos, buzinando e reclamando com qualquer um que ouse desafiar sua propriedade sobre a rua.
2. Você precisa chegar a algum lugar em um período razoável de tempo, sem assustar ninguém dentro ou fora do carro, e sem fazer as crianças vomitarem no banco de trás.
Se você respondeu homem para o número 1 e mulher para o número 2, comprou um estereótipo, o tipo de generalização que faz pessoas de mente aberta se enroscar. E, no entanto, estatisticamente falando, você pode ter ido direto ao ponto.
Entre as várias conclusões de um estudo sobre o trânsito de Nova York divulgado nesta segunda-feira, 80% dos acidentes nos últimos cinco anos nos quais pedestres ficaram gravemente feridos ou morreram envolviam homens ao volante. "O desequilíbrio é grande demais para ser explicado pela predominância de motoristas homens em ônibus, táxis e caminhões de entrega", diz Seth Solomonow, porta-voz do Departamento de Transportes da cidade.
A estatística coloca para escanteio, para o bem, a questão de Marte versus Vênus sobre quem é melhor no volante e confirma o que as companhias de seguro e 52% da cidade já sabem há muito tempo, segundo uma pesquisa da American Community Survey. "Tem a ver com nossos instintos maternais", afirma Amy Forgione, 35 anos, motorista há 19. Os homens, para ela, se sentem acima das regras. "Eles acham que têm o controle, que são donos da rua." Quando está ao lado do marido no carro, disse Amy, ela afivela o cinto de segurança e prende a respiração.
Agressividade — Cientistas sociais e especialistas em segurança de trânsito dizem que a propensão do homem à agressividade e ao risco, alimentada pela testosterona, é a culpada. Os homens, dizem os especialistas, são mais propensos a usar drogas ou beber quando estão ao volante, a evitar o cinto de segurança e a correr mais.
Colisões envolvendo motoristas do sexo masculino tendem a ser mais severas do que as que envolvem mulheres, mostram as pesquisas. (Alguns estudos revelam que a diferença em assumir riscos no trânsito entre homens e mulheres está diminuindo, mas ainda é significativa.)
No entanto, enquanto parece que Nova York encontrou uma forma de destruir o velho estereótipo, os homens ainda podem saber mais sobre carros e como lidar com eles, sugere Anne McCartt, vice-presidente de pesquisa do Insurance Institute for Highway Safety.
A elevada porcentagem de colisões entre os homens pode estar distorcida porque eles respondem por 61% dos quilômetros percorridos no país, embora a diferença esteja diminuindo, revelam estatísticas das rodovias federais. "Mais tempo dirigindo aumenta tanto a competência do condutor quanto o risco de se envolver em um acidente", diz Anne.
"Parte do que é confuso quando se fala de diferenças entre homens e mulheres é a habilidade de dirigir e assumir riscos", afirma McCartt. A questão principal, diz ela, é que "os comportamentos de direção perigosa são um pedaço maior do bolo em comparação com a habilidade", no que diz respeito a acidentes graves. "É incontestável que os homens assumem mais riscos quando estão ao volante."
Pedestres em perigo — Os machos da espécie não são apenas mais perigosos como motoristas, também são mais propensos a se machucar nas calçadas, descobriu o estudo nova-iorquino. Mais homens que mulheres foram mortos ou feridos como pedestres, em todas as faixas etárias, exceto entre os maiores de 64 anos (talvez porque as mulheres vivam mais). Meninos entre 5 e 17 anos ficaram em primeiro lugar absoluto entre pedestres mortos ou gravemente feridos, com 785 ocorrências, o dobro do número de meninas da mesma idade, embora os idosos sejam mais vulneráveis em termos de porcentagem da população.
As estatísticas de Nova York ecoam números nacionais nos quais os acidentes fatais em relação ao número de quilômetros rodados é 50% maior para motoristas do sexo masculino. "Esses padrões estabelecem uma espécie de princípios", diz Tom Vanderbilt, autor do livro Por que dirigimos assim? (E o que isso diz sobre nós). "Você vê muito mais garotos morrendo no trânsito". Em parte, isso ocorre por que rapazes tem mais liberdade de vagar por aí e culturalmente costumam assumir mais riscos. "Esse padrão é definido cedo, mas segue por todos os estágios da vida, incluindo a condução de carros", explica Vanderbilt.
Ciência - Notícia - VEJA.com
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