Rodovalho: ippon do TSE |
Bispo Rodovalho (1) foi o quinto candidato mais votado, em 2006, com 68.378 votos. Ele foi eleito pelo PFL — partido que mudou de sigla para DEM —, mas decidiu deixar a legenda em setembro do ano passado para se filiar ao PP. De acordo com a Resolução nº 22.610 do TSE, o mandato pertence à legenda e não ao político. O objetivo do tribunal foi acabar com o constante troca-troca de partidos que tanto confundia o eleitor. A norma permite a mudança apenas quando houver criação de novo partido, desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal.
Ao abandonar o Democratas, o parlamentar ingressou na Justiça Eleitoral com pedido de justa causa para a desfiliação. Ele pretendia fundar o Partido Socialista da República (PSR) e estaria dentro das previsões legais. Apesar de registrada no Cartório do 2º Ofício do Registro Civil de Brasília, a legenda ainda está em processo de formação e não pode abrigar novos membros com vista às próximas eleições. Por isso, Rodovalho decidiu ingressar no Partido Progressista e acabou provocando a reação dos dois suplentes, que recorreram à Justiça para requerer a vaga. “O suposto partido não foi criado e o ora requerido filiou-se ao PP sem justificativas, simplesmente entregando na sede do Democratas seu pedido de desfiliação”, argumentaram na petição.
A primeira decisão do TSE, na quarta-feira, foi desconsiderar Izalci como autor da ação. Apesar de também ter concorrido em 2006 pelo DEM, conquistando 67.243 votos, ele se transferiu para o Partido da República (PR) em 2007. Segundo o relator do caso, ministro Aldir Passarinho Júnior, Izalci não teria condições de suceder o titular, uma vez que também teria cometido a infidelidade partidária. O suplente não se conformou com a decisão e avalia ingressar com embargos de declaração — recurso que pede o esclarecimento de pontos obscuros do julgamento — para tentar assumir o mandato.
Izalci diz ter saído do partido em período anterior à resolução do TSE: “Não entendi essa decisão, porque há jurisprudência na qual se permite a troca até o prazo legal, em março de 2007, e eu mudei antes dessa data”. Além disso, ele afirma estranhar a demora no julgamento, uma vez que era previsto um rito sumário, com prazo de 60 dias. “Fiquei decepcionado com o tempo que se levou para julgar.” De toda sorte, Izalci promete avaliar se recorrerá da decisão em consideração ao colega. “O Osório é um companheiro e está no último mandato. Além disso, agora eu perderia muito tempo de campanha.”
Perseguição
O posicionamento preliminar do TSE fez com que Osório Adriano se tornasse o primeiro suplente e beneficiário da decisão. A defesa de Rodovalho ainda alegou que o parlamentar teria deixado o DEM por perseguição política. Ele teria contrariado a orientação do partido e votado pela extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e, por isso, acabou respondendo a processo administrativo de investigação. Entretanto, para o relator, o argumento não ficou comprovado. “A simples instauração de um procedimento não configura grave discriminação. Senão, nenhum partido vai poder abrir processo porque sempre vai caracterizar um motivo para o cidadão sair por justa causa”, afirmou Passarinho Júnior.
O presidente regional do DEM, senador Adelmir Santana, diz que tentou evitar o embate judicial. “Sou amigo dos dois e vi que não vai sobrar quase nada desse mandato. Podem ficar resíduos políticos e mágoas entre pessoas que fazem parte de uma mesma coligação”, lembra Santana. Tanto o PP quanto o DEM fazem parte da chapa Esperança Renovada, que tenta eleger Joaquim Roriz (PSC) governador do DF. “Existe uma lei que afirma que o mandato é do partido. Não sou inimigo deles, mas cometeram um erro saindo do Democratas. Rodovalho não participava das reuniões internas e estava mais interessado nas vantagens das outras legendas”, disse Osório. Por meio da assessoria de imprensa, Rodovalho se limitou a dizer que iria recorrer da decisão, que não interfere na disputa deste ano. O bispo é candidato à reeleição.
1 - Império evangélico
Rodovalho nasceu em Anápolis (GO) e completou 55 anos em 15 de agosto. Ele é o fundador da comunidade evangélica Sara Nossa Terra, que representa um império religioso com mais de 700 templos espalhados em todos os estados brasileiros, a TV Gênesis e a rádio Sara Brasil FM. Com 18 anos de existência, a rede contabiliza mais de 700 mil fiéis. Além da pregação, Rodovalho já escreveu livros e gravou discos, todos voltados para a crença.
Fonte: correiobraziliense.com.br
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