segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pe Lanza. Por dentro do coração do Restart que só quer amar você

Por dentro do coração de Pe Lanza
Fama? Prêmios? Dinheiro? Nada disso. O vocalista da banda Restart só quer amar você

No alto à esquerda: Thoma, à direita Koba. Abaixo à
esquerda Pe Lanza e Pe Lu à direita
Uma hora antes de um show em Sorocaba, no interior de São Paulo, o carro da banda Restart é cercado por uma pequena multidão de adolescentes. Em uma cena que se tornou rotina antes das apresentações da banda, os gritos apaixonados e os inevitáveis sinais de coração com as mãos se misturam a palavrões e gestos obscenos. Alguns acamparam desde a manhã na frente do hotel, em busca de um autógrafo. Outros passaram a tarde inteira esperando apenas para xingar. A maior parte da atenção se dirige ao vocalista da banda, Pe Lanza, de 18 anos – uma espécie de primo brasileiro de Justin Bieber. A exemplo do astro pop americano, ele não se incomoda com as reações negativas e acena de dentro do carro para as fãs. Mais tarde, quando a banda sobe ao palco, os críticos ficam do lado de fora e a histeria dos fãs atinge o ápice. Com seu corpo franzino, cabelos espetados e calça verde-limão perigosamente abaixo da linha da cintura, Pe Lanza está pronto para amar.

Assistir a um show do Restart – o maior fenômeno adolescente atual no país – pode ser um poderoso exercício de autoestima e uma cura para a solidão. Entre uma música e outra, a banda despeja declarações de amor sobre os fãs. “A gente sempre amou vocês.” “Nós somos completamente apaixonados por este público, e agora vamos cantar uma música para vocês também se apaixonarem pela gente.” “A gente tentou passar só um pouquinho deste amor e deste carinho que a gente sente por vocês: sintam-se beijados e abraçados.” Quando as demonstrações de amor mútuo são interrompidas por uma canção, as melodias e letras açucaradas reiteram a mensagem. A cada verso que eu escrevo/só aumenta esse amor em mim, dizem os versos de “Esse amor em mim”. A julgar pelo entusiasmo do público e da banda, fica difícil imaginar como o amor ainda pode aumentar.


“A gente tenta espalhar um pouco de amor e de carinho no que a gente faz, nas nossas roupas e nas nossas músicas”, afirma Pe Lanza. “O mundo está tão escrachado, tem gente tão novinha se afundando em drogas, deixando a família para trás. A gente tenta mostrar para a galera que dá para se divertir com coisas legais.” No perfil de Pe Lanza no Twitter, por exemplo, a rebeldia dos astros do rock dá lugar a elogios à mãe. Embora rejeite o rótulo de bom moço, ele diz que, se o mundo fosse dividido entre bonzinhos e bad boys, a banda estaria do lado dos primeiros. Por isso, assume o papel de espalhar as “coisas boas” entre os fãs. Não importa qual seja a pergunta para Pe Lanza, as palavras “amor”, “carinho” e “galera” sempre aparecem na resposta. Afinal, “se não fossem o amor e o carinho dessa galera, o Restart não seria nada”.


Como em muitos romances da geração à qual a banda pertence, o flerte começou pela internet, onde o já famoso sinal com as mãos é traduzido como “S2” – com alguma imaginação é possível enxergar um coração no espaço entre os dois caracteres. Embora eles tenham começado a tocar aos 12 anos, quando Pe Lanza ainda era Pedro Gabriel Lanza Reis e as roupas coloridas estavam longe de inspirar uma marca da banda, o Restart só ficou conhecido há dois anos, graças ao MySpace. A forte interação com os fãs ajudou a divulgar as primeiras músicas, colocadas à disposição do público para download.

“No primeiro show que fizemos depois de lançar as músicas no MySpace, a plateia já sabia todas as letras”, afirma o guitarrista Pelu, compositor da maioria dos sucessos da banda. A devoção dos primeiros fãs fez com que o Restart atingisse públicos maiores e ganhasse fama antes mesmo de chegar às rádios. O papel que desempenharam é reconhecido por toda a banda, que os apelidou de “família Restart”. Mesmo quando a banda se tornou um sucesso e as viagens ficaram mais frequentes, a internet continuou a ser uma maneira de manter a família Restart unida, por meio de mensagens em redes sociais.

Se o Restart e seus fãs são uma família, Pe Lanza é o filho preferido. Antes do sucesso, seu visual exótico (que inclui óculos grandes, com lentes sem grau) provavelmente provocaria estranhamento. Após a fama, porém, ele se tornou um símbolo sexual adolescente: seu nome é o mais gritado pelas fãs, e um destaque constante nos cartazes com mensagens de amor. No Twitter, ele conta com 576 mil seguidores – apaixonados. “Ele tem um jeito humilde de ser, trata bem as fãs, está sempre brincando. E acho ele muito bonito, muito alegre”, diz Nathália Portal, de 15 anos, do fã-clube Street Team. “É o meu favorito pelo jeito como trata as fãs. Ele conversa com o público, representa muito para a galera”, diz a fisioterapeuta Vanessa Junqueira, de 24 anos, fundadora do fã-clube Esse Lanza em Mim. A elas, Pe Lanza responde no palco: “Vocês sempre vão estar com a gente bem aqui, ó”. Ali, bem no S2.

O sucesso de Pe Lanza com o público feminino logo chamou a atenção dos rapazes, que passaram a imitar seu estilo. Um exemplo é Edimar Gonçalves, de 18 anos – ou Edi Lanza, desde que assumiu a função de cover do cantor, há seis meses. Seu depoimento é um testemunho do poder transformador do Restart... e do amor. “Eu era um menino que quase não saía de casa. Falaram que eu era parecido com o Pe Lanza, aí deixei o cabelo crescer, comecei a usar as mesmas roupas que ele e sigo o mesmo estilo. Nossa senhora, em todo show a que eu vou as fãs me puxam, é muito legal. Às vezes elas até pagam para eu ir. Minha vida amorosa melhorou muito; é muito legal ver o carinho das meninas.”

Com tanta devoção dos fãs, só faltava o aval da crítica. Em 2010, a banda conquistou cinco prêmios no Video Music Brasil, principal premiação do rock nacional. O hit “Recomeçar” foi escolhido como melhor música no prestigiado Prêmio Multishow de Música Brasileira. A banda também foi homenageada como revelação no Prêmio de Música Digital – um tributo às origens de seu sucesso. As conquistas colocam a banda diante de um desafio: depois de conquistar o público e a crítica no Brasil, por onde continuar a espalhar o amor? O próximo álbum da banda, Restart by day, chega às lojas nesta semana com seis músicas em português e seis em espanhol. O lançamento incluiu apresentações no Uruguai e na Argentina, onde as músicas da banda já estão entre as mais tocadas nas rádios. Como diz Pe Lanza a seu público, “assim meu coraçãozinho não aguenta”.
Restart no Programa do Jô
FAMÍLIA RESTART
No palco e na plateia, os shows são um espetáculo de roupas coloridas e corações. Para demonstrar a admiração pela banda, vale tudo: cartazes, mensagens, gritos e uniformes ao estilo de uma torcida organizada
Fonte: EPOCA


A força das cores
Banda Restart apresenta novo show na semana que lança produtos como bonecos, jogo de cama, cadarços e relógios – todos, claro, com cores bem chamativas, característica dos meninos

Cadarços coloridos, parte do figurino da banda,
agora podem estar também no seu pé; Os relógios, batizados
de Restart Moving Collection, custam R$ 149,90
Se você não vai às cores, elas vêm até você. É assim que funciona com a banda Restart, “a maior banda de pop rock do Brasil”, segundo o empresário Marcos Maynard. O grupo aumentou seu lastro de dominação juvenil ao lançar, na última quarta-feira, uma série de produtos que incluem bonecos, cadarços e jogo de cama – já são 500 itens licenciados.


A avalanche administrada por Pe Lanza (vocal e guitarra), Pe Lu (guitarra), Koba (baixo) e Thomas ( bateria) coincide com o lançamento do novo show do grupo em São Paulo.


A apresentação no gigante Credicard Hall (com capacidade para 6 mil pessoas) contará com nova iluminação, fogos de artifício, tecnologia de ponto, novas brincadeiras e uma canção inédita, composta especialmente para a ocasião.


Com apenas três anos de existência, o Restart pretende continuar dominando a cena do pop rock nacional. Para os próximos meses, um livro “Restart – Coração na Mão”, o DVD ao vivo e a trilha sonora do filme, que serão lançados pela Radar Records, e o filme propriamente dito, a ser lançado em janeiro de 2012 pela Paranoid Films, do premiado Heitor Dhalia e dirigido por Cisma, estão na agenda. Ufa...


O talento precoce dos paulistanos de 20 anos é definido assim pelo experiente empresário Marcos Mayanard – que, nos anos 80, lançou nomes como RPM, Capital Inicial e Balão Mágico: “A Restart é uma banda que tem quatro protagonistas.

Artistas de talento acima da média como eles geram produtos que se identificam com seu público”, conta.


A dominação, portanto, não fica apenas restrita ao palco e às lojas de discos. Em www.restartshop.com.br, é possível adquirir todas as novidades da banda. E nem críticas ferrenhas, como a de Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, ou Lobão – que os chamou de “aberração da natureza” – parece incomodar.


entrevista
Marcos Maynard_empresário


Do RPM ao Restart em 30 anos


BOM DIA_ Como está sendo gerenciada essa avalanche de produtos do Restart?
MARCOS MAYNARD_ O processo é gerenciado por mim. As imagens e logos foram aprovadas previamente pelo Koba, também designer da banda.


O sucesso do Restart é similar com o do RPM nos anos 80?
É difícil comparar porque são épocas diferentes. Os artistas de rock dos anos 80 foram muito influenciados pelo momento político que viviam, pós-ditadura. A Restart vem de um momento político e econômico onde o Brasil começa a dar certo. Logicamente, as temáticas são absolutamente diferentes, mas se existe alguma semelhança seria que os dois artistas foram e são fenômeno indiscutível de fãsl.


Não teme uma superexposição da banda?
Isso só vai depender dos próprios artistas. Se eles tiverem fôlego para continuar criando músicas que se conectem com sua geração, terão vida longa.


Você se assusta com esse crescimento tão rápido do grupo no meio digital?
Não, não me assusta, porque sempre estive conectado com o futuro. Quando dirigia companhias discográficas, fui o primeiro executivo a dar força para o iMúsica, que estava nascendo. Eu já sabia que o futuro era digital.


Quais são os próximos passos do Restart?
Estamos lançando pela Saraiva o livro “Restart – Coração na Mão”, o DVD ao vivo e a trilha sonora do filme, que serão lançados pela Radar Records. Além disso, tem o filme propriamente dito, a ser lançado em janeiro de 2012.


Como avalia esse sucesso da banda em tão pouco tempo?
São músicos de primeira linha, o que muita gente não acredita. Estudaram em conservatório e se prepararam para a carreira. É uma banda de quatro protagonistas.

Marco Bezzi
Agência BOM DIA

Um comentário:

  1. as músicas da banda são muito boas,mas esse estilo...poderia ser mudado,pe-lanza lindoo s2

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