Expedição vai tentar recuperar as caixas pretas do avião da Air France.
Outro assunto que ficou em evidência esta semana: o resgate do avião da Air France que caiu na costa brasileira, dois anos atrás. O repórter Marcos Uchôa mostra os detalhes da expedição que vai tentar recuperar as caixas pretas do avião.
Em 25 de março de 2011, parte do Porto de Suape, na costa brasileira, a quarta expedição tenta achar, no fundo do mar, os destroços do avião da Air France, quase dois anos depois do acidente. Era a última tentativa e os investigadores estavam preparados para ficar quatro meses procurando. Mas já no oitavo dia, encontraram o alvo, em um local um pouco ao norte da trajetória do voo.
Na escuridão do fundo do Oceano Atlântico, finalmente ficou claro o destino do avião. São milhares de fotografias tiradas pelo submarino, mas poucas foram divulgadas. Turbinas, trem de pouso, fuselagem.
No norte de Paris, fica a BEA (sigla que em francês significa o Escritório de Investigação e Análises). O diretor Jean Paul Traodec recebeu o Fantástico. Especialista do aspecto técnico do acidente, Traodec fica desconfortável quando se trata do assunto dos corpos achados junto ao avião. O número não foi divulgado.
Até hoje, 80% dos corpos das pessoas mortas não foram encontrados. Quantos ainda estão lá? E em que condições?
Traodec diz que a água está a 2ºC, e que a 3900 metros de profundidade quase não tem oxigênio que permita reações químicas para a decomposição dos corpos.
Ainda assim, a ideia de tirar as pessoas desse túmulo gelado é algo que para famílias na França e no Brasil é muito delicado. Traodec diz que eles não têm opção porque existe um processo judicial e que vão pegar todos os corpos que puderem pegar.
No Brasil, o líder da associação das famílias vítimas do acidente está resignado com essa decisão. “Algumas famílias, até por sentimento, achavam deveriam ficar lá no fundo do mar. Mas sabemos que não pode ser feito isso por causa da lei”, esclarece Nelson Faria Marinho, presidente da Associação Brasileira de Vítimas do voo 447.
Três navios foram pré-selecionados para essa última viagem que deve começar em duas ou três semanas. Um deles está atracado no Porto de Brest, na França.
O Fantástico foi conhecer o que faz um barco desses ser tão especial. O comandante explica que um cablier normalmente é um navio que coloca e conserta cabos submarinos utilizados para comunicação. E que, no mundo todo, só existem uns 30 com todos esses equipamentos. É fundamental ter um robô para fazer o trabalho no fundo do mar, cortar, pegar, recolher, tudo monitorado lá de cima.
O navio estava sendo carregado, e vários tripulantes disseram estar na expectativa de fazer esse trabalho. Mas, no dia seguinte, o governo francês escolheu outro barco, igual, por estar nas Ilhas Canárias, já mais próximo do local.
Cerca de 60 pessoas, entre tripulantes, peritos, médicos legistas e funcionários da polícia judiciária, vão participar dessa última expedição que deve demorar cinco semanas para completar todo o trabalho. Além do barco principal, haverá outro menor, da Marinha francesa, responsável por trazer para a França,o mais rápido possível, as caixas-pretas e todos os instrumentos mais importantes para a investigação.
Philipe de Hugues é chefe do laboratório que vai analisar as caixas-pretas. Ele explica que o nome ficou, mas que há décadas que elas são laranjas para serem mais fáceis de serem encontradas. São duas caixas, e o que importa são os cilindros. Em um, estão as últimas duas horas das conversas dos pilotos. No outro, os dados técnicos das últimas 25 horas de voo do avião.
Philipe mostra a gravação de uma aterrissagem normal. O que aconteceu com o voo 447 é o mistério que todos querem esclarecer.
No norte de Paris, fica a BEA (sigla que em francês significa o Escritório de Investigação e Análises). O diretor Jean Paul Traodec recebeu o Fantástico. Especialista do aspecto técnico do acidente, Traodec fica desconfortável quando se trata do assunto dos corpos achados junto ao avião. O número não foi divulgado.
Até hoje, 80% dos corpos das pessoas mortas não foram encontrados. Quantos ainda estão lá? E em que condições?
Destroços do avião encontrados no fundo do Oceano Atlântico |
Ainda assim, a ideia de tirar as pessoas desse túmulo gelado é algo que para famílias na França e no Brasil é muito delicado. Traodec diz que eles não têm opção porque existe um processo judicial e que vão pegar todos os corpos que puderem pegar.
No Brasil, o líder da associação das famílias vítimas do acidente está resignado com essa decisão. “Algumas famílias, até por sentimento, achavam deveriam ficar lá no fundo do mar. Mas sabemos que não pode ser feito isso por causa da lei”, esclarece Nelson Faria Marinho, presidente da Associação Brasileira de Vítimas do voo 447.
Três navios foram pré-selecionados para essa última viagem que deve começar em duas ou três semanas. Um deles está atracado no Porto de Brest, na França.
O Fantástico foi conhecer o que faz um barco desses ser tão especial. O comandante explica que um cablier normalmente é um navio que coloca e conserta cabos submarinos utilizados para comunicação. E que, no mundo todo, só existem uns 30 com todos esses equipamentos. É fundamental ter um robô para fazer o trabalho no fundo do mar, cortar, pegar, recolher, tudo monitorado lá de cima.
O navio estava sendo carregado, e vários tripulantes disseram estar na expectativa de fazer esse trabalho. Mas, no dia seguinte, o governo francês escolheu outro barco, igual, por estar nas Ilhas Canárias, já mais próximo do local.
Cerca de 60 pessoas, entre tripulantes, peritos, médicos legistas e funcionários da polícia judiciária, vão participar dessa última expedição que deve demorar cinco semanas para completar todo o trabalho. Além do barco principal, haverá outro menor, da Marinha francesa, responsável por trazer para a França,o mais rápido possível, as caixas-pretas e todos os instrumentos mais importantes para a investigação.
Philipe de Hugues é chefe do laboratório que vai analisar as caixas-pretas. Ele explica que o nome ficou, mas que há décadas que elas são laranjas para serem mais fáceis de serem encontradas. São duas caixas, e o que importa são os cilindros. Em um, estão as últimas duas horas das conversas dos pilotos. No outro, os dados técnicos das últimas 25 horas de voo do avião.
Philipe mostra a gravação de uma aterrissagem normal. O que aconteceu com o voo 447 é o mistério que todos querem esclarecer.
Fantástico
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