sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cientistas monitoram tubarões para reduzir risco de ataque nas praias de Pernambuco

RECIFE - Cientistas estão capturando e monitorando tubarões em Pernambuco para evitar que eles se aproximem das praias e coloquem em risco surfistas e banhistas. Os tubarões são capturados com anzóis especiais, que permitem que eles sobrevivam. Ao ser capturado, os tubarões recebem um dispositivo de monitoramento via satélite, que indica com sinais sonoros quando eles estão perto das praias. São 25 receptores de sinais instalados no mar.

Com este sistema os pesquisadores sabem exatamente por onde circula o tubarão e se, ele estiver na área onde houve os ataques, outro equipamento é capaz de monitorar o trajeto do animal depois que ele se afasta.

O dispositivo passa entre três e seis meses no corpo do tubarão. Quando se solta, boia e os cientistas podem resgatar o equipamento, que registra todas as informações sobre o animal - uma espécie de big brother do tubarão.

Já foram capturados 270 tubarões, que foram marcados e soltos 20 km mar adentro. Segundo os cientistas, os liberados não retornam mais às praias.

O inverno é período de alerta nas praias de Pernambuco. Foi sempre o inverno o período em que os tubarões atacaram com mais frequência: 53 vezes. A primeira foi em junho de 1992. De lá para cá, 20 pessoas morreram. A maioria, surfistas. A última morte foi registrada há três anos.
- É importante alertar a população, o risco é particularmente mais alto nos períodos de vento e chuvas mais intensos. E nós tivemos este ano um período de chuvas acima do normal. Anos em que tivemos chuvas muito intensas foram normalmente quando tivemos incidências elevadas de ataques - alerta o diretor de Pesca e Agricultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Fábio Hazin.
Segundo ele, o período de alerta vai de maio a setembro.

A pesquisa também descobriu porque os tubarões matavam no litoral pernambucano. A bordo do barco Sinuelo, a pesquisa foi iniciada no ano de 2004. Desde então, dos 270 tubarões capturados, 75 eram das espécies mais agressivas. Para os cientistas, a construção do Porto de Suape foi o que mais contribuiu para atrair os animais para o Litoral do estado.

- A principal informação é a confirmação da hipótese que nós tínhamos de que esses animais estão se aproximando da área de risco porque eles estão realizando a migração acompanhando as correntes oceânicas, que são predominantemente no sentido de sul para norte, e em razão do tráfego marítimo intenso no Porto de Suape, eles são atraídos - explica Hazin.

O Globo

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