quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mulher é atacada por piranha no Rio Paraguai

‘Nunca mais vou entrar em rio’, diz mulher atacada por piranha em MT
Em duas semanas, 12 ataques a banhistas foram registrados em Cáceres.
Bombeiros alertam para que população evite entrar no rio Paraguai.

Piranha mordeu pé de comerciante na praia 
Daveron no Rio Paraguai. (Foto: Kelly Martins/G1)
A comerciante Roselene Fereira, de 45 anos, disse estar assustada com o ataque que sofreu, quando estava tomando banho na praia Daveron, no Rio Paraguai, em Cáceres, na região do pantanal e que fica a 220 km de Cuiabá. Ele teve o dedo do pé mordido por uma piranha no último domingo (13), logo após entrar na rio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram 12 ataques a banhistas apenas no mês de novembro.


“Foi uma questão de minuto. Eu senti uma forte dor no pé. Quando vi, tinha uma ferida enorme no meu dedo e sangrava muito. Todo mundo saiu correndo da água. Entrei em pânico”, contou Roselene em entrevista ao G1. A comerciante disse que ficou sabendo sobre os ataques de piranhas no local, mas achou que não seria tão próximo à margem.


“Eu estava junto com a minha neta brincando no raso. Achava que os ataques eram mais contra quem estava nadando no meio do rio. Só sei que nunca mais vou entrar em rio”, afirmou. Conforme o Corpo de Bombeiros, a vendedora e outras 11 pessoas foram vítimas dos ataques que estão sendo registrados desde o início deste mês.

Com os dentes afiados, as piranhas, que medem entre 10 e 20 centímetros, costumam morder os pés, calcanhares e pernas. O diretor técnico do Pronto-Atendimento Médico de Cáceres, Antônio Bernardes, informou que a maioria das vítimas encaminhada para a unidade é jovem. Ao chegar na unidade, segundo o diretor, é feita a limpeza no ferimento e curativo. É recomendado ainda pelo médico o acompanhamento por antiinflamatórios. Ele explica que, em alguns casos, quando a lesão é extensa, é necessária a vacina antitetânica. “Quando a lesão é leve, fazemos apenas os procedimentos comuns para evitar a infecção. Mas se é um caso mais grave, é importante a vacina contra o tétano, no entanto, ainda nã houve casos aqui [Cáceres] dessa gravidade”, justificou. Antônio Bernardes ressalta também a necessidade do banhista atacado procurar imediatamente o hospital para evitar que a ferida infeccione.

Quase sem dedo
Vítimas de ataques afirmam que não pretendem
voltar a tomar banho no rio. (Foto: Kelly Martins/G1)

O jovem Elson de Campos Pinto, de 22 anos, também foi atacado por uma piranha e quase perdeu um dedo do pé. Ele estava juntamente com a vendedora Rosele Ferreira quando percebeu que teve a unha e a ponta do dedo arrancados. “Senti muita dor na hora. Falei para algumas pessoas que estava sendo atacado, mas elas começaram a rir. Depois viram que era verdade por causa do sangue”, relatou.


Logo após a mordida, conforme contou o jovem, outro banhista que estava próximo a ele também foi mordido por uma piranha. “Ai que começou o pânico. A Roselene foi atacada, depois eu e mais um. Três pessoas foram mordidas em seguida”, contou.

Para Elson Pinto, o ponto turístico só servirá para caminhadas e garante que não quer molhar o pé no rio tão cedo. Ele disse também que está tomando medicamentos e antiinflamatórios.

Alerta
Esta é a primeira vez que ataques são registrados na praia de Daveron, na região central da cidade, segundo o Corpo de Bombeiros. A orientação é para que os banhistas tomem cuidado ao entrar na água. Logo na entrada da praia, uma placa de alerta foi instalada advertindo para o perigo e o risco de ser mordido pelas piranhas.

Um dos fatores que estaria contribuindo para os ataques, de acordo com a secretaria municipal de Turismo e Meio Ambiente, seria o baixo nível das baías no Rio Paraguai, efeito ainda da estiagem.

Kelly Martins
Do G1 MT

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