segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Steve Jobs disse que Bill Gates era "sem imaginação"


Steve Jobs disse que Bill Gates era "sem imaginação"
Por Soyoung Kim e Poornima Gupta

(Reuters) - Steve Jobs chamou o rival de longa data e co-fundador da Microsoft Corporation Bill Gates de "sem imaginação" e disse que ele "não era realmente uma pessoa criadora de produtos", segundo uma biografia do falecido executivo-chefe da Apple.

"Bill é basicamente um sujeito sem imaginação, que nunca inventou nada, e acho que é por isso que hoje ele se sente mais à vontade fazendo filantropia do que tecnologia", disse Jobs ao autor da biografia, Walter Isaacson.

"Ele roubava descaradamente as ideias das outras pessoas. Ele seria um cara de mente mais aberta se tivesse usado ácido alguma vez ou ido a um ashram quando jovem", acrescentou.

A biografia "Steve Jobs", de Walter Isaacson, chega às livrarias nesta segunda-feira, mas foi lançada antecipadamente na noite de domingo, no iBooks da Apple e no Kindle da Amazon.com.

Já Gates tinha um pouco de inveja do poder hipnotizante de Jobs sobre as pessoas, mas achava o ícone da tecnologia "estranhamente falho como ser humano".

Apesar das divergências com Jobs, Bill Gates curtia as visitas frequentes que fazia à sede da Apple em Cupertino, especialmente quando via Jobs interagindo com seus funcionários, segundo a biografia.

Isaacson revela que Jobs passou nove meses recusando uma cirurgia contra câncer que poderia ter salvado sua vida, que ele sofreu bullying na escola, tentou vários regimes malucos quando era adolescente e tinha comportamentos estranhos quando mais jovem, como olhar as pessoas fixamente, sem piscar.

O livro pinta um retrato inédito de um homem conhecido por proteger sua privacidade a unhas e dentes, mas cuja morte desencadeou manifestações mundiais de tristeza.

Em entrevista ao programa "60 Minutes" da CBS no domingo, Isaacson ofereceu mais insights sobre a personalidade de Steve Jobs.

Embora Jobs tenha revolucionado vários setores da indústria com seus produtos de vanguarda, ele não foi o melhor chefe do mundo, segundo Isaacson.

"Na verdade, ele às vezes podia ser muito cruel com as pessoas", afirmou.

Jobs adorava entrar em discussões, mas nem todos a sua volta compartilhavam dessa paixão, que chegou a afastar alguns colegas.

Em uma das mais de 40 entrevistas que Jobs deu ao biógrafo, o ícone da tecnologia disse se sentir totalmente confortável sendo brutalmente honesto.

'OUTRAS VISÕES'

Jobs, que revolucionou o mundo dos computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets, publicação digital e as vendas no varejo, teria gostado de conquistar a televisão também, disse Isaacson.

"Ele teria gostado de criar um televisor fácil de usar", disse o biógrafo, falando dos últimos dois anos e meio de vida de Jobs. "Mas começou a prestar atenção em sua família outra vez. Foi uma luta brutal e dolorosa. E ele falou comigo muitas vezes sobre a dor".

No último encontro que teve com Isaacson, em meados de agosto, Jobs ainda tinha esperança de que pudesse existir um medicamento novo que o salvasse. Ele também queria acreditar em Deus e na vida após a morte.

"Desde que contraí câncer, ando pensando mais em Deus e me vejo acreditando um pouco mais nele. Talvez seja porque eu quero acreditar numa vida após a morte, que quando você morre, tudo não desaparece, simplesmente", teria dito Jobs, segundo Isaacson.

"Então ele fez uma pausa e disse 'sim, mas às vezes acho que a vida é como um botão de liga e desliga, só isso. Um clique e você se foi.' Ele fez outra pausa e então falou: 'É por isso que não gosto de colocar botões de liga e desliga nos aparelhos da Apple'".

Reuters/Brasil Online

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