A Funai (Fundação Nacional do Índio) está monitorando grupos indígenas que vivem isolados perto da fronteira do Acre com o Peru.
A migração de grupos do país vizinho para o Brasil pode causar um confronto entre índios "como não se via há mais de 500 anos", diz o indigenista da Funai Artur Figueiredo Meirelles, coordenador da frente de proteção etnoambiental de Envira (AC).
Na região de Envira, há pelo menos três etnias que nunca tiveram contato entre si ou com a sociedade.
Com a extração de madeira na Amazônia peruana e a exploração de coca, os índios nômades do Peru fogem em busca de caça e alimentos para coleta, diz o ex-coordenador da frente de proteção José Carlos dos Reis Meirelles.
De acordo com Figueiredo, é possível deduzir pela observação feita em sobrevoos que os nômades estão se aproximando dos isolados.
Caso se encontrem, a reação natural dos índios isolados é defender o território pelo combate, diz Figueiredo.
NOVAS IMAGENS
Gleison Miranda/Funai/Survival |
A ONG de proteção aos índios Survival Internacional divulgou nesta segunda-feira (31) fotos de um dos três grupos de índios isolados no Acre.
Nas imagens, feitas pela Funai em março de 2010, eles aparecem com o corpo coberto de urucum, empunhando arcos e flechas. Nos cestos é possível identificar mamão e mandioca.
O mesmo grupo já foi fotografado em 2008 e é monitorado há 23 anos, de acordo com José Carlos dos Reis Meirelles. As observações são feitas à distância (por terra) ou por sobrevoos a cada um ou dois anos.
Os índios das outras duas tribos nunca foram vistos -- eles fogem para o mato quando escutem o barulho das aeronaves, diz o indigenista.
Segundo estimativas de Meirelles, há pelo menos 600 índios vivendo nos três grupos isolados --somente na comunidade fotografada são cerca de 300 índios. O número não é preciso porque é obtido com base no tamanho do território ocupado pelas tribos, no número de ocas e na área plantada.
A Funai estima que existam no Brasil 67 grupos de índios isolados nas diversas regiões do país.
Folha Online
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