segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Cheiro de decomposição dentro do Costa Concordia dificulta buscas


Cheiro de decomposição dentro do Costa Concordia dificulta buscas
Segundo mergulhadores da equipe de resgate, ar do interior do navio é irrespirável
Mergulhadores buscam desaparecidos em naufrágio do Costa Concordia HANDOUT / REUTERS

MADRI Mergulhadores que trabalham no resgate dos desaparecidos no naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, na Itália, disseram nesta segunda-feira que o ar dentro do navio é irrespirável. Ainda com 17 pessoas na listas dos desaparecidos, os agentes descrevem o cheiro de decomposição no interior da embarcação como insuportável.

- Imagine a cena de você chegando de férias e descobrindo que a geladeira de sua casa desligou sozinha. Os mergulhadores estão trabalhando nessas condições disse Enio Aquilino, chefe dos bombeiros que participam das buscas, em entrevista ao tabloide britânico Daily Mail.

Nesta segunda-feira, mais dois corpos foram recuperados pelas equipes, aumentando o número de mortos para 15. Uma das vítimas achadas hoje foi identificada como Maria D'Introno, uma mulher de 30 anos que estava comemorando a lua de mel com seu marido no cruzeiro. Segundo parentes, Maria não sabia nadar e tinha pânico de água, por isso teria desistido de fugir com o companheiro.

Apesar das difíceis condições de trabalho dos mergulhadores, autoridades responsáveis pelas operações de busca afirmam que as chances do navio se movimentar são poucas, o que deve diminuir o risco de um vazamento de óleo na região. Franco Gabrielli, responsável pelo planejamento dos resgates, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira que as buscas e a remoção de combustível do cruzeiro podem continuar sendo executadas ao mesmo tempo.

- Conversei com especialistas, e resolvemos que as buscas podem continuar enquanto fazemos a retirada do combustível. A operação vai durar o maior tempo possível e se há corpos entre o navio e o fundo do mar, estes só serão recuperados quando o navio for desembocado ressaltou.

Cerca de 2.200 toneladas de combustível pesado ainda estão a bordo do cruzeiro. Ambientalistas temem que um vazamento cause um desastre ambiental na região, que é frequentada por turistas e mergulhadores em busca de corais.

 | O Globo

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