domingo, 17 de fevereiro de 2013

Relâmpagos. Por que o Brasil tem maior incidência de raios

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de cada 50 mortes por raios, uma ocorre no Brasil. Entre 2000 e 2010, o país registrou 1.500 mortes, média de 150 por ano. O tamanho do território e sua localização geográfica influenciam a incidência dos raios.

O jornal O Estado de S.Paulo noticiou em 21 de fevereiro de 2008 que houve 22 mortes por raios nos primeiros 50 dias de 2008 em oposição a 46 vítimas em todo o ano anterior (2007), sugerindo um aumento do número de acidentes. A maior parte dos acidentes se concentra no Estado de São Paulo.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe informa também que houve aumento em 35% no número de raios na região sudeste do país em 2008 em relação ao mesmo período de 2007. A explicação de como ocorrem os raios pode ser lida no artigo Como funcionam os relâmpagos.

Já a explicação para o aumento da incidência de raios está no fenômeno La Niña, que é o esfriamento de águas do Oceano Pacífico. Esse fenômeno climático está aumentando a incidência de raios no Brasil e a região mais afetada é exatamente a sudeste.

De acordo com um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em janeiro, a região sudeste teve 51% mais descargas elétricas do que no mesmo mês do ano passado. Isso explica o elevado número de vítimas das descargas elétricas em São Paulo. No Estado de São Paulo as cidades mais atingidas por raios foram São Caetano, Suzano, Santo André, Ribeirão Pires, Mauá e Guarulhos.


O fenômeno “La Niña” acontece a cada sete anos e dura em torno de seis a 18 meses. Durante esse período deve-se esperar o aumento do número de tempestades com raio e um conseqüente aumento do número de mortes por esse tipo de acidente como já aconteceu em janeiro deste ano. Se a duração do “La Nina” for prolongada, em setembro quando as tempestades com raios voltam a se tornar mais freqüentes na primavera, o risco de acidentes pode continuar elevado. No ano de 2001 em que o fenômeno “La Niña” marcou presença, o número de mortes por raio atingiu 73 óbitos, o mais alto até agora no país.

Esses números provavelmente são subestimados porque uma parte das mortes ocorre em locais isolados e o atestado de óbito é preenchido colocando-se a parada cardíaca como sendo a causa da morte.
As estatísticas brasileiras nessa área ainda estão sendo construídas. Mas, há similitude com a situação descrita nos Estados Unidos. Tal como aqui, considera-se que se subestimam o número de casos. Lá foram notificados 300 casos/ano com 100 mortes, ou seja, uma letalidade (número de mortos em quem foi vítima do acidente) de 33%. Dos sobreviventes, 3/4 ficaram com seqüelas. As mortes ocorrem logo após o acidente por parada do coração ou da respiração.

No hemisfério norte as ocorrências são entre maio e setembro, ou seja, nos meses mais quentes quando as pessoas ficam expostas à natureza, praias, etc. No Brasil, os casos ocorridos são entre outubro e março. A maior parte das vezes os acidentes ocorrem no fim da tarde.

Dados americanos mostram que antigamente as vítimas eram fazendeiros e marinheiros, mas hoje em dia são adeptos do ecoturismo e atividades esportivas em locais abertos e de maior altitude.

Nos Estados Unidos observou-se que 75 % das vítimas estavam em atividades recreativas. No Brasil, as descrições de morte são, em sua grande maioria, de moradores da zona rural, que estavam andando em locais descampados onde a probabilidade de ser atingido é maior do que em cidades relativamente protegidas. Um dos locais onde se relata mais casos de pessoas atingidas por raios em cidades são campos de futebol ou áreas de lazer extensas. Por isso, a prática de futebol deve ser suspensa, na vigência e tempestades com raios.


Um fato curioso no caso das mortes por raio é que a causa é realmente uma parada cardio-respiratória, que não passa de evento terminal de tantas outras causas de morte. Porém, o dano ocasionado pelo raio pode ser decorrente da própria voltagem do relâmpago, do trauma provocado pelo raio ou pelo excesso de contrações musculares. A maioria das vítimas fica sem respirar e sem batimentos cardíacos, mas consegue recobrar as funções espontaneamente! Um fato ainda misterioso para a ciência médica.

Acredita-se que há uma cessação dos movimentos respiratórios e circulatórios por curto espaço de tempo, mas depois disso as funções cerebrais reassumem o comando. Por esse motivo, recomenda-se sempre iniciar manobras de ressuscitação em quem foi atingido por raio, mesmo que aparente estar morto. Em outros termos, é como se um hipotético “disjuntor caísse” e, alguém o ligasse novamente, restabelecendo a energia no organismo, ou seja, os batimentos cardíacos e os movimentos respiratórios.

A comparação de acidentes com raio daqueles com a rede elétrica mostra que a fonte de energia é direta no raio e alternada no choque da rede de abastecimento de energia. A magnitude é muito maior no raio, mas a duração é muito menor. A corrente do raio pode chegar a 2 bilhões de volts e 200 Amperes, mas a corrente de fluxo é de 0,0001 segundo.


Tipos de acidentes com raio

As formas de acidente por raio são de quatro tipos.
  • Direta - o raio cai sobre uma pessoa em pé em um lugar aberto, entrando pela cabeça (entra no crânio pelos orifícios), atravessa externamente e internamente a pessoa e sai pelo solo. Esse tipo de acidente é o que faz o maior número de vítimas.
  • Por contato - o raio atinge um objeto próximo a pessoa, transferindo-se para ela. Os objetos de contato podem ser tacos de golfe, guarda-chuvas ou por exemplo, um molho de chaves.
  • Por espalhamento (splash) - ocorre quando a tempestade está em cima de uma área cheia de árvores e o raio cai sobre uma delas, e se espalha pelas pessoas em volta. Pode ocorrer também dentro de casa, se a vítima estiver utilizando telefone com fio. É o tipo mais comum de acidente.
  • Em onda - a última forma é quando o raio atinge o solo e viaja em círculos (igual a quando lançamos uma pedra em um lago) e quem estiver no raio da onda é atingido.
Lesões mais freqüentes

As queimaduras na pele não são freqüentes. A lesão mais características é a chamada figura de Lichtenberg que não tem valor clínico, porque desaparece em dois dias. Porém, apresenta um aspecto muito curioso.

Como já citamos, a questão principal é a parada cardíaca e respiratória. Mesmo, que o atingido pareça “morto”, é indicado o início imediato das manobras de ressuscitação.

Outras situações foram associadas ao acidente com raios como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, amnésia, confusão mental, surdez e cegueira reversíveis, perda de movimentos de membros e dores musculares intensas. E, situações decorrentes da queda da própria altura ou de local mais elevado que é muitas vezes a causa da morte e não o acidente em si.
Na próxima seção, descubra como evitar acidentes com relâmpagos.

Como evitar acidentes com relâmpagos

As Recomendações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para evitar acidentes com relâmpagos são as seguintes:

  1. Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades a não ser que seja absolutamente necessário.
  2. Nesta situação, procure abrigo nos seguintes lugares:
    • em carros não conversíveis;
    • em ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;
    • em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios;
    • em abrigos subterrâneos como metrôs ou túneis;
    • em grandes construções com estruturas metálicas;
    • em barcos ou navios metálicos fechados;
    • em desfiladeiros ou vales.
  1. Se estiver dentro de casa, evite:
    • usar telefone a não ser que seja sem fio;
    • ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas;
    • tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica.
  1. Se estiver na rua, evite:
    • segurar objetos metálicos longos como varas de pesca, tripés e tacos de golfe;
    • empinar pipa e aeromodelos sem fio;
    • andar a cavalo;
    • nadar;
    • ficar em grupos.
  1. Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra raios:
    • pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos;
    • veículos sem capota, tais como tratores e motocicletas ou bicicletas; 
    • estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.
  1. ­S­e possível, evite também certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade como:
    • topos de morros ou cordilheiras;
    • topos de prédios;
    • áreas abertas, campos de futebol ou golfe; estacionamentos abertos e quadras de tênis;
    • proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
    • proximidade de árvores isoladas;
    • estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.
  1. Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir seus pêlos arrepiados ou sua pele coçar, é provável que um raio esteja prestes a cair. Ajoelhe-se e curve-se para a frente colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. E não se deite no chão.

Projeto de pesquisa
Brasil e Estados Unidos montaram uma parceria para o estudo dos fenômenos ligados ao “El Niño” incluindo o aumento do número de raios. O estudo dessas alterações será objeto de um estudo conjunto entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa) e as universidades de Washington e do Texas nos Estados Unidos. Avaliações iniciais mostraram que um pequeno aumento na temperatura gera um grande acréscimo de relâmpagos.

Os Estados Unidos mantêm em funcionamento a maior rede de detecção de relâmpagos das Américas, mas faltavam dados da América do Sul que serão conhecidos por essa parceria com o Brasil que vai tentar responder às muitas dúvidas que existem em relação ao assunto.
Para mais informações sobre acidentes com relâmpagos e assuntos relacionados, confira os links na próxima seção.­
Os raios e os trovões já apareciam nos mitos das civilizações do passado, que chegaram a interpretá-los como manifestações divinas. O imaginário popular também originou crenças, muitas delas já esclarecidas pela ciência. Em entrevista, o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), Osmar Pinto Júnior, fala sobre esse fenômeno natural, que também intriga os cientistas.
O Brasil é campeão mundial em incidência de raios e ocorre em seu território pelo menos uma a cada 50 mortes causadas por descargas elétricas no planeta. São cerca de 100 vítimas fatais, mais de 200 feridos por ano e prejuízos anuais da ordem de R$ 1 bilhão.
Doutor em ciências espaciais e autor de quatro livros e de mais de 100 artigos em revistas nacionais e internacionais, o especialista fala um pouco sobre os mitos e dá as dicas para evitar acidentes. E esclarece: sim, um raio pode cair duas – ou mais – vezes no mesmo lugar.
Segundo o site do Elat, dos 57 milhões de raios registrados por ano no Brasil, a maior incidência ocorre no Norte e no Centro-Oeste, mas ao se considerar a densidade, ou seja, proporcionalmente ao território, os estados do Sul ficam à frente. No entanto, o maior número de mortes ocorre no Sudeste. E, segundo o próprio Elat, Recife, na região Nordeste, é a capital do país onde um raio tem maior chance de causar uma morte, seguida de Salvador, de São Luís e do Rio de Janeiro. Como explicar esse cenário diferenciado nas diversas regiões e cidades brasileiras?
O Brasil é um país continental, com enormes dimensões. São cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e as condições meteorológicas mudam muito de uma região para outra. Nós temos a região praticamente equatorial, na Amazônia e parte do Nordeste, temos uma parte tropical e temos uma parte até subtropical, no Sul. Em função disso, as tempestades e os tipos de tempestades e a incidência de raios são diferentes. Nós temos, por exemplo, regiões com incidência de raios pouco acima de zero raio por quilômetro quadrado por ano, ou seja, quase não ocorrem raios ou então o fenômeno acontece a cada dois ou três anos. Por outro lado, temos regiões onde caem 20 raios por quilômetro quadrado por ano.
Quanto a mortes, não se pode analisar somente a incidência de raios, é preciso levar em conta a quantidade de pessoas que vivem no lugar e o hábito delas. Quem tem o costume de estar mais ao ar livre, no campo, está mais exposto a ser atingido pelos raios. Em compensação numa grande cidade, num centro urbano, dentro de um carro ou dentro de um prédio, está mais seguro. Mas numa grande cidade também temos mais pessoas, então há mais alvos a serem atingidos.
Considerando a incidência de raios, a quantidade e a disposição das pessoas, chegamos a números interessantes. A cidade com maior número de ocorrência de mortes por raios é Manaus, uma cidade com quase 2 milhões de habitantes, uma população grande, numa região com alta incidência de raios e onde um número elevado de pessoas exercem atividades a céu aberto. O segundo lugar no ranking das cidades no Brasil está São Paulo, onde as pessoas não têm tantas atividades a céu aberto, em compensação a população ultrapassa 10 milhões de habitantes, numa região também com grande incidência de raios. Já Recife é a cidade onde o menor número de raio já causa morte, mas em Recife, na última década, só morreu uma pessoa, e o número de raios é fraco em comparação com outras cidades.
Diante dessa incidência diferenciada por região, podemos destacar localidades onde o fenômeno tem maior impacto?
A região de maior incidência se encontra ao longo do rio Amazonas, a cerca de 100 quilômetros de Manaus, mas em outras áreas brasileiras também existe grande incidência. No Sudeste, temos a grande São Paulo, o vale do Paraíba e o Sul do Rio de Janeiro. No Centro-Oeste, os registros são, no Sul do Mato Grosso do Sul e na própria capital Campo Grande. No Sul, o oeste do Rio Grande do Sul, próximo a Uruguaiana. No Nordeste, principalmente o estado do Piauí, próximo a Teresina. São todas regiões com grande incidência de raios.
Então a questão populacional já explica um pouco as últimas estatísticas do Elat, que mostram que do total de 1.488 mortes, entre 2000 e 2011, 414 casos aconteceram na região Sudeste – número bem superior aos de outras regiões brasileiras.
Exatamente, porque nós temos mais de um terço da população brasileira vivendo na região Sudeste. Então é a região onde tem o maior número de pessoas, o que acaba levando ao maior número de mortes.
Ainda segundo o Elat, a cada 50 mortes por raios no mundo, uma é no Brasil. O que faz do país campeão em descargas elétricas e em fatalidades?
O Brasil é o maior país da região tropical do planeta – região mais próxima ao centro e mais quente. Por ser mais quente, favorece a formação de tempestades e de raios. Apesar de o número de mortes no Brasil ser relativamente alto, média de 130 por ano, o nosso país é campeão de raios, mas não de mortes. A China é o país campeão de mortes e, de novo, porque a população ultrapassa 1 bilhão de pessoas. Embora lá as estatísticas não sejam tão precisas como as nossas, estima-se que morram 700 pessoas atingidas por raios por ano no território chinês.
Dados do Inpe também revelam a evolução das ocorrências desde o início do século, em que os números apontam para uma redução de mortes nos últimos três anos em relação à média do período. Como o senhor avalia essa queda?

Realmente, as estatísticas mostram que o número de mortes está abaixo de 100 óbitos. Nós tínhamos uma média que chegou a 150, depois caiu para 130, mas nessa segunda década do século 21 o número de mortes tem caído. Ainda é cedo para dizer se esse número de mortes se deve a uma maior preocupação e educação das pessoas no que se refere aos riscos dos raios. Mas a quantidade de raios não está diminuindo, então, num primeiro momento, somos levados a concluir que o trabalho de divulgação está surtindo efeito. Hoje também, com a internet, as informações estão mais disponíveis para as pessoas. Nos Estados Unidos, o número de mortes caiu, na última década, em função do aumento da informação.
E, aparentemente, isso que não estava acontecendo no Brasil, na década passada, começou a acontecer nesta década. O trabalho que o governo, particularmente o Inpe e o MCTI, junto com a imprensa, tem feito de divulgar os riscos que os raios oferecem à população parece que já está surtindo os primeiros efeitos em termos da diminuição dos número de mortes.
Quais são as diferenças entre raio, relâmpago e trovão e que perigo esses fenômenos oferecem ao ser humano?
O trovão é o som, é o barulho causado pelo raio ou pelo relâmpago. O trovão em si, apesar de causar medo, não causa nenhum dano às pessoas. É claro que se a pessoa estiver muito próxima, 10 a 20 metros, do local de queda do raio, a onda de ar que se propaga e causa o trovão pode arremessar a vítima contra a um objeto, como uma árvore ou uma parede. O perigo está na descarga elétrica do raio. Essa sim é extremamente intensa, cuja média é de 20 mil amperes, mil vezes a corrente de um chuveiro elétrico, por exemplo, e que pode atingir a 200 mil amperes.

É uma descarga que, obviamente, atingindo diretamente a pessoa mata instantaneamente, mas, em geral, o raio cai próximo à pessoa. É por isso que as vítimas sobrevivem em muitas circunstâncias. Relâmpago é um nome genérico para todas as descargas. Os raios são parte dos relâmpagos, são aqueles relâmpagos que atingem o solo. Os relâmpagos incluem aquelas descargas dentro das nuvens que não causam danos.
Recentemente o Elat divulgou as primeiras imagens dos chamados raios ascendentes no Brasil. Como esse fenômeno é possível?
Em 99% dos casos os raios começam nas nuvens e se propagam das nuvens para baixo na atmosfera atingindo o solo. Em 1% dos casos acontece o contrário, o raio começa no solo e se propaga para cima em direção às nuvens. Então esses raios são muito raros e acontecem principalmente em torres instaladas em locais elevados. A proximidade com a nuvem facilita que uma descarga comece no chão em direção à nuvem. Foi assim que nós filmamos, há pouco mais de um ano, os primeiros raios ascendentes no Brasil, numa torre de pouco mais de 100 metros de altura em cima de uma colina na cidade de São Paulo.
Uma situação que preocupa são as torres de transmissão que estão sendo construídas na Amazônia, também com mais de 100 metros de altura. Essas torres altas num local com grande incidência de tempestades como a Amazônia vai favorecer muito a incidência de raios ascendentes. Tem confirmação científica a ideia de que algumas árvores atraem mais os raios que outras?
As pessoas, como os animais, acabam buscando abrigo embaixo de árvores para fugir da chuva, mas se esquecem que aumentam a chance de ser atingidas por um raio. Algumas árvores atraem mais os raios de acordo com as suas características. Quanto mais seiva dentro do caule e mais profundas as raízes, mais chance existe de a árvore ser atingida. Não é mito dizer que algumas árvores são mais atingidas do que outras, mas como é difícil para o leigo identificar e como não há estatísticas em relação a isso, a melhor coisa a fazer é se afastar de qualquer árvore diante de uma tempestade.
Uma crença popular antiga está baseada na ideia de que um local não pode ser atingido duas vezes pelo mesmo raio. Isso já foi desmentido pela ciência?
Esse é o maior mito do povo brasileiro. Os índios que habitavam a região do Brasil, em 1500, quando os portugueses chegaram aqui, acreditavam nisso e até hoje muitas pessoas acreditam. Mas é um mito. O raio cai muitas vezes no mesmo lugar e, em lugares de grande incidência, a chance aumenta.
Existe também a superstição de que os espelhos atraem os raios e que, por isso, durante uma tempestade precisam ser cobertos com um pano. Esse receio tem fundamento?
É apenas um mito muito antigo, não tem por quê as pessoas se preocuparem com os espelhos.
Em que situações as pessoas estão mais vulneráveis a se tornar vítimas de raios e como é possível evitar?
Fundamentalmente, a pessoa está mais vulnerável a ser atingida por um raio quando está a céu aberto. Dentro de um automóvel fechado, ela está 100% segura. Dentro de uma residência, bastante segura – neste caso, não 100% porque ela pode ser atingida através da rede elétrica ao, por exemplo, falar por um telefone com fio, tomar banho num chuveiro elétrico ou ficar encostada numa geladeira. Ao ar livre a situação se complica e a pessoa corre risco na beira da praia, no campo, num trator ou numa estrada andando de moto.
Como evitar? É importante sempre procurar um abrigo e é importante também ter algumas informações básicas. São muitas as situações. Numa cartilha do Inpe, disponível no portal do Elat/Inpe, o usuário pode conferir essas recomendações no sentido de como agir ao ouvir um trovão ou perceber a proximidade de uma tempestade. 
Fonte: MCTI




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