quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Evocação de espíritos através de compasso vira febre entre adolescentes nas escolas e Internet

Adolescentes mostram em redes de relacionamento on-line suas experiências com a "brincadeira do compasso" ou "brincadeira do copo", onde, de acordo com os crédulos, os espíritos rodariam o instrumento para responder perguntas através de letras desenhadas sob uma superfície. Em vários blogs, fóruns, Orkut e MSN, eles estão tirando suas dúvidas, compartilhando experiências, chegando até a postar vídeos - dois deles com mais de 1 milhão de exibições.

Em matéria publicada no jornal "O Dia", em uma escola particular de Nova Iguaçu, vários jovens entraram em uma espécie de transe ao participar da brincadeira. Em uma folha com todas as letras do alfabeto, as palavras "sim" e "não", números de 1 a 12. Só se pode parar o jogo com a permissão da entidade, assim, o jogo pode perdurar por muitas horas.

A brincadeira do compasso, variante do copo, em que um grupo de adolescentes se reúne, geralmente nos intervalos entre as aulas, para obter respostas ‘do além’, vem motivando vídeos, fóruns de discussão no Orkut, blogs e MSN. Uma comunidade do Orkut — ‘Eu já joguei jogo do compasso’ — tem 1.356 membros. No Youtube, apenas dois vídeos já fizeram mais de 1 milhão de exibições.





Teresa Negreiros, professora de Psicologia Clínica da PUC-Rio, chama a atenção de que essas emoções podem confundir a mente dos adolescentes, tendo em vista que esta é uma fase difícil para todos eles. Esse tipo de brincadeira pode desenvolver distúrbios psíquicos.

A estudante Gisele, 19 anos, participou do jogo durante dois anos.
“Jogava todos os dias, na escola e em casa. Não conseguia parar. É um vício”, conta ela, que deixou de brincar depois que passou a ter alucinações. “Via vultos, escutava passos. Na escola, o compasso se mexia entre o A e o H como se estivesse rindo e as luzes das salas se apagavam. Fiquei muito perturbada”, diz.

Para a mestre em Psicologia Luiza Elena do Valle, a família não deve proibir o jogo, mas, sim, alertar sobre os riscos que a brincadeira implica.

Assista ao vídeo:

Um comentário:

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