sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Polícia investiga linchamento de comerciante por engano em Marília

A polícia investiga o linchamento de um comerciante em Marília, a 418 km da capital paulista. Cícero Fernando Guilherme foi agredido por moradores do bairro onde morava na última segunda-feira. Os agressores suspeitavam do envolvimento dele na morte de uma adolescente de 14 anos. Espancado pelo grupo enfurecido, ficou quatro dias internado e morreu na madrugada desta quinta-feira.

A mãe dele, Conceição Dolores Guilherme ainda tem no braço a marca da agressão sofrida na última segunda-feira. A aposentada viu quando os netos e o filho foram agredidos por um grupo de moradores do bairro onde mora.

- Eles pegaram um dos meninos levaram para o fundo do bar e colocaram uma corda no pescoço dele. Pegaram o outro, com uma faca no pescoço. Quando ele viu que o filho ia morreu, disse: "fala que foi o pai" - conta a mãe de Cirso Fernando Guilherme.

A casa e o bar da família viraram um monte de entulho.

Cirso, de 47 anos, andava com dificuldade por causa de uma paralisia infantil e não tinha passagens pela polícia.

O corpo da adolescente Thaís Alves Costa, de 14 anos, foi encontrado na segunda-feira, no ribeirão dos índios. A menina estava desaparecida havia 11 dias. Segundo peritos, no corpo da adolescente não havia sinais de violência. Para o delegado que investiga os dois casos, não há ligação entre eles. Além da morte da jovem, a polícia agora também quer saber quem espancou Cirso Fernando Guilherme. Fonte: TV TEM



Familiares de Cirso escrevem bilhete e se revoltam contra linchamento
Morre homem que apanhou e foi acusado pela população de suposto homicídio; polícia descarta ligação da vítima com o caso.


O comerciante Cirso Fernando Guilherme, 47 anos, morreu na madrugada desta quinta-feira. Ele estava internado desde a última segunda-feira, em estado grave, no Hospital das Clínicas, após ter sido espancado por vizinhos no bairro Santa Antonieta, zona norte da cidade.

Além de ter recebido socos e pauladas, o comerciante também foi agredido com pedaços de telhas de amianto. O bar em que ele trabalhava e a casa da mãe e da irmã foram incendiados e depredados por moradores das proximidades.

A agressão a Cirso aconteceu poucas horas após a polícia encontrar o corpo da adolescente Thaís Alves Ribeiro, 14 anos. Segundo a população, Cirso seria o responsável pela morte da garota, que estava desaparecida há mais de dez dias.

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Mas, para a polícia, há poucas relações entre o comerciante e a jovem. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Aeliton Roberto de Souza, a motivação do crime foi outra.

“Não há nada que ligue, efetivamente, o Cirso à Thaís”, explica.

“Sabemos que o comerciante teria denunciado uma ligação de energia clandestina e esse pode ser um fator desencadeante para o crime”. Além disso, Cirso também estaria denunciando o tráfico de drogas na região.

Durante o velório e o sepultamento do comerciante, o clima foi de revolta e de injustiça. “Era uma pessoa boa, que não fazia mal a ninguém. Todo mundo ficou chocado com o que aconteceu. Ninguém merece um fim desse, ainda mais quem é bom”, disse uma amiga da família que não quis se identificar.

A polícia já tem pistas dos assassinos do comerciante. Eles devem responder por homicídio qualificado. A pena pode chegar a 20 anos de prisão. (Rede Bom Dia Sorocaba)

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