Os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA causaram um choque de realidade no povo americano. Na cultura pop, ao mesmo tempo em que parte da população passou a buscar obras fantasiosas e escapistas, outra parte teve seu interesse despertado para produções com aspecto documental e mais próximas da dura realidade vivida pelo país.
Parte dessa segunda leva, o seriado "24 Horas", ao longo de suas oito temporadas, trazia o agente Jack Bauer dedicado a combater diversas planos terroristas que sempre ameaçavam a soberania dos EUA. As primeiras temporadas foram realmente interessantes, mas, com a obrigação de arrastar a série por 24 episódios a cada temporada, perdeu força e passou a se repetir.
Com "24 Horas", "Homeland", que estreia no próximo domingo, às 22h, no canal pago FX (em versão legendada, importante ressaltar), divide os produtores e o clima de urgência. Mas é só.
A série estrelada por Claire Danes é muito mais "pé no chão" do que a de Kiefer Sutherland. Nela, Danes vive Carrie, uma agente da CIA que suspeita que um ataque terrorista em solo americano é iminente. Uma fonte no Iraque afirmou a ela que um americano convertido lideraria tal ataque.
A agente mantém a informação em silêncio até o momento em que tropas americanas resgatam o sargento Nicholas Bropdy (Damian Lewis), mantido refém durante oito anos por Abu Nazir, líder de um grupo terrorista. Obcecada em provar que Brody é um traidor, Carrie tem que agir pelas costas de seu mentor, o também agente Saul Berenson (Mandy Patinkin), e de todos na CIA.
Revelações
O mais interessante em "Homeland" é que a série não entrega as informações de mão beijada ao espectador. O conjunto da história é muito mais importante do que
Outro grande acerto é não brincar com a inteligência do espectador com revelações "importantes" que, na verdade, pouco importam para a sequência da história. Qualquer informação, por menor que seja, servirá para desenvolver os personagens ou desempenhará papel crucial na trama.
Personagens
Além da já citada dupla de protagonistas e de Saul, a trama ainda envolve a família desses personagens. Boa parte do tempo, por exemplo, é utilizada na relação familiar de Brody, que volta para casa e encontra seus filhos crescidos e sua mulher (a brasileira Morena Baccarin) em um relacionamento com Mike, seu ex-melhor amigo. As atitudes de Brody no relacionamento familiar sempre dão dicas importantes e são reflexos diretos do que aconteceu com ele quando preso. Da mesma forma, a vida pessoal de Carrie também é importante e faz com que o espectador se aprofunde em sua vida.
Sem muito alarde, "Homeland" surpreendeu a todos e se tornou a melhor série nova de 2011. Prova de que um roteiro sólido, boas atuações e personagens interessantes são muito mais importantes do que repetições de velhas fórmulas. Uma série imperdível para quem gosta de uma história bem contada.
Homeland
Estreia. Domingo, dia 4, às 22h no canal pago FX (NET/SKY/RCA/Claro), com áudio original e legendas em português.
Rafael Braz A Gazeta
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