Nova York, localizada na ilha de Manhattan, mostrada em 2004, é uma das áreas mais vulneráveis do Estado para a inundação. (AP Photo Willens / Kathy)
Correntes marinhas e diferenças na temperatura e salinidade da água estão entre os fatores que podem fazer com que o nível médio do mar varie até um metro entre os oceanos, sem contar mudanças de curto prazo como marés e ventos. Assim, se as correntes forem alteradas pelo aquecimento global, o que também é esperado, os padrões regionais de altas e baixas também mudarão.
- Todos ainda sentirão o impacto, e em muitos lugares a elevação estará dentro da média - disse à BBC News Roderik van der Wal, da Universidade di Utrecht e um dos integrantes da equipe de cientistas, que apresentou seus resultados em encontro da União Europeia de Geiociências em Viena. - Mas locais como Nova York verão um aumento acima da média, 20% mais neste caso, e Reykjavik terá uma situação melhor.
Das 13 regiões para as quais os pesquisadores fizeram projeções, Nova York terá a maior elevação acima da média, que também acontecerá em Vancouver, Tasmânia e nas Ilhas Maldivas. Uma das peculiaridades das estimativas é que as áreas mais próximas das coberturas de gelo que deverão derreter terão elevações menores do que outras mais distantes. Isso porque essas capas de gelo na Antártica e Groenlândia atuam como imãs gravitacionais da água, que puxa a água para a costa, fazendo com que se acumule. Com o derretimento das coberturas de gelo, o nível do mar sobe simplesmente porque mais água foi despejada nele, mas a atração gravitacional é menor, fazendo com que que ele até abaixe nessas regiões.
- Assim, se a capa da Groenlândia derreter mais, é melhor para Nova York. Mas se é a Antártica que derrete, é pior para ela, o que também é verdade para o noroeste da Europa - explicou Van der Wal.
- Estamos apenas começando a fazer projeções regionais e ainda há muitas incertezas - comentou Stefan Rahmstorf, especialista em nível do mar do Potsdam Institute for Climate Impact Research, na Alemanha. - Mas está claro que algumas partes do mundo sentirão o aumento do nível do mar mais rápido do que outras, e em alguns o movimento das massas terrestres é um fator adicional. Em locais como a costa da Escandinávia, o terreno está se elevando tão rápido que não haverá nenhum problema com o aumento do nível do mar em um futuro próximo, enquanto em outros a terra está cedendo, o que inclui várias grandes cidades no delta de rios.
Pouco antes do relatório do IPCC de 2007, Rahmstorf publicou pesquisa mostrando que o nível do mar está subindo mais rápido do que o previsto pelos modelos climáticos. Desde então, ele e outros cientistas, usando diversas técnicas, concluíram que um aumento entre meio metro e um metro até o fim do século é mais provável. Agora, no encontro da União Europeia de Geiociências, ele apresentou novas análises indicando que a elevação será ainda maior, variando entre 0,75m e 1,9m dependendo de como as capas de gelo vão derreter e como a sociedade vai responder às descobertas dos climatologistas e controlar as emissões de gases do efeito estufa.
O Globo
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