Ponte Florentino Avidos
Foto: Entardecer em Colatina. Autor Joel Rogerio
PONTE FLORENTINO AVIDOS
Localização: Centro. Sede. Área urbana.
Acesso ao atrativo: Rodoviário, totalmente pavimentado, em bom estado e não sinalizado.
Descrição do acesso utilizado: Principal avenida do centro da cidade.
Transporte para o atrativo: Rodoviário regular, em bom estado de conservação e não adaptado.
Legislação ou registro/patente da realização: Não há.
Estado de conservação: Bom.
Visitação: Diariamente, sem horário definido, sem visitas guiadas, acesso gratuito e sem autorização prévia.
Acessibilidade ao atrativo: Permanente.
Tempo necessário para usufruir o atrativo: Algumas horas.
Equipamentos, instalações e serviços no atrativo: No entorno, locais para hospedagem, alimentação e instalações sanitárias não adaptados, serviços de limpeza e de segurança, telefones públicos e estacionamento.
Atividades ocorrentes no atrativo: Contemplação da paisagem.
Integra roteiros turísticos comercializados? Não.
Origem dos visitantes: Intermunicipal e do entorno regional.
Descrição do atrativo: A primeira lembrança que vem à mente ao nos reportarmos à colonização do norte do rio Doce é a ponte Florentino Avidos, uma vez que foi ela a via principal que permitiu ao progresso chegar à região. Pouca gente sabe, entretanto, que ela foi construída para servir como complemento a uma via férrea denominada Estrada de Ferro Norte do Rio Doce que iria ligar o sul ao norte capixaba. A estrada iria passar pela ponte, seguindo pelo Bairro Lacê, margeando o córrego Transylvânia (atual córrego São Silvano) até a rodovia do Café, indo atingir Nova Venécia e São Mateus, onde já existia, no final da década de 20, um trecho de via férrea.
Vista parcial de Colatina a partir da estátua do Cristo.
As metas principais eram penetração, exploração e integração do norte do Rio Doce com as regiões mais desenvolvidas do Espírito Santo.
Ferrovia x Ponte - O Presidente do Estado do Espírito Santo, Florentino Avidos, determinou que a Comissão de Melhoramento de Vitória fizesse um projeto para a construção de uma ferrovia " Estrada de Ferro Norte do Rio Doce " que serviria para penetração no norte, incluindo uma ponte que ligaria as duas margens do Rio Doce. Pretendia o presidente do Estado, dar condições de desenvolvimento a uma região até então praticamente inexplorada e que, segundo levantamentos, possuía muitas riquezas.
Colatina foi o município escolhido para a construção da ponte e da estrada de ferro, pois era um município que apresentava, já naquela época, uma economia próspera.
Depois de acertos técnicos e financeiros em 1926 a ponte começou a ser construída juntamente com a Estrada de Ferro Norte do Rio Doce, ocasião em que deu-se início à abertura das matas rumo a Nova Venécia, com escavações, colocação de trilhos, e muitos operários junto aos engenheiros, na região de Trancylvânia, como era chamado o Bairro de São Silvano, até o Córrego de Ouro.
Ponte - Colatina precisava se expandir e o norte
era a esperança, pois, além de terras férteis, tinha madeira em abundância que era a principal atividade econômica na época, além do café e da pecuária que também pediam espaço em termos de terra fartas. Em 1925, por iniciativa do próprio presidente do Espírito Santo, Florentino Avidos, o Estado resolveu projetar a gigantesca ponte de 756 metros sobre o Rio Doce para a passagem de uma linha férrea, partindo do centro da cidade com destino ao norte passando pelo vale do Rio Trancylvânia, com destino a Nova Venécia com a finalidade de ligar à outra ferrovia existente, proveniente de São Mateus.
Nascia então a perspectiva do desbravamento do Norte, e conseqüentemente, a possibilidade do Município de Colatina se desenvolver na outra margem do Rio Doce.
Graças à dinâmica de Florentino Avidos, a ponte teve início no ano de 1926 em ritmo acelerado com o lançamento da pedra fundamental.
Em 1928 a obra já se encontrava concluída, juntamente com os dormentes e trilhos no Bairro Lacê, na propriedade dos Ferrari, onde a locomotiva, na saída da ponte, iria fazer uma curva num contorno em forma de laço, que passaria por um viaduto com destino a Nova Venécia pelo Vale de São Silvano.
Contudo, com o término do mandato de Florentino Avido, a sonhada ferrovia denominada Estrada de Ferro Norte do Rio Doce não teve continuidade, mas ficou a ponte que até hoje é tida como o "elo" de progresso do Norte que resultou na criação de inúmeras e importantes vilas colatinenses, embrenhadas mata adentro tais como: Pancas, Marilândia, Águia Branca, São Gabriel da Palha, São Domingos, hoje importantes
municípios do Espírito Santo.
Ponte - Ao mesmo tempo em que as obras do lado norte do Rio Doce eram encaminhadas, outras obras também prosseguiam de forma acelerada sobre as águas do rio. Tratava-se da construção da ponte, que se tornava imprescindível para que a via férrea fosse levada a efeito.
Para a construção da ponte, chegaram a Colatina vigas metálicas da Bélgica e um dinossauro (máquina que servia para transportar as vigas até os pilares da ponte), muitos operários de várias partes do país, técnicos e até autoridades da capital, incluindo o presidente do estado, que veio inspecionar as obras. Em março de 1928 foi concluída toda a superestrutura que foi coberta, inicialmente, de forma provisória, com pranchões de madeira.
Mineiro - Até 1940 o piso da ponte Florentino Avidos foi mantido como um tablado sobre sólida armação de aço. Só em 1941, é que o Estado reformou a ponte, construindo o piso de concreto armado.
No período de 1951/55, quando era prefeito municipal de Colatina o Dr. Justiniano de Mello e Silva Netto, considerando-se o pesado movimento dos veículos na Ponte Florentino Avidos, cuja largura não permitia mão dupla no trânsito, instalaram-se semáforos em seus pontos externos, mas, em 1957, foram estes retirados.
No governo, do Dr. Raul Giuberti (1955/58), foi alargado o piso da ponte, permitindo desde então a passagem simultânea de veículos em dois sentidos. Neste período o governador do Estado era o Dr. Francisco Lacêrda de Aguiar.
A 22 de agosto de 1963, quando o prefeito municipal era o Sr. Honório Fraga, inaugurouse o serviço de iluminação da ponte com luminárias a mercúrio, oferecendo segurança em seu trânsito noturno e enriquecendo a paisagem com sua claridade sobre as águas do Rio Doce, à noite.
Ponte de Colatina durante a grande enchente de 1979.
Fonte: viaes.com.br
Excelente trabalho do excelente Joel Rogério, meu diletíssimo ex-aluno. Muitas das informações aqui contidas estarão, com certeza, no livro que estou escrevendo acerca de Colatina, dando o devido crédito ao autor.
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