terça-feira, 5 de março de 2013

Nova técnica estimula o cérebro e trata depressão mais rápido


Nova técnica estimula o cérebro e trata depressão mais rápido
A estimulação magnética está sendo testada no Hospital das Clínicas de São Paulo

Uma nova técnica testada no Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo promete abreviar o tratamento da depressão. É a estimulação magnética transcraniana profunda que, ao contrário do que o nome pode sugerir, nada tem a ver com as antigas técnicas que usavam choque elétrico no paciente.
Neste novo tratamento, testado pelo Instituto de Psiquiatria do HC, os médicos usam ondas eletromagnéticas para estimular determinadas partes do cérebro. São dois segundos e meio de estímulo para pouco mais de 27 segundos de intervalo. No total, são 15 minutos de sessão.

Com o tratamento, uma paciente conseguiu diminuir de nove para dois a dose diária de remédios que tomava e já viu desaparecer alguns sintomas. E o tratamento dela está só no início. “Achei que melhorou a ansiedade, a insônia. Com as medicações eu tinha muita sudorese, tremor, taquicardia. Isso passou”, contou.

Como funciona

O equipamento cria um campo magnético que penetra no cérebro, sem corte, sem dor. A estimulação eletromagnética transcraniana já é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e alguns planos de saúde cobrem esse procedimento. No HC, 9 mil pacientes já foram tratados ao longo de 14 anos.

“Essa região do cérebro no deprimido estava funcionando menos, ou seja, estava hipoativa. A tendência é de regular essas regiões com tratamento, o que trará uma sequência de efeitos dentro do cérebro”, afirma Marco Marcolin, coordenador do serviço.

Depressão bipolar

Agora o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo começou um estudo inédito no Brasil para o tratamento da depressão bipolar. A máquina tem o mesmo princípio da outra, a diferença é que ela consegue atingir regiões mais profundas do cérebro.

A mesma pesquisa está sendo realizada em outros quatro centros no mundo. O aparelho produz estímulos a oito centímetros de profundidade - na técnica tradicional são três.

A expectativa é que o equipamento reduza o tempo de tratamento e o uso de medicamentos, com seus respectivos efeitos colaterais. “Poucos anos atrás, era necessário uma neurocirurgia, fazer um furo, colocar um eletrodo dentro da cabeça da pessoa para fazer esse tipo de coisa. Hoje você consegue, de forma indolor, sem anestesia, sem coisa nenhuma, regular esses circuitos”, afirma Marcolin.

É a esperança da paciente que acabou de passar pela terceira sessão. “Há muito tempo eu não tinha vontade de passar batom, de maquiar, de sair de casa. Hoje já tenho uma esperança. Ter um pouco mais de bom humor, coisa que eu não tinha antes”, comemora uma paciente.

Pacientes de 18 a 65 anos, com disponibilidade de ir a São Paulo, ainda podem se inscrever na pesquisa, pelo e-mail pesquisadepressaobipolar@gmail.com (Bom Dia Brasil)

* Os entrevistados não quiseram se identificar

Fonte: A Gazeta

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