Queixas absurdas no Procon
Clientes vão ao Procon desabafar sobre o vizinho, família e até falta de sexo
E sem qualquer timidez, algumas pessoas chegam a fazer revelações um tanto picantes. As queixas variam: vão de problemas como vibrador que não funciona à falta de sexo em casa. Das pessoas que vão aos institutos de proteção, 40% fazem reclamação sem qualquer ligação às questões de consumo.
Quando casos engraçados parecem ter atingido um limite, os Procons recebem "denúncias" ainda mais absurdas, como pedido de troca de um sapato que o cliente usou durante um mês ou de uma roupa velha que estragou.
O gerente do Procon de Vitória, Marcos Nati, diz que as reclamações pitorescas têm sido muito comuns. "Recentemente, atendemos um homem que estava revoltado por não conseguir abrir uma garrafa de refrigerante. Ele levou uma chave de grifo ao Procon para mostrar que era impossível tirar a tampa", conta.
No Procon de Cariacica, um caso que chamou a atenção foi de um homem que comprou um guarda-roupa para a esposa. "Na hora da entrega, a mulher viu que o endereço do pedido era diferente do seu. Ela investigou e descobriu que o marido tinha uma amante. O consumidor então procurou o Procon querendo que a loja pagasse uma indenização por danos morais", explica o diretor do órgão, José Carlos Coutinho.
A coordenadora de Atendimento do Procon Estadual, Andressa Petronetto, afirma que algumas reclamações são casos de polícia, como a de um universitário que comprou uma monografia e foi ao órgão pedir ajuda para reaver o dinheiro, já que havia ficado reprovado.
Segundo Andressa, muitos desses que procuram os institutos estão em busca de atenção. "Como não existe nenhum órgão para atender, nós, então, orientamos o cidadão sobre como resolver qualquer problema".
"Muita gente não sabe o que é o Procon. Por isso, temos paciência em orientar e em ajudar sempre".
José Carlos Coutinho, Procon de Cariacica.
"Recebemos demandas como brigas de famílias, de vizinhos e até relacionadas a heranças". Andressa Petronetto, Procon Estadual.
Casos curiosos: até Sílvio Santos está na mira
Cheque: Consumidor vai ao Procon para "assustar" o cheque.
Eletrônicos: Loja muito denunciada é a "Ricardo Elétrico".
Sem agrião: Um senhor denunciou que um restaurante fez uma rabada sem agrião.
Monografia: Ao ser reprovado por plágio, um estudante queria reaver o que pagou pela monografia.
Hacker: Um consumidor foi ao Procon porque tomou calote ao se inscrever num curso para ser hacker.
Grávida: Uma consumidora procurou ajuda do Procon porque sua cachorrinha voltou grávida depois de ficar um dia no petshop.
Mega Sena: Apostador reclamou que jogou na Mega Sena por 20 anos e nunca ganhou.
Dentadura: Uma senhora mostrou à atendente que a dentadura estava mal feita.
Sílvio Santos: Um consumidor se queixou do Silvio Santos porque sempre pagou em dia as cadernetas do Baú e nunca ganhou nenhum prêmio.
Calcinha furada: Consumidora reclamou de calcinha velha que furou
Cortesia: Uma consumidora ganhou duas diárias para o motel, mas, ao usar o brinde, ficou sabendo que a promoção tinha passado da validade. O caso foi parar na Justiça.
Sem sexo: Um homem foi ao Procon porque a mulher não tinha relações sexuais com ele há três meses.
Cafezinho: Uma senhora vai ao Procon duas vezes na semana para tomar café e conversar.
Mikaella Campos
gazeta online
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