quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Quatro garotas usadas em esquema de prostituição

Acusado de explorar as jovens, e procurado pela polícia, é identificado como Carioca



Um esquema de prostituição, envolvendo adolescentes, foi desmontado na manhã de ontem por policiais do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vila Velha.

Com ordem judicial, eles foram até uma casa no bairro Jockey de Itaparica. Lá, encontraram quatro garotas de programa - três delas com menos de 18 anos, mas usando documentos falsos -, que estariam sob regime de cárcere privado.

O responsável foi identificado pela polícia como André Lima, que atende também pelo apelido de Carioca.

A forma de atuação do homem, segundo o delegado Mário Brocco Filho, é simples: Carioca teria "loteado" toda a orla de Vila Velha e Vitória. Quem quiser atuar como prostituta, ou trabalha para ele, ou paga um pedágio. Quem não concorda é sofre com ameaças de morte e espancamentos.

Não importa se a pessoa é mulher ou travesti. Todos, segundo o delegado, têm que aceitar submeter-se ao domínio de Carioca para poder atuar.

Além disso, o acusado estaria trazendo jovens adolescentes do interior do Estado, e também de fora do Espírito Santo. Aqui, usando documentos falsos, as garotas estariam se prostituindo sem ter problemas com as autoridades. Todas ficavam na casa em Jockey de Itaparica, e só saíam para "trabalhar" para Carioca.

Tatuagem

A situação, segundo Mário Brocco Filho, é tão grave que o agenciador de programas chega a tatuar seu apelido em partes dos corpos das mulheres controladas por ele. "Elas recebem a marca como se fossem gado", diz o delegado.

A denúncia sobre esse esquema chegou ao DPJ de Vila Velha, em agosto deste ano e, desde então, vinha sendo investigada.

"Fomos ao endereço que nos foi fornecido, mas, infelizmente, Carioca não estava no local. Vamos continuar as investigações e fazer o possível para localizar esse homem", disse o delegado.

Desobedientes acabam agredidas

A polícia afirma que as quatro mulheres confessaram, em depoimento, que são exploradas pelo acusado, após negarem inicialmente. Elas admitiram que aquela que não aceita as ordens de Carioca é agredida e obrigada a fazer programas em ruas de pouco movimento.

Ontem à tarde, uma equipe de investigadores do DPJ de Vila Velha esteve em uma casa em um bairro de Vitória, onde havia informação de que Carioca estaria escondido. Mas o suspeito não foi localizado no local.

Tráfico

Inicialmente, as quatro garotas negaram atuar sob o controle do acusado de agenciamento. Elas alegaram que são traficantes e que alugaram a casa de uma senhora, que teriam conhecido na Praia de Itaparica. Mas essa história não convenceu a polícia.

No DPJ de Vila Velha, as jovens precisaram ser separadas pelos policiais, pois ficaram trocando ameaças caso alguma delas contasse algo diferente do combinado à polícia. O delegado Mário Brocco informou que as quatro jovens são tratadas como vítimas - apesar dos documentos falsos -, e seriam entregues às sua famílias ou ao Conselho Tutelar do município, para que sejam tomadas as devidas providências.

A Gazeta (Nuno Moraes)

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