terça-feira, 8 de maio de 2012

Desânimo, depressão, pele seca, ganho de peso e falta de concentração podem indicar problemas ...

RIO - Depressão, falta de concentração, pele seca, inchaço, ganho de peso, unha quebradiça são sintomas de diversas doenças. Porém, quando aparecem juntos, podem indicar problemas na tireoide, glândula localizada no pescoço, logo abaixo da saliência conhecida como pomo de adão ou do chamado "gogó". A tireoide produz dois hormônios, conhecidos como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são responsáveis pelo metabolismo do corpo, ou seja, regulam a forma como o organismo armazena e gasta energia.

Uma das disfunções mais comuns da tireoide é o hipotireoidismo, que ocorre quando a tireoide fabrica os hormônios em quantidade insuficiente e acaba deixando as funções do corpo mais lentas. Um dos maiores estudos realizados no Brasil pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, publicado em 2007, na revista Clinical Endocrinology, concluiu que 12,3% das mulheres brasileiras acima de 35 anos apresentam hipotireoidismo. Outro dado preocupante é o número de mulheres com hipotireoidismo não diagnosticadas - estimado em cerca de 5 milhões, de acordo com o IBGE.


De olho em nódulos tireoidianos

Durante a Semana Internacional da Tireoide, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Rio participou de uma ação na Central do Brasil e verificou que metade dos pacientes avaliados já apresentava problemas relativos à tireoide. Essas pessoas tinham o diagnóstico, mas estavam desinformadas em relação às causas, tratamentos e conseqüências. 

- Imaginávamos que daríamos à população apenas esclarecimentos, mas percebemos que a grande maioria delas já veio com um diagnóstico de problemas na tireoide e procuraram atendimento. Isso mostra que estão faltando endocrinologistas da rede pública e que o atendimento não está sendo adequado - afirmou a presidente da SBEM Rio, Vivian Ellinger. 

Segundo a Federação Internacional de Tireoide, os problemas na glândula são oito vezes mais comuns em mulheres do que homens. De acordo com a presidente regional da SBEM, Vivian Ellinger, os problemas ligados à tireoide, geralmente, são de origem familiar. Portanto, não existe uma forma de evitar os transtornos causados pelo desequilíbrio no funcionamento dessa glândula. Por esse motivo, alerta a especialista, é preciso estar atento para os sintomas e fazer um diagnóstico correto e precoce dos distúrbios, a fim de evitar complicações. 

No site Mulher Sem Falta (http://www.mulhersemfalta.com.br/), criado pela Sanofi-Aventis, é possível conhecer mais sobre os sintomas do hipotireoidismo e a importância do diagnóstico precoce. 

Tireóide: Uma glândula fundamental para o organismo
"Muito freqüente entre mulheres, os problemas referentes à tireóide, glândula que controla o metabolismo do corpo, podem ser bastante graves, podendo, inclusive, evoluir para um câncer".

O que é

Conforme explica o médico endocrinologista Dr. Guilherme R. G. Silva, de Porto Alegre, tireóide ou tiróide é o nome de uma pequena glândula com "formato de borboleta" que se localiza na região anterior do pescoço, logo abaixo do popularmente conhecido "pomo de Adão". Essa glândula possui um importante papel no controle do metabolismo do organismo. Numa linguagem bastante simples, pode-se dizer que os hormônios tireóideos dizem ao corpo quão rápido trabalhar e como usar a energia.

Ao estabelecer uma comparação para facilitar a compreensão dos mecanismos de funcionamento, o Dr. Guilherme diz: "A glândula tireóide trabalha como um ar condicionado. Se há suficiente hormônio tireóideo no sangue, a glândula pára de fazer hormônio (como um aparelho de ar condicionado se desliga quando o ar da sala está suficientemente frio). Quando o corpo necessita mais hormônio da tireóide a glândula recomeça produzindo-o novamente".

Dados Estatísticos

De acordo com informações fornecidas pelo médico de Porto Alegre, nos Estados Unidos existem cerca de vinte milhões de pessoas com algum tipo de doença decorrente da tireóide. Já a manifestação dos nódulos de tireóide atinge entre 4% e 7% da população, aproximadamente. Convém destacar que mais que 90% desses nódulos são benignos. Já o câncer de tireóide é encontrado ao redor de 10 mil pessoas, a cada ano, no mundo inteiro, gerando cerca de mil óbitos.

Tireoidite

Inflamação da glândula tireóide, é a mais comum causa de hipotireoidismo. Segundo o endocrinologista Dr. Guilherme, "quando pacientes com tireoidite tem alguns sintomas eles são usualmente os sintomas do hipotireoidismo. Também é comum apresentarem uma tireóide aumentada de tamanho que pode retrair com o tempo". A forma mais freqüente de tireoidite, advertem os médicos, é a Tireoidite de Hashimoto, uma doença indolor do sistema imunológico e que ocorre em famílias inteiras. A Tireoidite de Hashimoto afeta ao redor de 5% da população adulta, aumentando sua incidência nas mulheres proporcionalmente ao aumento de sua idade.

Outra forma de tireoidite afeta mulheres que tiveram filhos recentemente. É a tireoidite pós-parto, que ocorre em 5-9% das mulheres logo após darem à luz. Especialistas destacam que a doença se trata de uma condição temporária. Além dessas, sabe-se que infecções virais e bacterianas também causam tireoidites.

Bócio

O bócio trata-se de um aumento anormal de tamanho na região anterior do pescoço causado por uma tireóide aumentada. Este problema ocorre em, pelo menos, 5% da população em todo o mundo. A causa mais comum é a falta de iodo, componente químico que a tireóide usa para produzir hormônios. Novamente, na opinião de especialistas da área, aproximadamente cem milhões de pessoas não tem suficiente iodo na sua dieta. Destacam, entretanto, que esse problema tem sido resolvido pela adição de iodo ao sal de cozinha. Todavia, mesmo com a quantidade adequada de iodo, a glândula tireóide pode aumentar de tamanho, criando um bócio. Isso pode ocorrer em várias doenças da tireóide, como hipertireoidismo, hipotireoidismo, tireoidites e câncer de tireóide. Os médicos alertam para o fato de alguns bócios se desenvolverem com níveis hormonais normais e não requererem tratamento.

Câncer de Tireóide

O câncer de tireóide é mais comum em pacientes que sofreram algum tipo de radiação para a cabeça ou pescoço. Um nódulo de tireóide pode tornar a voz rouca ou pode fazer a respiração ou a deglutição tornarem-se dificultosas. Todavia, ele usualmente não produz sintomas e é descoberto acidentalmente pela própria pessoa, através de auto-exames, ou pelo médico, em exames de rotina.

Como qualquer doença, é importante que se esteja atento para os sinais iniciais apresentados pelas doenças de tireóide. Entretanto, apenas os médicos podem firmar o diagnóstico de uma doença dessas. Os especialistas podem medir a quantidade de hormônio no sangue, e determinar a estrutura e função da glândula. Caso um nódulo seja encontrado, será testado para que se verifique se ele é canceroso.

Segundo informações dos médicos radiologistas do Rio de Janeiro, Francisco Alberto Campana, Luiz Henrique José Pinto e Carlos Manoel de Araújo, o câncer da tiróide corresponde a 15% das neoplasias malignas diagnosticadas nos Estados Unidos, representando cerca de 0,5% dos óbitos por câncer naquele país. Para eles, as taxas de incidência variam de acordo com o país estudado, fato que pode ser explicado pelas variações da dieta alimentar básica, principalmente no que diz respeito à ingestão de iodo. Para os radiologistas, outros fatores implicados no desenvolvimento do câncer da tireóide são: a radioterapia, fatores familiares como a Síndrome de Gardner e a Síndrome de Cowden.

Em relação ao diagnóstico dos cânceres de tireóide, os radiologistas cariocas afirmam que a maioria dos pacientes apresenta queixas de nódulos, geralmente achados no auto-exame, e que a ultra-sonografia é o melhor método para determinar o número, tamanho e conteúdo dos nódulos tireoideanos.

Para o Dr. Francisco Campana: "A punção por agulha fina é atualmente o melhor método adjuvante para o diagnóstico diferencial em pacientes portadores de nódulos tireoideanos. Sua simplicidade, segurança e baixo custo tornaram-na exame de rotina. Principalmente quando a opção de tratamento conservador (tratamento medicamentoso) for aventada". Já o Dr. Luiz Henrique adverte que apenas 30% dos nódulos sob supressão hormonal apresentam remissão completa. 

Segundo informações do Dr. Carlos Araújo, os principais fatores prognósticos envolvidos nas doenças são a idade, sexo, classificação histológica, extensão da lesão primária e presença de doença metastática.

Hipertireoidismo

O organismo fica "acelerado", em função do excesso de hormônio tireóideo no sangue. Esses casos são, aproximadamente, dez vezes mais freqüentes nas mulheres, afetando ao redor de 2% delas no mundo inteiro. A doença de Graves, manifestação bastante comum da doença, é causada por problemas do sistema imunológico, com maior prevalência em famílias que já apresentaram casos. Nos Estados Unidos, a doença atinge, aproximadamente, 2,5 milhões de mulheres.

São sintomas comuns da doença: o aumento da freqüência cardíaca; nervosismo; fraqueza muscular; sudorese; perda de peso; tremores; mudanças na pele; diminuição do fluxo menstrual; bócio; queda de cabelos. Convém destacar que os sintomas não ocorrem simultaneamente e que devem ser diagnosticados por especialistas.

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo faz com que o organismo trabalhe devagar. Isso ocorre quando há quantidade insuficiente de hormônio tireóideo no sangue. Estatísticas apontam que mais de cinco milhões de americanos têm a doença, mesmo havendo muitos que não sabem de sua existência. Especialistas destacam que a prevalência é maior entre as mulheres.

Tratamento

De acordo com especialistas em endocrinologia, existem inúmeros tipos de tratamentos: o Iodo Radioativo é usado para diminuir uma glândula tireóide que se tornou aumentada ou é produtora de hormônio em demasia. Ele pode ser usado em pacientes com hipertireoidismo, bócio ou em alguns casos de câncer.

Já a cirurgia é usada, habitualmente, para remover cânceres e também, para remover bócios de proporções grandes. A utilização de hormônio tireóideo (em comprimidos) é comum para o hipotireoidismo, para pacientes com bócio e para aqueles que sofreram cirurgia da tireóide. Nestes casos, a ação dos remédios fornece ao corpo a quantidade certa de hormônio tireóideo.

Fonte: boasaude.uol.com.br

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