sexta-feira, 16 de março de 2012

Piada racista cria confusão no espetáculo de Alexandre Frota

Piada racista cria confusão no espetáculo de Alexandre Frota
Um dos músicos que fazia as vinhetas do stand up se sentiu ofendido por uma piada contada por Felipe Hamachi

SOFTNEWS
Confusão no espetáculo de Alexandre Frota. A polícia foi chamada na estreia do show de stand up comandado por ele, chamado "Proibidão", na última segunda-feira. Segundo o jornal "Folha de São Paulo", um dos músicos da banda que fazia as vinhetas do espetáculo se sentiu ofendido por uma piada racista contada pelo humorista Felipe Hamachi.


De acordo com o jornal, a confusão ocorreu quando Hamachi disse que não se pega Aids em relações sexuais com macacos e, em seguida, olhou para o tecladista, insinuando que mantinha uma relação com ele.

O músico, conhecido como Rapha Dantop, se ofendeu, deixou o palco e acionou a polícia. Segundo a "Folha", a confusão foi resolvida apenas com conversa, sem a necessidade de registrar um boletim de ocorrência.


As pessoas da plateia tiveram de assinar um termo de compromisso dizendo que não ficariam ofendidas com nenhuma piada. O músico não assinou o termo.

A Gazeta




A piada comigo foi a mais leve, diz músico após confusão em show

O músico Raphael Lopes, 24, que chamou a polícia durante um show de stand-up após ser comparado a um macaco por um humorista, diz que a piada racista da qual foi vítima foi a coisa "mais leve" que ouviu na noite de segunda passada, no Kitsch Club, zona sul de São Paulo.


Raphael, conhecido como Rapha "Dantop", estava a trabalho no local, tocando teclado para a banda da casa.

Ele não assinou o termo que era submetido às pessoas que pagaram R$ 60 para ver a apresentação de vários comediantes, entre eles Danilo Gentili, Fábio Rabin e Felipe Hamachi, este último autor da piada que causou a confusão.

Marcelo Justo/Folhapress
Músico Raphael Henrique, que acionou a PM após piada racista no show de stand-up "Proibidão", em São Paulo

No termo, clientes se comprometiam a não ficarem ofendidos com o humor "Proibidão" da noite, que teve como temas centrais negros, gays, deficientes e mulheres.

O advogado de Raphael, Dojival Vieira, afirma que estuda "medidas legais cabíveis". Hamachi já pediu desculpas públicas ao músico.

Folha - Você sabia o que era o show "Proibidão"?
Raphael Lopes - Não. A banda já tocava na casa, mas o show foi de última hora.

Você assinou o termo em que se comprometia a não se ofender com as piadas?
A banda não assinou.

Quando ficou incomodado?
Logo no começo. Era horrível. Tinha piadas como: "Só namorei com mulheres com defeito --cega, muda--, mas a pior foi uma cadeirante...".
Comigo foi o mais leve.

E quando decidiu sair?
O Felipe disse: "Dizem que a Aids veio do macaco, mas não acredito. Transo sempre com macaco". Aí olhou para mim e disse: "Né?". Saí sutilmente e chamei a polícia.

E o show continuou?
Sim. Pouca gente ali sentiu a minha ausência.

E quando a polícia chegou?
O policial, também negro, me chamou de canto e disse: "A essa hora, se formos para a delegacia, vai ficar tudo como um mal entendido". Aí deixei como estava.

O humorista que fez a piada te procurou naquela noite?
Veio me pedir desculpas.

Você o desculpou?
Queria acabar logo com o assunto. Apertei a mão dele e não esbocei reação. Não há mágoa. Ele é só mais um que quer fazer sucesso com isso que chamam de humor.

De onde vem seu apelido Dantop? Tem conotação racial, por ser um doce de chocolate?
Teve até um comediante que disse: "Seu apelido é Dantop e você não acha racista?". O apelido não tem nada a ver com o fato de eu ser negro. É uma coisa de quando era adolescente. Prefiro não contar o motivo.

FILIPE OLIVEIRA
FOLHA 

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