domingo, 19 de dezembro de 2010

Sexo. Por que os homens resistem a um relacionamento mais sério?


Procura-se namorado

As mulheres solteiras atestam: falta homem no mercado. Muitas reclamam até da quantidade, mas o que anda em baixa mesmo é qualidade




As mulheres solteiras atestam: falta homem no mercado. Muitas reclamam até da quantidade, mas o que anda em baixa mesmo é qualidade. Afinal, o último censo mostra que existem 97 homens para cada 100 mulheres no Espírito Santo. Uma diferença pequena, se comparada ao tamanho das reclamações das moças.

O problema - elas apontam - é que os homens não estão a fim de compromisso. Só querem saber de balada. Ligar no dia seguinte? Melhor esquecer.

E não pense que isso é papo de mulher encalhada, que só quer arrumar marido. Bem sucedidas e independentes, elas querem sim um companheiro. Mas com a baixa qualidade da oferta, estão preferindo ficar sozinhas.

E aí, vêm os homens, reclamando que as mulheres são exigentes, alguns até assustados com a independência delas. E continua todo mundo solteiro.

Tanto desencontro, para a psicanalista Regina Navarro, autora de "A cama na rede", entre outros livros sobre relacionamento, se deve ao fato de que estamos em plena mudança de comportamento da sociedade.

"Essa mudança começou com os anticoncepcionais, e ainda vai demorar para acabar. Por isso, hoje, mulheres autônomas dividem espaço com aquelas que ainda acham absurdo dividir a conta do motel, que só querem os benefícios da liberação. O mesmo acontece com os homens. Apesar de gostarem e se beneficiarem disso, ainda tem um monte que fica grilado quando a mulher transa no primeiro encontro", destaca.

Mas será que os homens só querem sexo casual? Eles garantem que não. Afinal, namoros e casamentos continuam acontecendo. "As mulheres também querem sexo, a diferença é que elas o encaram com um meio para ter um relacionamento sério, e não como prazer em si, como os homens", frisa Regina.

Se ninguém quer ficar sozinho, a saída é se abrir para novas oportunidades. "As pessoas vão para a balada encontrar parceiros, mas se esquecem de olhar para os lados no dia a dia. Quando se tem algo em comum, é muito mais fácil que o relacionamento dê certo", orienta o psicólogo especialista em relacionamentos Thiago de Almeida.

O psicoterapeuta Aílton da Silva dá o recado: "Homens também se apaixonam, precisam de relacionamentos afetivos e se comprometem com suas parceiras. Mas eles estão mais abertos para o sexo casual do que elas, o que pode ser uma oportunidade de aprendizado para ambos", opina.

"Namorei por muito tempo, mas hoje entendo quem não quer compromisso. É uma questão de prioridade"Stephanie Cunha, 19 anos, comerciária

"É difícil encontrar alguém para namorar sério. Fica mais fácil se você já tem amizade com a pessoa"Isabela de Andrade, 19 anos, estudante

"Não sinto necessidade de namorar agora. Tenho muitos amigos homens, iria rolar ciúme e quero minha liberdade"Rafaella do Couto, 21 anos, Estudante

"No rock, não pego telefone. Mulher de balada não é para namorar. Nesses lugares ninguém quer nada sério"Flávio Bianchi, 25 anos, estudante

"Homem gosta de mulher difícil, que se valoriza. Se for fácil, pegar um monte na balada, a gente perde o interesse"Renan Guerra, 20 anos, estudante

"Não nego que é bom transar no primeiro encontro. Mas é difícil engatar um relacionamento a partir daí"Victor Chieppe, 20 anos, estudante

Romântica, ela não liga de ficar "para titia"

"Está difícil até para conversar com os homens", aponta a assistente de exportação Flávia Souza Santuzzi, 37 anos. Solteira há quatro, ela reclama que eles não se importam mais com a conquista. "Não se dão nem ao trabalho de perguntar seu nome numa festa, só querem beijar. Por esse tipo de relação, prefiro ficar sozinha", frisa. Mesmo vendo as amigas e as irmãs namorando, casando e tendo filhos, ela não liga de ficar "para titia". "Sou uma pessoa à moda antiga. Enquanto não encontro alguém especial, vou aproveitando a vida", detalha.

Para ela, falta maturidade aos homens

A funcionária pública Luciene Vervloet Feu Rosa, 46 anos, já foi casada, mas acha que está difícil engatar um relacionamento sério. Solteira há 24 anos, ela já teve namoros longos nesse período, mas afirma que falta homem com quem queira dividir a casa novamente. "Casei nova, com 17 anos. Depois que conquistei independência, não abro mais mão dela. E isso assusta os homens". Bem-resolvida com a solteirice e bem-sucedida na vida profissional, Luciene reclama. "Os homens da minha idade são muito possessivos. Já aos mais novos, falta maturidade", aponta. 

(A Gazeta)




Os homens querem sexo e as mulheres, relacionamento?
Muitas mulheres têm a impressão de que os homens não querem nada sério na área do relacionamento amoroso, que só querem sexo. Por outro lado, sabemos que namoros continuam sendo iniciados, que muita gente está indo morar junto e os casamentos continuam acontecendo. Como entender este paradoxo? Este é o tema que vamos examinar neste artigo.

Você aceitaria um convite para sexo casual?
Suponha que uma pessoa desconhecida do sexo oposto se aproxime de você e peça um minuto da sua atenção. Esta pessoa é medianamente atraente, tem aproximadamente a sua idade e, pela sua aparência, pelo seu jeito de falar e pelo local onde vocês se encontram, dá a impressão de ser do mesmo nível socioeconômico que o seu. Imagine que, após uma breve introdução, esta pessoa convide você para dormir com ela. Você aceitaria? Este e outros tipos de convites foram objetos de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos por R. D. Clark e E. Hatfield. Estes autores pediram para alguns dos seus alunos, de ambos os sexos, que apresentassem convites para colegas desconhecidos do sexo oposto que estavam passando por locais públicos da universidade que freqüentavam. Havia três convites possíveis. Um destes convites era para saírem juntos naquela noite; o segundo convite era para ir ao apartamento do convidador naquela noite e o terceiro convite era para dormirem juntos naquela noite. Cada convidador abordava colegas desconhecidos e, após uma breve introdução (“Eu já notei você outras vezes aqui no campus. Eu acho você muito atraente.”), apresentava um dos três convites acima. O convite a ser feito em cada abordagem era sorteado de antemão. O convite para saírem juntos foi aceito por aproximadamente 50% dos convidados, independentemente dos seus sexos. O convite para ir ao apartamento do convidador foi aceito por aproximadamente 6% das mulheres e por 69% dos homens. O convite para dormirem juntos não foi aceito por nenhuma das mulheres e foi aceito por 75% dos homens. As percentagens de aceitação dos dois últimos tipos de convite mostram a tremenda diferença nas atitudes de homens e mulheres quanto ao sexo casual: a maioria dos homens os aceitou e quase nenhuma mulher fez o mesmo.

Um problema desta pesquisa é que os convidados poderiam temer possíveis conseqüências negativas por aceitar tais convites (por exemplo, quem apresentou o convite poderia ser um assaltante ou poderia divulgar o acontecimento para pessoas conhecidas). Uma outra pesquisa realizada por Donald Symons e Bruce J. Ellis, dois famosos estudiosos da sexualidade humana, tentou contornar este tipo de problema pedindo aos participantes que imaginassem uma situação hipotética onde não haveria nenhum tipo de conseqüência negativa para a aceitação do sexo casual. Tendo como pano de fundo este tipo de situação ideal, homens e mulheres responderam um questionário anônimo que perguntava, entre outras coisas, se aceitariam sexo casual com diferentes tipos de parceiros em diversos tipos de situações. Nesta pesquisa, como na anterior, muito mais homens do que mulheres disseram que aceitariam o sexo casual: por exemplo, as percentagens de pessoas que responderam que aceitariam “com certeza” o sexo casual sem conseqüências foram de 41,1% para os homens e 8,2 % para as mulheres.

Eu também já constatei diversas vezes este tipo de diferença entre homens e mulheres. Por exemplo, durante algumas das minhas aulas sobre sexualidade, passei uma folha de papel dividida em quatro partes. Em cada uma destas partes estava escrita uma das seguintes faixas de percentagens: 0 a 25%, 26% a 50%, 51% a 75% e 76% a 100%. Pedi então para os alunos presentes que colocassem um X em uma destas quatro áreas – naquela que corresponderia à percentagem de pessoas presentes na sala com as quais eles transariam sem compromisso. Embora houvesse certa variação entre as turmas que participaram deste levantamento, as diferenças nas respostas de homens e mulheres sempre foram gritantes: a maioria dos homens declarava que transaria com mais da metade das mulheres presentes e quase todas as mulheres declaravam que não transariam com nenhum dos presentes nestas condições.

Os seres humanos são moderadamente poligâmicos
Muitos homens que estão em um relacionamento e se interessam por uma nova parceira, se pudessem não terminariam o relacionamento atual, mas acresceriam a nova parceira. É a nossa herança poligínica: cerca de oitenta por cento das culturas catalogadas em estudos antropológicos consideram a poligamia moderada, do tipo poliginia (um homem e várias mulheres), como o modelo ideal de relacionamento conjugal. As mulheres também têm alguma propensão para a poligamia do tipo poliandria (uma mulher e vários homens). Por exemplo, os levantamentos mais recentes indicam que as percentagens de traições femininas se equipararam às masculinas. Outra evidência: exames genéticos de paternidade realizados com amostras representativas da população de alguns países indicam que quase 10% das crianças não são filhos dos pais presumidos. Ou seja, são filhos de alguém que não é o companheiro habitual.

Por que muitos homens somem após transar pela primeira vez com uma mulher?
Um motivo para isso é que muitos homens aceitam transar com mulheres que só preenchem os seus requisitos como uma parceira sexual, mas não como uma parceira com quem ele se envolveria ou se comprometeria. O inverso acontece mais raramente porque, para as mulheres, os requisitos para parceria sexual e para um envolvimento afetivo e comprometimento são mais parecidos.
D. T. Keinrich, famoso pesquisador americano, e seus colaboradores realizaram uma pesquisa que mostrou que as exigências das mulheres para ter sexo casual com um homem são parecidas com aquelas que elas têm quando querem ter um relacionamento mais compromissado com eles. Ou seja, após o sexo casual, o relacionamento pode evoluir para um relacionamento afetivo e compromissado com o mesmo parceiro.

Certa vez ouvi uma afirmação, um tanto cruel e machista, mas que ilustra bem este tipo de critério. Um homem afirmou que diferenciava as mulheres com as quais ele só queria para sexo daquelas com quem teria um relacionamento através do seguinte critério: “Com esta mulher eu transaria, mas não andaria de mãos dadas no shopping”.

Os homens disfarçam suas intenções quando só querem sexo
O interesse exclusivo em sexo casual geralmente não é revelado abertamente pelo homem. Muitas vezes nem ele próprio está consciente desta exclusividade de interesse. Segundo alguns estudiosos da mentira, a melhor maneira de enganar alguém é enganar a si próprio, em primeiro lugar. Quando um homem sente apenas atração sexual por uma mulher, ela pode parecer mais fascinante, em outros sentidos, para ele. Ele pode ficar extasiado com ela, se “derreter” com tudo que ela diz, “ter olhos só para ela”, e assim por diante. Neste caso, assim que ele termina de transar com ela, toda a sua energia se esvai. Daí para frente fica um sacrifício conversar ou ser carinhoso com ela. Assim que se satisfaz, aparece uma grande vontade de ir embora ou virar para o lado e dormir. Neste momento ele começa a pensar: “O que estou fazendo aqui?”. Quando ele é delicado, aparecem considerações do tipo: “Qual o mínimo de tempo e de atenção que devo dar a ela antes de terminar o encontro?” ou “Qual a maneira menos rude de terminar este encontro e ir embora?” Quando a mulher constata que o grande interesse do homem sumiu após o sexo, ela se sente enganada e “usada”.

O dia seguinte
Um estudo americano mostrou que a maior diferença entre homens e mulheres ficava mais visível no dia seguinte ao sexo casual. Este estudo foi realizado com os estudantes mais “sexualmente liberados” de uma universidade americana − aqueles que já haviam transado com dezenas de parceiros diferentes e “separavam sexo de afeto”. Este estudo constatou que estes homens e mulheres eram muito semelhantes em praticamente todas as características psicológicas estudadas (por exemplo, grau de ajustamento social e atratividade). A única diferença entre eles foi observada nos dias que se seguiam aos episódios de sexo casual. Nestes dias os homens pensavam mais ou menos assim: “Será que vai dar para continuar a transar com ela esporadicamente sem que ela pressione por compromisso?” As mulheres pensavam mais ou menos assim: “Será que ele vai me ligar? Será que o seu interesse era mesmo só sexo?”. Elas eram mais propensas a este tipo de pensamento mesmo quando estavam muito seguras de que só queriam sexo casual com aquele parceiro antes de o sexo acontecer. Ou seja, para estas mulheres experientes e liberadas, o sexo explicitamente casual criava certa expectativa de relacionamento amoroso com o parceiro. Para os homens, a expectativa era poder continuar a ter sexo casual sem qualquer tipo de pressão para compromisso.

Por que os homens são diferentes das mulheres em relação ao sexo casual?
Existem dois motivos principais. O primeiro deles é mais conhecido e por isso não será aprofundado aqui: vivemos em uma sociedade machista que permite e incentiva o sexo casual por parte dos homens e o condena por parte das mulheres. O segundo motivo, menos conhecido e mais polêmico, é a existência de uma certa propensão genética para homens e mulheres encararem de forma diferente a prática sexual. Este tipo de motivo é apresentado pela teoria psicobiológica, que afirma que as mulheres são mais cuidadosas (exigentes) do que os homens para aceitar sexo porque para elas o sexo podia trazer conseqüências maiores do que para eles, durante boa parte da história evolutiva da nossa espécie – elas podiam engravidar. Os anticoncepcionais eficientes só foram inventados recentemente e provavelmente ainda não tiveram nenhuma influência em desfazer ou amenizar este tipo de propensão. Aquelas mulheres que exigiam alguma evidência de que os homens estavam afetivamente ligados a elas e que manifestavam alguma intenção de se comprometerem com elas foram premiadas – tinham mais chances de que seus filhos sobrevivessem devido à presença do homem para compartilhar os inúmeros encargos que surgem durante a gravidez, parto e criação de um filho (por exemplo, defesa, alimentação, cuidados contra as intempéries). Para eles, o sexo sempre teve menores conseqüências. Era “mais barato” e podia ser muito lucrativo. Um famoso pesquisador desta área afirmou neste sentido: “ Tudo que eles tinham a perder com o sexo casual eram míseros espermatozóides. Podiam ganhar algo valiosíssimo: descendência!”

Os homens só querem sexo?
Estes estudos mostram que os homens só querem sexo? Claro que não! Os homens também se apaixonam, necessitam de um relacionamento afetivo e se comprometem profundamente com suas parceiras. Estas pesquisas mostram apenas que eles estão mais à procura de sexo casual do que elas.

Embora os homens sejam ávidos por sexo sem compromisso, eles também sentem falta de um relacionamento afetivo e comprometido. Por tudo que já vi nesta área, estou convencido que nós homens precisamos tanto quanto as mulheres, ou talvez até mais que elas, de um relacionamento profundo e comprometido. Vários estudos apontam nesta direção. Por exemplo, uma pesquisa verificou que a expectativa de vida de homens que se separaram e ficaram sós daí para frente era menor do que a dos homens que continuaram casados. Outra evidência desta necessidade: dois terços das separações são pedidas pelas mulheres. Isto indica que as mulheres fazem mais questão de iniciar relacionamentos e se comprometerem, mas os homens hesitam mais em sair deles.

A tarefa das mulheres, portanto, não é distinguir os homens que procuram sexo casual daqueles que não o procuram – quase todos procuram ou, pelo menos, o aceitam. A tarefa mais importante é identificar aqueles homens que, apesar de aceitarem sexo casual, também estão abertos para um envolvimento afetivo e para um compromisso e que têm condições de serem fiéis quando isto acontecer.

Não tenho nada contra aqueles que optam pelo sexo casual em uma certa época de suas vidas ou até mesmo de uma forma permanente. Cada um pode fazer aquilo que prefere, que tenha condições e que não cause danos a terceiros. Por outro lado, a opção pela monogamia também é uma ótima opção. Creio também que, embora tenhamos uma propensão moderada para a poligamia, ela pode ser controlada e que ser fiel tem os seus frutos positivos. Neste caso, a qualidade compensa mais do que a quantidade!
[http://metadeideal.uol.com.br]

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