terça-feira, 8 de maio de 2012

Suspeito de degolar 7 na chacina de Doverlândia é calmo, diz psicólogo

Psicólogo começa a traçar perfil de suspeito de chacina: 'muito calmo' Jovem de 22 anos confessou ter matado setes pessoas em Doverlândia, GO.
Polícia Civil encomendou o perfil psicológico para ajudar nas investigações.

Convidado pela delegada-geral da Polícia Civil em Goiás, Adriana Accorsi, o psicólogo Leonardo Faria começou a traçar o perfil de Aparecido Souza Alves, 22 anos, principal suspeito da chacina de Doverlândia (GO), na qual sete pessoas foram degoladas no dia 28 de abril. “Ele é uma pessoa muito calma e muito centrada", define o psicólogo, que atua na área criminalística há nove anos.

Ele afirma que a tranquilidade do jovem surpreende. "Ele é muito objetivo nas respostas e muito calmo. Então, quando a gente olha o que aconteceu no local do crime e olha aquela pessoa ali na frente, fica até estranho perceber como uma pessoa calma e centrada, dessa forma, poderia ter cometido uma atrocidade dessas”, observa.

Para Leonardo, as respostas podem estar nos primeiros anos da infância. "A história de vida do sujeito até os dez, doze anos é importantíssima para a gente analisar se ele já vinha trazendo lá de trás uma característica ou um traço que iria levá-lo a um transtorno de psicopatia em fase adulta”, avalia o psicólogo.

Para concluir o perfil psicológico, vão ser necessárias mais duas sessões, com cinco horas ao todo. O trabalho poderá ajudar a polícia a entender melhor o crime. Uma das principais perguntas a serem respondidas é se um homem jovem, de 22 anos, saudável, sem antecedentes criminais graves seria capaz de matar o dono de uma fazenda, o filho dele, o caseiro e dois casais que iam visitar o fazendeiro. Todas as sete pessoas foram mortas com facadas no pescoço.

Outros casos

Outros casos registrados em Goiás também surpreenderam pela frieza dos assassinos. O artesão José Vicente Matias, o Corumbá, foi julgado e condenado em 2008 pelo assassinato de seis mulheres. Em um dos casos, ele também praticou canibalismo.

Em 2008, Mohammed D'ali Carvalho matou e esquartejou a inglesa Cara Burke. Ele foi condenado a 21 anos de prisão. O pedreiro e ex-presidiário Admar de Jesus, viúvo, de 40 anos, que havia sido condenado por violentar menores se enforcou depois de voltar a ser preso suspeito da morte de seis jovens em Luziânia.

Infância Para cada um desses casos, houve uma história, um motivo diferente. Mas a pergunta é: o que há em comum na personalidade de quem comete crimes em série ou chacinas? Segundo Leonardo Faria, a resposta, geralmente, está na vida, desde a infância. De acordo com informações divulgadas pela polícia, o suspeito fazia pequenos trabalhos para sobreviver, geralmente, como garçom. Estudou somente até a sexta série do ensino fundamental.

Reconstituição
A Polícia Civil de Goiás retoma, na manhã desta terça-feira (8), a reconstituição da chacina em Doverlândia. O superintendente da Polícia Judiciária em Goiás, o delegado Antônio Gonçalves, e o delegado de Doverlândia, Vinícius da Silva, vão conduzir o segundo dia dos trabalhos de reprodução simulada dos fatos.

Na primeira parte da reconstituição, realizada na última quinta-feira (3) com a coordenação da delegada-geral de Polícia Civil, Adriana Accorsi, os investigadores teatralizaram, com ajuda de dublês, as duas primeiras mortes: do proprietário da fazenda e do filho dele, mortos dentro da casa. Nesta terça, a polícia decidiu usar manequins para representar as cinco vítimas mortas na área externa da propriedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique a vontade para comentar, só lembramos que não podemos aceitar ofensas gratuitas, palavrões e expressões que possam configurar crime, ou seja, comentários que ataquem a honra, a moral ou imputem crimes sem comprovação a quem quer que seja. Comentários racistas, homofóbicos e caluniosos não podemos publicar.