segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Descoberta de água em rochas lunares por pesquisadores da Universidade de Michigan contradiz atual modelo de formação da Lua.

Cientistas anunciam descoberta de água em rochas lunares

Rocha lunar coletada na missão Apollo 14
Os resultados da pesquisa norte-americana foram publicados ontem na edição online da revista científica "Nature Geoscience"


Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, detectaram traços de água em amostras de rocha lunar obtidas das missões Apolo. Os resultados, publicados ontem na edição online da revista científica "Nature Geoscience", indicam que a Lua em seu início tinha presença de água que não foi substancialmente perdida durante a sua formação.

Esse não é o primeiro anúncio do gênero, mas, neste caso, os achados contradizem a teoria predominante sobre a formação lunar, que diz que a Lua foi formada por fragmentos gerados a partir de um choque entre a Terra e outro corpo planetário.


"É uma descoberta difícil de explicar considerando o atual modelo de formação da Lua", disse Youxue Zhang, um dos autores da pesquisa. "Sob esse modelo a água deveria ter sido praticamente eliminada." Ao longo dos últimos cinco anos, observações espaciais e novas medidas em laboratório de amostras lunares da Apolo derrubaram a antiga crença de que a Lua é um corpo árido. Em 2008, análises em vidros vulcânicos lunares detectaram hidroxila, uma substrutura da molécula de água. Em 2009, uma sonda lunar da Nasa arremeteu contra uma cratera lunar permanentemente sombreada e o material ejetado era surpreendentemente rico em água. Zhang disse que a maior surpresa do trabalho foi que mesmo em rochas lunares que não se esperava encontrar nada, algum conteúdo de água foi encontrado.

 "Não foi água 'líquida' que conseguimos detectar neste estudo, mas grupos hidroxilas distribuídos dentro de grãos minerais", disse Hejiu Hui, também autor do artigo.

Os grupos hidroxila detectados pelo time de pesquisadores são evidências de que o interior da Lua continha quantidade significativa de água durante o seu estágio inicial de formação, antes da crosta se solidificar, e pode ter desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de basaltos lunares.

"A presença de água pode implicar uma solidificação mais prolongada do oceano de magma lunar do que sugerem os cenários baseados no modelo vigente", disse Hui.

Cientista diz que chances de vida em Marte são remotas

"As chances de nos depararmos com uma rocha em Marte e encontrarmos substâncias orgânicas são quase inexistentes." Com esta frase, John Grotzinger, o cientista-chefe da missão do jipe-robô Curiosity em Marte expôs hoje sua expectativa para uma das metas do projeto.

Grotzinger chegou hoje a Boston para o encontro da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência) questionado sobre se a Nasa já teria resultados positivos comprovando que o planeta teria sido habitável no passado. É a segunda vez em menos de seis meses que esse tipo rumor circula, e Grotzinger adotou no congresso uma postura mais cautelosa do que aquela com que a Nasa costuma divulgar a missão.

Questionado por jornalistas sobre se a agência espacial está segurando informação do público, o cientista negou.
"As expectativas de todos estão extremamente altas para coisas que só descobriríamos sob as mais extraordinárias condições", disse. "Nós adoraríamos encontrar substâncias orgânicas em Marte. Mas a verdade é que, mesmo num planeta com água como o nosso, que teve vida no passado, ela quase nunca é preservada por longo tempo."

Segundo o cientista do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa), a meta mais geral da missão não sofre nada com o reconhecimento de que substâncias orgânicas são difíceis de achar, pois há outras maneiras de buscar indícios de condições favoráveis à vida em Marte.
"Estamos procurando sinais de água e substâncias que digam algo sobre qual fonte de energia poderia ter sido usada por microorganismos no planeta caso eles tenham existido."

Os geólogos da missão identificaram no início do mês uma rocha que aparenta ter interagido com água no passado e começaram a usar a broca do jipe para fazer a primeira operação de perfuração.

A poeira resultante do processo deverá então ser recolhida pela pá do Curiosity e levada até uma peneira interna que serve para preparar amostras.
É possível que algum resultado sobre essa primeira análise saia antes de abril.


(Folha de São Paulo e Folhapress)

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