RIO - Entre dezembro de 2010 e março de 2011, 2,685 milhões de turistas devem chegar ao Rio, sendo 30% estrangeiros, segundo estimativas da Riotur. Não é exagero: foram 2,595 milhões no verão de 2010, incluindo réveillon e carnaval. Estes e mais a população do município, que está em 6,323 milhões, formam uma aglomeração que pode desencadear doenças diarreicas, conjuntivite, dengue tipo 4, gripes, meningite, hepatite A, tuberculose e até doenças mais excêntricas, como a febre do Nilo ocidental e a chikungunya, comum no Sudeste asiático e transmitida por um velho conhecido dos cariocas: o Aedes aegypti.
No caso das gripes e viroses, basta que o viajante traga o vírus na bagagem para que a transmissão aconteça - um problema enfrentado por qualquer destino que recebe milhões de turistas. Em 2009, um grupo de 24 turistas ficou retido em um hotel no Tibete por suspeita de contaminação pelo vírus H1N1 e, no início deste ano, um alemão morreu vítima do vírus quando esquiava na Áustria. Há ainda relatos de contaminação por norovírus em cruzeiros pelo mundo.
As doenças diarreicas ficam por conta das condições encontradas na cidade: muita gente junta, comendo nos mesmos lugares, em geral alimentos expostos por muito tempo na rua. O resultado? Surtos de diarreia.
- As aglomerações de verão estão mais associadas à contaminação por água e alimentos do que a doenças respiratórias ou em que haja transmissão pessoa a pessoa, exceto nos casos de conjuntivite. O que acontece é que o vendedor ambulante enche o carrinho de alimentos para dar vazão à demanda das praias, aqueles alimentos ficam expostos por muito tempo, as pessoas comem e passam mal. - explica o infectologista Stefan Cunha Ujvari, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. - Mesmo os salgadinhos, se o recheio de carne, porco ou ave não estiver bem cozido pode causar salmonela, porque alguns animais têm esta bactéria no intestino.
O sanitarista Márcio Garcia, chefe da Coordenação de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria municipal de Saúde, diz que a doença tem até nome: diarreia do viajante.
- É importante o turista conhecer o destino para saber a que riscos estará exposto, tomar as vacinas e evitar viajar doente. No destino, optar por água mineral; ingerir alimentos de origem conhecida, de preferência cozidos; e lavar sempre as mãos com água e sabão - sugere.
Mais de 200 navios atracam até março
Para o virologista Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), áreas abertas, como as praias, são benéficas. Os confinamentos são muito mais perigosos.
- As pessoas se colocam em atitude de risco nesses cruzeiros, onde viroses inaparentes servem como fonte de infecção. Para cada pessoa doente há outras nove infectadas que podem ou não desenvolver a doença - afirma. - Ao desembarcar em uma cidade como o Rio de Janeiro, tudo bem, há hospitais. Mas e se o navio atracar em Búzios, que conta com a estrutura de postos de saúde?
De dezembro a março, o Pier Mauá contabiliza 204 atracações de navios de portes diversos, a maior parte de cabotagem. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, todos os passageiros têm que ser liberados pela Vigilância Sanitária e pelo Ministério da Saúde para poder desembarcar.
Viviane Nogueira ( O Globo)
AS TOP 14 DOENÇAS MAIS COMUNS NO VERÃO
Quando o verão chega, algumas doenças começam a aparecer mais freqüentemente, seja porque as pessoas ficam mais tempo expostas ao sol, seja porque consomem alimentos que ficaram muito tempo fora da geladeira, o fato é que no verão existem alguns cuidados que devem ser tomados.
1) Conjuntivite bacteriana
A conjuntivite bacteriana é a inflamação daquela pele transparente que recobre os olhos, chamada de conjuntiva. Ela é mais comum no verão, pois é muito fácil contraí-la ao freqüentar praias impróprias para banho e piscinas que não estejam devidamente tratadas. Para evitar a contaminação é importante, além de não tomar banho em lugares indevidos, evitar usar toalhas de outras pessoas e entrar em contato com quem estiver com a doença, pois ela é de fácil transmissão. Quando se contrai conjuntivite, os olhos ficam vermelhos e lacrimejantes, e há uma produção de secreção amarelada. Além disso, também são comuns fotofobia e uma sensação de que há areia dentro dos olhos.
Otite externa
Por ser quente, úmido e escuro, o canal auditivo se inflama com facilidade e infecções causadas por fungos e bactérias, como a otite, acontecem. A otite externa ocorre principalmente em pessoas que freqüentam praias e piscinas regularmente.
Doenças de pele
Como o verão é a estação mais quente do ano, são comuns as idas a praia ou ao clube, o que faz com que as pessoas fiquem com a pele úmida por mais tempo, seja porque mergulharam em algum lugar, seja porque apenas estão transpirando mais que o normal. Esse excesso de umidade favorece o aparecimento das doenças de pele, que são causadas geralmente por fungos ou bactérias, a seguir está uma lista das mais comuns nessa estação:
Câncer de pele
Uma das principais causas do câncer de pele é a exposição excessiva ao Sol. As pessoas mais afetadas por essa doença são aquelas com a pele muito clara e sensível. Para se prevenir basta não tomar sol nos horários em que ele está mais forte, das 10 horas da manhã até as 4 da tarde. Além disso, é importante passar sempre filtro solar, até mesmo no dia a dia, e evitar cigarro e exposição a substâncias químicas como arsênio e alcatrão. Os sinais mais comuns de que alguma coisa está errada são: mudanças na pele, como uma ferida que não sara ou uma pequena lesão endurecida, brilhante ou avermelhada e pintas, sinais e verrugas que crescem ou mudam de cor.
Brotoejas
As chamadas miliárias, bolinhas de água vermelhas acompanhadas de coceira, são erupções que aparecem em crianças nas regiões das dobras de pele, como o pescoço. Elas estão relacionadas à secreção das glândulas sudoríparas e aparecem por causa do excesso de calor e transpiração. Para se prevenir, evite sol e ambientes muito quentes e não dê banhos com água muito quente nas crianças. Para acalmar a irritação misture maisena no banho dos pequenos ou passe pasta d’água nas feridas.
Acne
Durante o verão a oleosidade da pele aumenta o que favorece o surgimento de acne. Além disso, a exposição ao sol, em um primeiro momento, pode até melhorar o problema, porém, após alguns dias, há um aumento da produção sebácea o que piora a acne. Por isso, para quem sofre com esse problema o melhor mesmo é evitar se expor demais ao sol.
Candidíase
A candidíase aparece mais no verão, pois as pessoas costumam ir a praias e piscinas e não tiram o maiô, biquíni ou sunga molhados depois que voltam para casa. Isso facilita a proliferação de fungos, como o causador dessa doença, que se caracteriza pela formação de pequenos pontos vermelhos e coceira nos genitais e em mucosas, como o canto da boca.
Pano branco ou pitiríase versicolor
Essa micose é muito comum em climas tropicais. O causador dela é o fungo Ptyrosporum ovale, que existe normalmente no meio ambiente, mas que só causará problemas de saúde se tiver condições adequadas para isso. O pano branco só aparece quando a pessoa está com baixa imunidade, e quando o fungo se encontra em um ambiente úmido e de bastante calor. Os sintomas são manchas brancas na pele, mas em alguns casos as manchas podem ser castanhas ou avermelhadas.
Impetigo
Essa doença é causada pelo desequilibro da população de uma bactéria normalmente presente na pele, a Streptococcus pyogenes, e que pode ser deflagrada por mudanças no clima. Lesões na pele, como as causadas por picadas de insetos, são o local ideal para o desenvolvimento e ação dessa bactéria, que causa inflamação e forma uma crosta cor-de-mel na ferida.
Pé-de-atleta ou frieira
Essa micose aparece entre os dedos e causa vermelhidão na pele dos pés. Ela é altamente contagiosa, mas geralmente as pessoas costumam contrair tal fungo por meio do próprio ambiente. Por isso é importante não andar descalço em vestiário de piscina, tocar em animais desconhecidos e usar calçados de outras pessoas. Além disso, tente sempre deixar o ambiente arejado, ande descalço dentro de casa e use sandálias abertas sempre que possível, use roupas de algodão que facilitam a transpiração e enxugue bem todas as "dobras" do corpo. Geralmente os sintomas são o embranquecimento da pele entre os dedos do pé e a descamação dela, que eventualmente se rompe em pequenas fissuras. Quando a micose não se encontra entre os dedos e sim na sola do pé, ela se caracteriza por uma leve irritação e então envolve toda a sola do pé.
Verminose
Outra doença de pele que pode ser contraída nas praias é a larva migrans que é transmitida por larvas de parasitas presentes em fezes de cachorro. O parasita entra pela pele, principalmente pelos pés, e causa inflamação.
Onicomicose
A doença que afeta as unhas mais freqüente durante o verão é a onicomicose. Doença provocada por fungos e também pelas leveduras. Ela começa na ponta da unha, deixando-a amarela, espessa e com uma aparência feia. Além disso, ela dói bastante e incomoda.
Desidratação
O risco de ter uma desidratação é maior no verão, pois nessa estação do ano transpiramos mais e existem mais chances de se comer uma comida estragada por má conservação. A desidratação se caracteriza pela perda de líquidos e sais minerais do corpo. Quando o organismo está funcionando normalmente perde-se em média 2,5 litros de água por dia, seja pela urina e fezes, seja pelo suor ou pela respiração. Essa perda pode se tornar excessiva por vários motivos. O simples aumento da transpiração ou uma intoxicação alimentar podem ser fatores determinantes na hora de se ficar doente. Uma pessoa desidratada fica com sede, com a boca e mucosas secas, olhos ressecados e fica muito tempo sem urinar. Existem algumas coisas que você pode fazer para prevenir a desidratação, como usar roupas leves, ingerir constante mente líquidos, não comer alimentos que tenham ficado muito tempo fora da geladeira, por exemplo, e sempre preferir ficar em lugares arejados e frescos.
Insolação
A insolação acontece quando uma pessoa fica tempo demais exposta ao sol. Seus sintomas são intensa falta de ar, dor de cabeça, náuseas, tontura, temperatura do corpo elevada, pele quente, avermelhada e seca, extremidades arroxeadas e até mesmo inconsciência. Além disso, com ela também vem a desidratação e queimaduras que podem ser apenas pele vermelha até bolhas na pele. Para evitar que isso aconteça com você, evite tomar sol nos horários em que ele está mais forte e sempre use filtro solar.
Intoxicação alimentar
Quando as pessoas estão na praia ou no clube e ficam com fome, muitas não pensam duas vezes antes de comprar um sanduíche natural , ou aqueles camarões em espetinho que são vendidos pelos ambulantes. O que elas não sabem é que isso é muito perigoso, principalmente no verão quando a temperatura está alta e é mais fácil as comidas estragarem. Por isso é importante sempre se alimentar em um lugar que você tenha certeza que a comida foi preparada com higiene e que foi bem armazenada, pois um alimento contaminado pela Salmonela, por exemplo, que é um microorganismo que atinge as carnes, pode causar até mesmo desidratação grave. Apesar disso, em geral os sintomas da intoxicação alimentar duram poucos dias. Nos casos menos graves, um dia de repouso e a ingestão de uma grande quantidade de água ou de sucos, são suficientes para compensar a perda de líquidos provocada pela diarréia ou pelos vômitos.
Fonte: Banco de Saúde
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