Jogador de futebol que teve traumatismo craniano ao cai da cama ficou por dois dias em uma maca e tomando diazepan e analgésicos

Fafá, companheiro de Farllyn no Real Noroeste, desmente briga e conta detalhes do socorro prestado ao lateral
Vítima, com traumatismo craniano, ficou por dois dias em uma maca e tomando diazepan e analgésicos

Farllyn, Real Noroeste

Segue grave o estado de saúde do lateral-direito Farllyn, de 20 anos, do Real Noroeste, que teria sofrido um acidente ao cair de uma cama beliche e bater a cabeça na concentração do clube, em Águia Branca, no último dia 19. No boletim médico divulgado na noite desta terça-feira(28), um dia após a segunda cirurgia na cabeça do jogador (na semana passada, um coágulo já havia sido retirado da cabeça), desta vez para diminuir a pressão intracraniana, Farllyn segue correndo risco de morte, em coma induzido, e seu estado de saúde é delicado.

O zagueiro Fafá, do Real Noroeste, dividia o quarto da concentração com Farllyn, Patric, Diogo e Róbson Bahia, e disse ter sido o primeiro a socorrer o jogador. "Só vi quando ele estava no chão, por causa do barulho. Fui o primeiro a socorrer ele. Ele já caiu desacordado. Não fiquei sabendo se ele bebeu na noite anterior. Mas acho que não. Ele é um garoto sossegado", disse Fafá, desmentindo qualquer possibilidade de uma briga.

"Quem viu não acredita que foi queda de uma cama por causa da gravidade. Mas foi. A gente nunca brigou aqui. Todo mundo gosta dele para caramba", garante.

Na delegacia de polícia de Barra de São Francisco, o delegado José Augusto Militão informou que nenhuma queixa foi dada. "Se ele estava a serviço do clube, temos que estudar, ver as condições do beliche. Se alguém reclamar, podemos ver o aljojamento e implicar criminalmente".

Farllyn então foi levado ao hospital Rita de Cássia, em Barra de São Francisco, onde recebeu o primeiro atendimento. O médico do Real Noroeste Antônio Galvão chegou depois e conversou com o médico que fez o primeiro atendimento. "Ele me disse que o menino tinha um trauma e muita dor de cabeça. E precisava ser avaliado por um neurologista", explicou.

Assim o jogador foi transferido para o hospital Silvio Avidos, em Colatina, onde ficou por dois dias. "Pegaram o menino, colocaram ele em uma maca, mandaram dar medicamento. Passou de domingo para segunda em uma maca. Foram dois dias lá. Então o transferimos na terça-feira, no final da tarde. Quando chegou no outro hospital (o particular São Bernardo), foi imediatamente operado. Ele passou dois dias lá tomando diazepan e analgésico", garantiu Paulo, cogitando a possibilidade de o atleta ter tido uma convulsão, já que passou por isso aos três e 17 anos de idade. Mas uma tia do jogador informou que o médico responsável pelo caso descartou essa hipótese.

A Secretaria de Saúde do Estado, por meio da assessoria de imprensa, informou que Farllyn foi atendido, medicado, fez uma tomografia e tinha o diagnóstico do hospital. E que sua transferência foi solicitada pela família.

Estado de saúde do lateral Farllyn, do Real Noroeste, é estável após a segunda cirurgia no crânio

Farllyn, lateral-direito do Real Noroeste, vive drama após sofrer um acidente enquanto estava dormindo

Jaguaré, CTE Colatina e Pinheiros: três equipes disputam duas vagas para as quartas de finais da Copa ES 2010

foto: Divulgação/Pauta Livre

Silvério, gerente de futebol da Tiva,
ficou sabendo do acidente pela imprensa

Histórico sem problemas disciplinares
Antes de chegar ao Real Noroeste Farllyn passou pelas categorias de base da Desportiva. E lá nunca criou problemas. Pelo contrário. Deixou saudades. O gerente de futebol da Desportiva, Silvério dos Santos, ficou sabendo pela imprensa do que aconteceu com o lateral-direito, e garantiu que enquanto esteve no time grená o jovem nunca criou problemas para ninguém.

"Ele era um menino super educado, com comportamento nota 10. Não era de sair. O máximo era em uma lan-house ou supermercado. Morou aqui com a gente", explicou Silvério dos Santos.

Seu antigo técnico, Cosme Eduardo, é da mesma opinião. "Ele era cumpridor do dever dele. Brincalhão. Alegre. Colocava todo mundo para cima. Era um garoto que dificilmente brigaria com alguém", disse Cosminho.

No momento, família não cogita acionar a polícia
Bastante abatidos, os familiares de Farllyn não entraram em detalhes sobre o estado do menino. Só confirmaram que o momento é grave e que todos preferem acreditar em um acidente na concentração.

O pai, Francisco Gaiote, não atendeu aos telefonemas, não quis gravar com a TV GAZETA e sem as câmeras disse que o médico do caso não pode dar detalhes do que teria causado tantas lesões, como um trauma na cabeça e no maxilar, sem fraturas ou lesões pelo resto do corpo.

"O médico não afirma nada. Ele não pode falar nada. A gente acredita que foi a queda do beliche. Não pensamos em acionar a polícia. Vamos esperar o Farllyn acordar para saber o que aconteceu. Só vamos falar do caso quando passar tudo isso e o Farllyn acordar.", disse o pai ao repórter Alessandro Bacheti, da TV GAZETA NOROESTE.