Uma ação trabalhista que teria indenizado o universitário Ennio Rodrigues Júnior, 26 anos, assassinado no ponto de ônibus de Araçás, Vila Velha, na manhã desta terça-feira (27) pode ter sido o motivo da morte do rapaz. A informação surgiu de um policial militar que atendeu a ocorrência às margens da Rodovia Darly Santos. Familiares não deram declarações a respeito da informação, passada por um dos parentes ao militar. O pai do estudante, que viu o filho ser executado, preferiu não falar sobre o assunto.
A mesma informação foi passada ao delegado José Lopes Pereira que investigará o caso. "Essa informação chegou para mim. Isso será investigado, assim como qualquer outra informação que surgir. Na verdade as investigações começaram agora e a polícia não descarta nenhuma possibilidade", declarou Lopes.
O inquérito terá prazo de 30 dias, prorrogáveis por outros 30 se for necessário. Segundo a informação do policial que conversou com um dos parentes, a ação trabalhista resultou em uma suposta indenização de R$ 9 mil. O valor não foi confirmado pelo delegado José Lopes.
A informação de familiares da vítima é de que o jovem começou a trabalhar em uma loja de móveis e eletrodomésticos, logo depois de sair de outro emprego em uma loja de venda de peças de veículos. O motivo da saída do rapaz deste emprego e em que condições isso ocorreu não foram revelados.
Segundo o delegado, uma pessoa, que não terá a identidade revelada, foi ouvida nesta terça. A expectativa é de que novas testemunhas sejam ouvidas nesta quarta-feira (28).
Videomonitoramento
A câmera de videomonitoramento instalada na fachada de uma empresa, em frente ao ponto de ônibus onde Ennio Rodrigues foi assassinado, não ajudou a polícia a identificar os autores do crime.
"As imagens foram analisadas, preliminarmente, antes de serem anexas ao inquérito, mas não ajudaram muito. Conseguimos identificar a movimentação no outro lado da rodovia, a chegada da moto em frente ao ponto e o momento do assassinato, mas tudo aparece na forma de vultos", disse o delegado.
Outro fator que dificultará a identificação dos criminosos é o fato do piloto e o atirador estarem com blusas grossas e largas, além de capacetes com viseira negras - que impossibilitam ver o rosto dos ocupantes da motocicleta. Na noite desta terça, o corpo de Ennio Rodrigues começou a ser velado na Igreja Batista de Araçás, após a chegada do caixão às 18h. O corpo do estudante será enterrado no jazigo da família, onde estão os restos mortais da mãe de Ennio, falecida em 2004. O enterro deve ocorrer antes do meio-dia desta quarta-feira.
Sonho de empreendedorismo
O pai da vítima, o metalúrgico aposentado Enio Rodrigues, 63 anos, contou à nossa equipe de reportagem que iria abrir uma loja junto com o filho até meados de 2011. "Seria uma loja de peças de veículos, porque ele já trabalhou com isso e era muito caprichoso com o carro. Já tínhamos o terreno e até com a construção erguida", disse na noite desta terça-feira.
PAULO ROGÉRIO - GAZETA ONLINE

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