‘Vou encarar como aprendizado’, diz Gianecchini sobre o câncer
Em entrevista ao Fantástico, ele fala sobre o linfoma que descobriu este ano.
Ator conta que passará por transplante em dezembro deste ano.
Em entrevista exclusiva ao Fantástico, exibida neste domingo (20), o ator Reynaldo Gianecchini fala sobre a luta contra o linfoma, um tipo de câncer que ataca as defesas do organismo. Ele comenta a morte recente do pai, vítima de um câncer, diz que passou por um tratamento espiritual e agradece o apoio dos fãs, que há mais de dez anos acompanham a carreira desse galã que conquistou o Brasil. Revela ainda que passará por um transplante em dezembro.
O ator conta que resolveu encarar a doença como um “aprendizado” e “viver intensamente” o presente. Ele fala sobre o transplante. “É um autotransplante. Na verdade, vou ter uma medula nova e vou reimplantar umas células minhas e fazer uma medula nova. É diferente de precisar da medula de outra pessoa. É um pouquinho mais simples, mas é um procedimento bem delicado”, explica.
Na entrevista, o ator mostra estar esperançoso. “Eu acho que tem dois caminhos: ou você acha que está tudo uma grande tragédia na sua vida e entra em depressão ou você vai para o lado que eu optei naturalmente que é pensar que tenho essa doença, tenho um câncer, e eu vou encarar isso como uma forma de aprendizado”, diz Gianecchini, que comenta sobre a mudança de planos repentina.
“Eu estava super feliz, em uma fase muito ativa, de muito trabalho, muito feliz na minha vida, com muitos planos. Aí, a vida vem às vezes e fala: ‘Ok, você pensou que ia para cá, mas eu vou mostrar que não é para cá’. Com a doença foi a mesma coisa. Quando eu recebi a notícia, falei ok. Pensei que era para cá, eu vou ter que virar uma chavinha e mudar tudo, porque é para cá que eu vou. Eu não vou mais trabalhar esses seis meses, vou cuidar de mim e vamos ver o que tem aqui.”
Despedida do pai
O ator diz que teve a oportunidade de se despedir do pai, que morreu no dia 17 de outubro. “Eu tive uma despedida maravilhosa do meu pai. Falei tudo o que queria para ele, o quanto eu o amava. Teve um momento em que ele ficou inconsciente, porque ele teve que tomar morfina. Todo mundo foi descansar e eu falei que queria ficar com meu pai. Senti muita vontade de falar com ele, porque eu acredito que ele estava me ouvindo.” Gianecchini relata que chegou a cantar para o pai quando percebeu que as funções vitais dele começaram a cair e prometeu cuidar da família.
O galã lembra que os primeiros sintomas da doença se manifestaram em forma de alergia e diz que não teve febre ou cansaço. Depois, apareceram gânglios na garganta, que foram examinados e indicaram o linfoma. O tratamento teve início dois meses após saber do câncer. E ele conta que procurou encarar com otimismo: “Beleza, ‘vambora’, vamos encarar”.
Um dos momentos mais complicados foi quando os médicos tiveram que implantar um cateter para a quimioterapia e Gianecchini sofreu um sangramento, sendo transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde se trata. “O começo foi bem tumultuado”, admite o ator. A primeira internação durou 26 dias.
“Quero dizer que estou muito forte e que essa minha força vem em grande parte desse carinho todo, desse amor, dos amigos...das pessoas que têm me mandado e-mail. Tenho lido todos”, garante Gianecchini. Ele fala sobre o apoio que tem recebido da jornalista Marília Gabriela, sua ex-mulher. “A gente descobre que tem umas relaçõesna vida da gente que são para sempre mesmo. Eternas; e um amor que é tão forte. A Marilia é um desses; é um grande amor da minha vida.”
Sem cabelo
Gianecchini conta que decidiu raspar a cabeça por achar mais prático e não quis esperar o cabelo cair. Diz ainda que lembrou da cena da novela “Laços de Família” em que sua mulher, a personagem de Carolina Dieckmann, fica careca por causa de uma leucemia. “Quando eu olhei no espelho, na verdade, achei muito legal.Eu me achei com cara de guerreiro, um guerreiro mesmo.”
Para o ator, foi importante ter uma “participação ativa” no tratamento. “Sou um homem de muita fé. Eu fui buscar essa fé, pôr na pratica.” A doença já deixa o galã com algumas limitações, como não poder tomar banho de mar por causa do cateter. A malhação também foi suspensa e o galã percebe a perda de músculos. Para não ficar parado, faz caminhadas. “Tem dia que não dá para sair de casa, mas, no geral,me forço para sair. Mesmo quando o dia não está muito bom, estou cansado, eu me forço.” A alimentação também ficou restrita.
Gianecchini diz que procurou ajuda espiritual para superar esse momento difícil e até se submeteu a cirurgia espiritual. Até mesmo quando era mais jovem. “Quando eu era adolescente, tinha umas dores que eu não saía da cama. Fiz todos os exames, fui ver todos os médicos que tinha para ver e ninguém identificava [o problema].”
Foram mais de três meses de quimioterapia. Ao todo, seis sessões. O ator diz que ficou com a imunidade baixa. “Peguei uma bactéria que ninguém sabe direito porque é difícil detectar no pulmão. Minha respiração, a oxigenacao ficou um pouquinho mais baixa. Aí eu tive que ficar na UTI para ficar em observação. São os percalços do caminho, pela natureza da quimioterapia, né?”
Futuro
Quando fala sobre o futuro, o ator diz não ter parado para pensar sobre o que estará fazendo nas próximas semanas. Revela que quer tomar um banho de mar e voltar a trabalhar. No fim da entrevista, quando agradece mais uma vez todas as manifestações de carinho e apoio, chora e afirma que as lágrimas são de felicidade.
Do G1, com informações do Fantástico
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