quinta-feira, 22 de julho de 2010

Depressão: Exame de retina pode ser um novo método para diagnostico

Pessoas em depressão veem o mundo em tons cinza. Esta doença não só acaba com o prazer de viver, mas com os contrastes do mundo visível. Este efeito "cinzento" pode até ser um fator de causa da doença, ou para manter a depressão, dizem cientistas.
Essa descoberta pode ajudar a explicar por que os artistas sempre retratam a depressão usando tons sombrios. Pesquisadores da Universidade de Freiburg, na Alemanha - que mostraram anteriormente que pessoas com depressão se esforçam para detectar diferenças em preto-e-branco - agora realizaram exames de retina que indicam que o impacto da doença é similar ao de diminuir o controle de contraste numa TV.
Você superou a depressão? Conte sua história
O resultado foi tão marcante que eles acreditam que esse teste poderia fornecer uma maneira de medir a gravidade da depressão. O estudo, conduzido por Ludger Tebartz van Elst e colegas, foi publicado na revista 'Biological Psychiatry'. E o editor da publicação, John Krystal, afirmou:
- Estes dados destacam as formas como a depressão altera a nossa experiência do mundo. O poeta William Cowper disse que a "variedade é o tempero da vida", mas quando as pessoas estão deprimidas elas são menos capazes de perceber variações no mundo visual. Esta perda parece tornar o mundo um lugar menos prazeroso.
Os pesquisadores mediram respostas elétricas para avaliar a atividade da retina em grupos de pessoas com depressão e indivíduos sem a doença. A retina, localizada na parte de trás do olho, contém as células sensíveis à luz, que, por sua vez, transformam os sinais luminosos em impulsos nervosos, que são interpretados no cérebro.
Os pacientes deprimidos apresentaram dramática redução de contraste na retina. Houve também uma significativa correlação entre o nível de contraste e o aumento da gravidade de seus sintomas. Os indivíduos que estavam mais severamente deprimidos tiveram a menor resposta da retina.
O padrão mostrou-se tão consistente que foi possível distinguir os pacientes altamente deprimidos dos voluntários saudáveis simplesmente olhando os resultados dos exames. Assim, novos estudos de eletrorretinograma poderiam fornecer uma melhor maneira de avaliar a disposição do paciente do que simplesmente perguntar: "Como você se sente?", dizem os cientistas.
- Este método poderá vir a ser um valiosa ferramenta para medir objetivamente o estado subjetivo de depressão, com implicações de longo alcance para investigação, bem como o diagnóstico clínico e o tratamento de depressão - disse Van Elst.

Fonte: O Globo

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