sábado, 6 de agosto de 2011

Associação investiga ataques de monstros e assombrações em MG

Um grupo de moradores da região de Mariana, a 114 km de Belo Horizonte (MG) criou a Associação de Caçadores de Monstros e Assombração de Mariana para comprovar que a população local é vítima de ataques criaturas cientificamente não catalogadas pelo homem. São mais de 30, entre elas, gigantes, Cavaleiro da Quaresma, Emília, Noiva Furquim, Maria Sabão e o temido o Caboclo d' Água, cujo registro fotográfico vale R$ 10 mil para o grupo.

O grupo foi criado no primeiro final de semana após a lua cheia de janeiro de 2008 para estudar o caso do Caboclo d'Água, mas logo abriu as investigações para outros tipos de criaturas devido ao número de relatos de ataques de diferentes assombrações e monstros. Em um desses casos, a polícia teria buscado auxílio do grupo para identificar um dos "bichos" acusados de um ataque.

"Quando todo esse folclore mata um boi, uma pessoa, até a polícia busca informação com a associação. Teve um rapaz que foi atacado no rio Carmo que registrou no Boletim de Ocorrência que tinha sido atacado pela Maria Sabão. No outro dia, a polícia veio na associação perguntar quem era a assombração", explica um dos integrantes do grupo, Leandro Henrique dos Santos, responsável pelo jornal O Espeto, onde são divulgados os casos e relatos estudados pelo grupo. De acordo com o informativo dos caçadores, no outro dia a viatura da polícia estava procurando Maria Sabão para entregar-lhe uma intimação.

Santos vai mais longe e acusa outra assombração, o Caboclo d'Água, de assassinato. "Um moço foi encontrado morto na beira do rio com os testículos arrancados. Os bombeiros só disseram que foi um animal grande, mas não souberam informar qual. Não temos jacarés, nem peixes que ataquem aqui na região. Por isso consideramos que o Caboclo d'Água é a única assombração acusada de homicídio", diz Santos.

Segundo o caçador, nas investigações o grupo conta com a ajuda de câmeras infravermelhas, GPS, e para que seja iniciado um procedimento investigativo são necessários alguns procedimentos de reconhecimento da autenticidade do ataque. "Não adianta uma pessoa vir sozinha dizer que viu alguma assombração. Existe todo um procedimento para abrir um caso", diz.

Para o reconhecimento é necessário: avistamento por mais de uma pessoa, em diferentes épocas, comprovação de perturbação social, já que o grupo não persegue assombrações pacíficas, comprovação de fato real vinculado a assombração (Boletim de Ocorrência Policial, Atestado de atendimento médico, Prova de ataque a humanos ou animais, como ferimentos e cadáveres) e descrição da assombração ou monstro para fazer um retrato falado.

Em um dessas caçadas o presidente da associação, professor Milton Brigoline Neme, se perdeu na mata seguindo rastros do Caboclo d'Água. Mas após esforços do Corpo de Bombeiros, integrantes da associação e colaboradores, o professor foi localizado na fazenda de seu pai, onde conseguiu refúgio. "Ele torceu um pé ao pular um barranco e não conseguiu voltar pela trilha e na fazenda não funcionava celular, mas felizmente tudo deu certo", diz Santos.

No domingo, às 14h horas, será inaugurada a sede da associação em Mariana, onde o próprio presidente estará presente para contar sobre a última aventura para os 47 associados e mais de 100 colaboradores do grupo.

Conheça algumas das criaturas investigas pelo grupo, segundo material divulgado pelos próprios calçadores:

Maria Sabão: descrita como mulher negra forte que no século XVIII fazia sabão com abacate e sebo. Seu dono a mandou fazer sabão com sebo de meninos que morriam em acidentes nas minas do Morro Santo Antônio, Passagem de Mariana. Também começaram a ameaçar meninos problema com o castigo de serem transformados em sabão. Isso a perturbou, tanto que até hoje persegue caçando meninos mal criados, que falam palavrão, para fazer sabão. Essa é uma assombração que tem residência fixa, uma mina de ouro abandonada cuja boca de entrada se dá numa rua chamada Boqueirão, justamente pela boca da mina.

Noiva de Furquim: Aparece na entrada do distrito de Furquim. È a história de um acidente de ônibus no qual uma noiva e mais 11 passageiros faleceram, na década de 70. Porém quem prestou socorro roubou a aliança da defunta. Sendo assim ela sempre aparece na beira da estrada dando sinal aos carros. Como é muito bonita, motoristas param e ela entra no carro ou ônibus, e depois ela some. Segundo o grupo, um enfermeiro de Acaiaca, duvidando da história parou no local onde ela é vista e a chamou, só que ele não esperava que ela aparecesse. E apareceu. O enfermeiro passou mal, desmaiou e foi levado para o Hospital de Mariana. Ele colaborou no retrato falado dela.

Cavaleiro da Quaresma: Em Diogo de Vasconcelos este cavaleiro é famoso, seu cavalo ultrapassa até um carro, segundo os relatos. Ele detesta cachorros, dando chicotadas, ferindo os cães. Ultimamente tem passado fora de época, fora da quaresma.

Gigantes: São avistados assombrações enormes no Morro Santana, Mariana, deixando marcas profundas no chão. Moram em minas e podem crescer e diminuir.

Emília: È uma assombração que dança quadrilha em Ouro Preto. Emília era filha de um comerciante e namorava escondida um rapaz conhecido como Bolão, estudante de engenharia da Escola de Minas de Ouro Preto, no início do século passado. Para se encontrar ela tocava o sino da igreja, com batidas pausadas. Quando Bolão foi fazer mestrado em Portugal, seu pai, que tinha descoberto o namoro e tinha outros planos para filha, disse a Emília que o navio de Bolão tinha afundado. Ela morreu apaixonada sempre tocando o sino. Quando Bolão chegou, formado, foi procurar Emília ficou sabendo da história, e matou-se. Hoje a casa de Emília é a única que está em ruínas da rua, no centro de Ouro Preto, pois ninguém quis morar mais lá, e nem querem vender.

Capitão Jacks: Inglês chefe de uma área da Mina de Ouro de Passagem (OPM) que morreu em serviço dentro da mina. Muitos já o viram. Porém um administrador de Belo Horizonte foi contratado para ser diretor da OPM. Animado mudou-se para Passagem, e após dois meses numa tarde encontrou com um homem à cavalo, todo de branco, ele perguntou quem era e o cavaleiro respondeu-lhe em inglês: "I am Captain Jacks". E foi embora galopando. Irritado, o novo diretor fez uma reunião com funcionários e seguranças cobrando como poderia um homem à cavalo passar por todos e invadir a mina. Então um funcionário antigo, chamou o diretor e o levou aonde estava o Captain Jacks e mostrou seu nome numa sepultura no cemitério anglicano em ruínas que fica dentro da OPM, tendo ao lado uma capela, também em ruínas. No mesmo dia o administrador pediu demissão.

Caboclo D'Água: Monstro meio lagartixa, macaco e galinha que ataca às margens do rio do Carmo, de Mariana até Barra Longa. É relatado em muitos avistamentos, em tempos diferentes e três retratos falados. Os ataques ocorrem de setembro a dezembro, dois com vitimas fatais. Ele teria sido visto por mais de uma pessoa em garimpo no distrito de Bandeirantes, cortado pelo rio do Carmo, onde o caboclo entrou no poço e tiveram que parar os serviços. A maioria das aparições ocorre em Barra Longa, onde o rio já é mais caudaloso e tem maior número de cabeças de gado, alimento favorito do caboclo.

Mãe do Ouro: É uma bola de fogo que passa pelos matos sem queimar. Os relatos datam de mais de 200 anos. Um garimpo em Bento Rodrigues, que nem a policia conseguia fechar, foi abandonado às pressas por causa dela. Terezinha Ramos, ex-prefeita de Mariana declarou que ajudou a tratar de seu irmão que queimou os olhos por olhar para a Mãe do Ouro. Também existem relatos de ataques em Camargos, onde um morador deu um tiro na bola de fogo, que cresceu e o perseguiu.

Mulher de branco: Vista pelas ruas tarde da noite em direção ao cemitério. Várias aparições são relatadas em Passagem.

Homem toco: É um monstro que ataca viajantes, coloca raízes para provocar quedas de cavalos e acidentes de veículos. Ele é muito temido em Diogo de Vasconcelos. É um toco que se move rapidamente e controla suas raízes.

Lambizome pezão: É um lobisomem que tem pé grande, lambe suas vítimas antes de morder. Uma das vítimas foi parar no hospital após ter sido derrubado de sua moto pela criatura. Ele aparece entre Padre Viegas, Mainart, Diogo de Vasconcelos. Já foi atropelado e amassou um carro.


DANIEL FAVERO

Terra

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