Suspeito de matar dois na Oscar Freire mente, afirma polícia
O modelo Murilo Rezende da Silva, encontrado morto em um apartamento na Rua Oscar Freire, região nobre de São Paulo, no dia 24/08/2011
A Polícia Civil classificou como "fantasiosa" a versão apresentada ontem em depoimento por Lucas Cintra Zanetti Rosseti, 21 anos, suspeito de assassinar dois homens em um apartamento na rua Oscar Freire (zona oeste de SP), e informou que vai indiciá-lo por latrocínio (roubo seguido de morte).
Em interrogatório na sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), na capital, ele afirmou que o analista de sistemas Eugênio Bozola, 52 anos, matou o modelo Murilo Rezende, 21, e depois tentou assassiná-lo em 23 de agosto.
Rosseti diz ter matado Bozola em legítima defesa.
"Ele disse que tomou um suco que estaria com remédio.
Como ele tomou pouco suco, diz que acordou antes da hora e viu o modelo esfaqueado, já com o saco plástico na cabeça.
O dono do apartamento [Bozola] teria se voltado contra ele, que diz que conseguiu tomar a faca e reverter a agressão", relatou o delegado Maurício Guimarães Soares, do DHPP.
Artur Rodrigues
do Agora
Acusado de duplo homicídio na Oscar Freire queria ser delegado
Mãe de jovem acusado matar modelo e analista de sistemas afirma que filho era focado nos estudos e não seria capaz de matar
Lucas Cintra Zanetti Rosseti, 21 anos, apontado pela Polícia Civil como responsável por matar a facadas o modelo Murilo Rezende, de 21, e o analista de sistemas Eugênio Bozola, de 52, dentro de um apartamento na Rua Oscar Freire, sonhava em ser delegado. A mãe do jovem, Andréia de Mendonça, 39 anos, disse que seu filho é um jovem estudioso, trabalhador e teve uma "ótima criação". Ela afirma que sua dor é tão grande quanto a das mães do modelo e do analista de sistemas.
"Meu coração de mãe tem certeza que ele não seria capaz de fazer isso", desabafou. Lucas foi descrito pela mãe como um rapaz que gostava de rock e tinha vários sonhos. Entre eles, trabalhar na polícia. Ele cursava o primeiro ano de direito.
Andréia diz que seu filho nunca teve relacionamentos homossexuais e mostrava ser apaixonado pela namorada. "Mãe é mãe. Estou do lado dele independentemente de qualquer coisa. Tenho esperanças de que um milagre aconteça."
Lucas chegou à sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) na tarde de ontem, após ser medicado na Santa Casa de Misericórdia; as mãos dele estão machucadas.
Versão fantasiosa
Em depoimento, o jovem confirmou a versão dada de forma não oficial à polícia de Sertãozinho, onde ele foi preso na segunda-feira. Lucas diz ter desconfiado de um "suco amargo" feito por Bozola e afirma ter acordado no momento em que o analista esfaqueava Murilo no pescoço. Ele diz ter tido tempo apenas para pegar uma faca para se defender. Sobre os objetos roubados e a fuga para o interior, Lucas alegou ter "medo do que poderia acontecer".
Para o delegado Maurício Soares, do DHPP, a versão é "completamente fantasiosa". Lucas permanecerá preso temporariamente por 30 dias.
Jaqueline Sampaio, namorada de Murilo, está inconformada com a versão do suspeito. "Conversamos quando os dois já estavam mortos. Ele disse que estavam dormindo e ainda me desejou uma boa noite e mandou um beijo. Para mim, é um criminoso frio e calculista. Tudo foi planejado antes."
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