sábado, 21 de maio de 2011

Viciado em crack espanca universitária em Vitória

De classe média e viciado em crack, o jovem Josias Sabadini Júnior, 20 anos, foi preso depois de assaltar e espancar uma universitária, na noite de quinta-feira, na Avenida Francisco Eugênio Mussielo, em Jardim da Penha, em Vitória.

Josias Sabadini Júnior

A estudante desmaiou com os socos na cabeça e na boca, e ficou caída no chão por alguns minutos. Depois, ela foi socorrida e levada para o Hospital São Lucas, onde passou por uma tomografia, foi medicada e liberada. Vizinhos chegaram a acordar com os gritos de socorro da universitária e correram para ver o que acontecia.

Após o assalto, o suspeito tentou fugir com a bolsa da vítima, mas acabou perseguido por dois homens numa moto que se identificaram como policiais e exigiram que ele entregasse a bolsa. Josias acabou preso na frente da mãe dentro de casa.

Pedido de desculpas
No Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória, ele foi autuado pelo delegado de plantão, Marcio Lucas de Oliveira, por roubo. O acusado, que mora no Bairro República, admitiu que tentou roubar a jovem para sustentar o vício do crack.

A psiquiatra e funcionária pública, Joana Sabadini, 52 anos, mãe do rapaz, também foi à delegacia após a prisão do filho e pediu desculpa à jovem assaltada. "Ela não tem culpa de nada e estava estudando. Infelizmente, toda a sociedade sofre com os viciados", disse a mãe de Josias.

Na delegacia, o rapaz revelou que só deu um soco no rosto da jovem porque ela reagiu ao assalto. Ele admitiu que usa crack todos os dias e informou estar sob o efeito da droga no momento do crime.

Essa foi a segunda vez que Josias foi preso. Na primeira, ele foi detido foi por ter agredido verbalmente a irmã durante uma briga de família, em dezembro do ano passado. O jovem contou que é usuário de crack há um ano e que tenta largar o vício, mas não consegue. A universitária não foi localizada para falar sobre o assalto.

Drama familiar

"Prefiro ver meu filho preso do que morto"

A mãe de Josias Sabadini Júnior, a psiquiatra e funcionária pública Joana Sabadini, 52 anos, contou que o filho usa drogas desde os 16 anos. Ele começou com a maconha, depois passou a usar cocaína e chegou ao crack. Ela alertou que toda a sociedade deve lutar contra o problema do aumento dos dependentes químicos. "Não quero defender meu filho, mas a causa. Todos os cidadãos comuns estão se tornando vítimas", desabafou.

A senhora sabia do vício dele?
Sim. Sempre soube e descobri que ele usava o crack quando as pequenas coisas começaram a desaparecer dentro de casa.

A senhora falou com ele?
Falei, mas ele negou. Primeiro, começou pegando os celulares, depois as botijas de gás, televisão, aparelho de DVD e até a lancheira do meu neto. Tem época que ele fica o dia todo na rua e fica andando com mendigos. Aí, eu vou atrás, levo ele pra casa para dar comida e dar um banho.

Ele já foi internado?
Essas clínicas mantidas por igrejas fazem um trabalho belíssimo, mas precisam se capacitar mais, o que é papel do governo. É preciso ter centros de tratamento especializado para dependentes químicos com psiquiatras, médicos, assistente social e outros profissionais.

O seu filho admite o vício em crack?
Sim. O mais desesperador é quando ele fala que quer ajuda. Mas não tenho como dar porque a internação numa clínica particular custa R$ 180,00, a diária. Uma vez ele falou ?mãe, é mais forte que eu, mas eu vou conseguir e um dia vou colocar tudo que eu peguei dentro de casa?.

A senhora já ficou com medo de receber a notícia da morte dele?
Sempre tive porque sei que só há dois caminhos: a prisão ou a morte. Mas prefiro vê-lo preso que morto.

Sesa possui 1.320 vagas para reabilitação
A Secretaria de Saúde (Sesa) informou que, atualmente, são oferecidas 1.320 vagas em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Centros de Tratamento ao Toxicômano (CTT). A Rede de Atenção está em expansão e ganhará mais 2.175 vagas para acolhimento e tratamento, por mês, de usuários de drogas. A Sesa informa que a porta de entrada para o tratamento de dependentes químicos é a unidade básica de saúde mais próxima da residência do paciente, Pronto-Atendimento Municipal ou um dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas para orientação.

A Gazeta ( O melhor Jornal do ES)

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