marido de aluguel - Foto: Folha Vitória |
Após assistir a uma reportagem de TV sobre um homem que ganhava a vida realizando várias tarefas domésticas na casa de clientes em São Paulo, Danilo encontrou uma alternativa para driblar as dificuldades de encontrar um emprego no Espírito Santo. Recém chegado de Minas Gerais, seu estado de origem, para morar com o irmão na Barra do Jucu em Vila Velha, ele faz a definição da profissão marido de aluguel. “O marido de aluguel faz serviços residenciais que um marido não faz por falta de tempo ou de conhecimento. Vazamentos, encanamento, armário que não fecha, eletricidade, pintura infiltrações e vários itens”, lista Danilo.
O mineiro revela que se sustenta apenas com os cinco atendimentos que realiza por mês na casa de clientes. O marido de aluguel diz ainda que não pretende mudar de profissão e, questionado sobre o preço cobrado por cada serviço, ele não revela valores e afirma que “depende se é pintura, tratamento de parede ou marcenaria.”Sobre trabalhar como marido de aluguel, Danilo conta que “a princípio é impacto, rejeição e discriminação. O pessoal até rasgou o cartaz por que não entendeu o que significa”, contou Danilo referindo-se aos cartazes de divulgação com seu telefone e serviços oferecidos.
Apesar do preconceito sofrido inicialmente, o marido de aluguel garante que o ofício o possibilita trabalhar em outros serviços. Ele também se defende de rótulos e conta que “há vários serviços internos de uma residência que precisam ser feitos por quem entenda. Chama-me e eu poderei resolver”, finaliza.
A nova realidade do mercado
Na opinião de Ângela Abdo, Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, o mercado de trabalho passa por uma nova fase e é favorável às pessoas com mais de 45 anos. “A expectativa de vida aumentou muito. As pessoas saíam do emprego com 50 ou 55 anos e se aqueciam cinco anos antes. Hoje as pessoas trabalham até os 65 anos”, afirma. A especialista explica que dois fatores contribuem para a melhor aceitação de indivíduos com idade mais avançada no mercado de trabalho.
“Eles conseguem se aposentar e trabalham para complementação de renda. Ficam tranqüilos e aceitam trabalhar por salários mais baixos”, diz. “Outra questão é que hoje as empresas veem que o jovem quer retorno mais rápido. Eles já entram na empresa querendo aumento. As pessoas mais velhas também têm maturidade e maior capacidade de lidar com frustrações, o tempo de espera é maior.”
Ângela Abdo afirma ainda que, na prática, as pessoas com experiência e maturidade vivem um momento favorável para encontrarem um emprego, desde que não exija vigor físico. “O mercado contrata pela experiência e capacitação”, pondera a especialista. “As pessoas não são contratadas pela idade”, afirma.
Da Folha Vitória
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