segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Terremotos e maremotos: por que ocorrem e onde ocorrem?

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Entendendo os terremotos e Tsunamis

Profa. Dra. Tereza Higashi Yamabe*

O que são terremotos?


Terremotos ou abalos sísmicos ou tremores de terra, são termos utilizados para identificar eventos sísmicos, conforme o seu "tamanho". Desta forma, o termo terremoto é reservado para eventos grandes, geralmente aqueles com perdas humanas e grandes estragos.

Terremotos são ocorrências de falhas ou fraturas na rocha; ou seja, a rocha trinca, com ou sem deslocamento relativo entre os blocos. Portanto, independente do tamanho dos sismos, a ocorrência de um terremoto não significa que houve uma explosão no interior da Terra, e sim, uma rachadura na rocha. A extensão dessa rachadura, em metros ou quilômetros, é que define se o sismo é apenas um tremor de terra ou um terremoto.

A fratura ou falha acontece porque a força de resistência da rocha se torna menor do que a força que é nela aplicada. A força pode ter sido aplicada na rocha durante um intervalo de tempo que pode ser até de milhões de anos. Quando então a rocha "não suporta mais" ela se quebra, liberando instantaneamente toda a energia nela acumulada. A energia liberada transforma-se em ondas elásticas que se propagam em todas as direções, como as ondas que se formam na superfície da água em uma bacia, quando nela cai um pingo. Quando essas ondas sísmicas atingem a superfície terrestre, elas são percebidas pelas pessoas na forma de um tremor. As ondas também caminham para o interior da Terra e podem até atravessá-la toda e atingir a superfície do outro lado, muito longe de onde foram geradas. Quando atingem a superfície da Terra podem ser registradas pelas estações sismográficas, instaladas pelo mundo afora.

A região onde ocorre a liberação de energia sísmica, ou a falha na rocha, é chamada de região focal ou foco sísmico. O ponto diretamente acima do foco, na superfície da Terra, é chamado de epicentro. O tamanho ou magnitude de um sismo é a medida da energia liberada e é definida pela escala de magnitude Richter. Fala-se normalmente que essa escala vai de zero a nove, entretanto, ela não tem limites inferior ou superior, pois os valores da escala são relativos a um padrão.

O que um terremoto provoca na superfície da Terra, tal como, tremor sentido pelas pessoas, rachaduras nas paredes ou no solo, desabamentos de edificações, etc., pode ser medido como sua intensidade, na escala denominada Mercalli Modificada, que varia de I a XII graus. Desta forma, intensidade I significa que ninguém sentiu o tremor ou, em condições especiais, animais ficam inquietos e o terremoto é classificado de intensidade XII quando provoca danos totais, com grandes rachaduras no solo, desabamentos e mortes.

Terremotos: porque e onde ocorrem?

Os eventos sísmicos podem ser fenômenos naturais, que independem da ação do homem. Podem também ser provocados pelas atividades humanas, que alteram ou modificam a Natureza. Para falar desses fenômenos, naturais ou induzidos, é interessante saber por que e onde eles ocorrem.

A Terra é uma "bola", um pouco achatada nos seus pólos, formada por camadas de rochas de variadas espessuras e tem quase 13.000 km de diâmetro. A "casca" da Terra ou sua camada sólida mais externa, conhecida como litosfera terrestre, é quebrada em várias partes, como a casca trincada de um ovo cozido. Ou ainda, é como a capa de uma bola de futebol que é formada de várias partes costuradas, com a diferença de que na bola os gomos têm tamanhos iguais. Na litosfera terrestre essas partes têm tamanhos variados e são chamadas de placas litosféricas. Essas placas sólidas, com espessura média de 100 km, movimentam-se umas em relação às outras, em conseqüência da movimentação térmica do magma abaixo delas.

Por que ocorre a movimentação térmica abaixo das placas litosféricas? Sendo a Terra um corpo quente, com temperatura provavelmente acima de 5.000 °C no seu núcleo, o calor flui do seu interior para a superfície. Assim, o magma, que é essencialmente rocha fundida e está localizado imediatamente abaixo da litosfera, apresenta movimentos ascendentes e descendentes, em função da diferença de temperatura entre a base e o topo dessa camada.

Esses movimentos ascendentes e descendentes, formando círculos de convecção térmica, também ocorrem na água dentro de uma caneca sobre o fogo: a parte inferior recebe o calor primeiro, fica agitada com o aumento da temperatura e sobe, empurrando a água mais fria para baixo. Os movimentos circulares de sobe e desce funcionam como se fossem 'rodinhas'. Imagine a fileira de rodinhas que ficam sob uma esteira ou escada rolantes. Quando as rodinhas giram para a direita, a esteira movimenta-se para a direita e quando elas giram para a esquerda, a esteira vai para a esquerda. Portanto, quem faz o papel das rodinhas que movimentam as placas litosféricas são os processos convectivos dentro do magma. A velocidade relativa das placas varia de cerca de dois a dezessete centímetros ao ano. Parece pouco? Então imagine esse movimento durante milhões e milhões de anos.

A movimentação dessas placas é importante porque tem provocado modificação completa da superfície física da Terra há milhões de anos. Tem mudado a posição relativa dos continentes e é responsável pela ocorrência dos terremotos e vulcões, até fazendo surgir ou desaparecer ilhas. Aliás, foi através do mapeamento dos pontos da superfície onde ocorrem os terremotos e vulcões é que foi possível definir as bordas das placas litosféricas.

As bordas dessas placas são os locais onde ocorre a maioria dos terremotos e vulcões, porque, com a movimentação das placas as rochas nesses locais estão sendo continuamente forçadas e, "quando não resistem mais" elas se quebram e liberam a energia acumulada na forma de um terremoto. A erupção vulcânica é o extravasamento da rocha quente derretida que está sempre sob altas pressões, portanto, as erupções vulcânicas ocorrem tanto nas bordas que se encontram quanto naquelas que se afastam. Ou seja, o extravasamento de lavas vulcânicas pode ocorrer onde a rocha quente e fluida encontrar uma brecha para escapar.

As ilhas que formam o Japão ou as Filipinas, ou a costa leste das Américas, por exemplo, estão localizadas em regiões de bordas de placas, o que explica a ocorrência freqüente de terremotos e erupções vulcânicas nesses locais. Explica também porque não temos no Brasil, localizado na parte central da Placa Sul Americana, muitos desses fenômenos naturais chamados tectônicos.

A cordilheira dos Andes delimita a borda oeste da Placa Sul Americana enquanto a sua borda leste situa-se ao longo da parte central do Oceano Atlântico, onde também existe uma cordilheira no fundo do mar, formada pelo afastamento das placas Sul Americana e Africana. Quando essas placas se afastam, rochas derretidas são expelidas do interior da Terra, como as erupções vulcânicas. Sendo as águas no fundo do mar muito frias, elas resfriam rapidamente essa lava, que se solidifica e forma novo assoalho oceânico.

O afastamento de placas litosféricas, com a formação de nova "casca" da Terra, é contrabalanceado pela colisão de placas e "desaparecimento" de parte da velha "casca". Por isso que é que a "Bola Terra" não tem aumentado de tamanho. Um exemplo onde placas estão colidindo é a costa oeste da América do Sul. Essa colisão entre a placa sul americana e a oceânica, denominada Placa de Nazca, provoca uma compressão que tem determinado o "enrugamento" da placa continental com a formação da Cordilheira dos Andes e também um "mergulho" de parte da placa oceânica por baixo da continental.

Desta forma, o efeito dos movimentos convectivos ou dos círculos de convecção térmica no material magmático é tal que partes ascendentes do movimento de dois círculos vizinhos provocam o afastamento de placas. Por outro lado, partes convectivas descendentes provocam a colisão das placas.


Na figura, Estrutura da Terra e a tectônica das placas (tectônica em grego significa arte de construir) é possível visualizar os efeitos do movimento litosférico e do material magmático subjacente: afastamento dos continentes, formação de assoalho oceânico, mergulho de uma placa sob outra, formação de montanhas continentais e submarinas, formação de ilhas, etc.. Toda essa movimentação provoca a ocorrência de terremotos e maremotos, onde as rochas estão sólidas, e as erupções vulcânicas, tanto continentais quanto as oceânicas.

MAREMOTOS: TERREMOTOS NO MAR

Maremotos são terremotos ocorridos nas placas litosféricas sob o mar, as chamadas placas oceânicas. Portanto, o epicentro de um maremoto fica localizado no mar. Teoricamente ele não provocaria vítimas como um terremoto que ocorre na placa continental e cujo epicentro localiza-se em região populosa.

Contudo, o grande problema do maremoto é que ele gera os tsunamis ou ondas gigantescas, que podem atingir até mais de 20 metros de altura. Essas ondas começam sobre a falha que provocou o maremoto e são geradas por um deslocamento de água, que nem é tão grande na região epicentral do sismo. Em alto mar essas ondas viajam com grande velocidade, mas com amplitude pequena e comprimento de onda de centenas de metros, o que faria, portanto, um barco apenas oscilar. Entretanto, ao atingir regiões costeiras, onde a profundidade do mar é pequena, a velocidade das ondas diminui e a sua energia fica então acumulada em uma extensão menor de água, provocando aumento na altura da onda e transporte de quantidades incríveis de água para dentro do continente ou ilha.

Tsunamis podem também ser gerados por explosões vulcânicas, como o que foi provocado pelo vulcão Krakatoa na Indonésia em 1883 e que atingiu 40 m de altura, prejudicando grandes extensões costeiras circunvizinhas. Contudo, não são apenas as regiões próximas do maremoto é que podem sofrer com os tsunamis. Em 1960, um terremoto ocorrido na costa do Chile provocou um tsunami que alcançou o Japão. Isto é possível porque a velocidade de um tsunami em alto mar é comparável à de um avião.

NO BRASIL NÃO OCORREM GRANDES TERREMOTOS NEM MAREMOTOS OU
ERUPÇÕES VULCÂNICAS. SERÁ PORQUE DEUS É BRASILEIRO?

Como foi dito anteriormente, terremotos, maremotos e vulcões ocorrem com mais freqüência nas bordas das placas litosféricas. Entretanto, sismos em menor número e variadas magnitudes também ocorrem no centro de uma placa. Deste modo, no Brasil, situado no centro da placa Sul Americana, os sismos não são de magnitude e intensidade elevadas nem tampouco tão freqüentes como na região das bordas de placas. Contudo, atualmente não se pode dizer que o nível de atividade sísmica no território brasileiro seja desprezível. O aumento de estações sismográficas tem permitido registrar muitos tremores de terra, percebidos ou não pelas pessoas. Têm ocorrido no Brasil sismos naturais e também os chamados induzidos.

A distribuição de estações sismográficas no País ainda não é uniforme, mas a atividade sísmica registrada no território brasileiro tem sido significativa, destacando-se a sismicidade da região Nordeste, com a seqüência de sismos de João Câmara no Rio Grande do Norte que se tornou mais intensa em 1986, os ocorridos em Palhano no Ceará e as dezenas de pequenos tremores no Estado de Pernambuco, ocorridos em julho de 2002. A região Sudeste também tem apresentado um nível significativo de sismicidade, inclusive com alguns dos maiores sismos já ocorridos no Brasil, como o de Mogi Guaçu no Estado de São Paulo em janeiro de 1922, com magnitude 5,2 e o sismo na plataforma continental do Espírito Santo em fevereiro de 1955, com magnitude 6,3.

Apesar do homem não conseguir evitar os terremotos, sua interferência na natureza já provocou a ocorrência de sismos. De acordo com a literatura no assunto, têm sido induzidos sismos pelas seguintes atividades humanas: injeção sob pressão de fluidos na rocha, enchimento de lagos artificiais em usinas hidrelétricas, explosões nucleares, atividades de extração de óleo, escavações de minas de carvão. No Brasil, têm havido casos de indução de abalos sísmicos pela perfuração e exploração de poços profundos para água subterrânea e enchimento de lagos artificiais em usinas hidrelétricas.

Contudo, felizmente, mesmo ocorrendo tremores de terra naturais e os também provocados pela ação do homem na natureza, no Brasil, de fato, não há vulcões, furacões e nunca houve grandes danos por terremotos.

Assistindo pela televisão aos danos provocados pela fúria dos tsunamis, conseqüentes do maremoto ocorrido no Oceano Índico no final de 2004, e que atingiram vários países, podemos até acreditar que Deus seja mesmo Brasileiro!

* Profa. Dra. Tereza Higashi Yamabe, professora de Física e Geofísica - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Presidente Prudente/SP - Especialista em Geotermia e Sismicidade Induzida. Cursos e estágios no Japão e Bélgica sobre Energia Geotermal (1986); Sismos Vulcânicos (2003); Variações térmicas e hidrológicas relacionadas com atividades tectônicas (1995).

Fonte: http://www.unesp.br


Veja onde estão ocorrendo os terremotos no mundo agora. quakes.globalincidentmap.com/



Top 10 terremotos mais devastadores de todos os tempos



O terremoto ocorrido no Japão na última semana dominou os noticiários do mundo inteiro. Também, não é à toa: o número de mortos está perto dos 7.000 e se não fosse a infra-estrutura existente no país contra esse tipo de catástrofe, os danos seriam ainda maiores. Mas por mais que as imagens sejam chocantes, houve desastres tectônicos ainda maiores do que este. Confira a lista.
10. Portugal, em 1755
O terremoto, que alcançou 9 graus na escala Richter, deixou 70 mil mortos e ocorreu em 1º de novembro de 1755. Nesse dia, Lisboa foi atingida por três tremores em apenas três horas. Ondas gigantes atingiram a cidade, fazendo o nível da água subir 5 metros e um incêndio destruiu casa, igrejas e colégios. Resultado: 85% da capital de Portugal foi totalmente destruída.

09. Azerbaijão, em 1667

Por estar situada em cima de uma zona sujeita a abalos, a cidade de Shemakha já foi destruída por vários terremotos. Mas o mais devastador deles ocorreu em novembro de 1667, deixando 80 mil mortos.

08. China, em 1290

Por ter acontecido há muito tempo, quase não há registros sobre esse terremoto, que ocorreu em 27 de setembro de 1290, deixando mais de 100 mil mortos. A região atingida, atual província de Hopei, é famosa pelos chacoalhões, que já teriam vitimado mais de 1 milhão de pessoas.

07. Itália, em 1908

O sul da Itália foi devastado por um tremor de 7,2 graus de magnitude, que deixou mais de 120 mil mortos, em 28 de dezembro de 1908. O terremoto foi seguido por tsunamis com ondas de até 12 metros de altura, devastando ainda mais a região.

06. Japão, em 1923

O terremoto de 7,9 graus de magnitude atingiu as principais cidades do Japão no dia 1º de setembro de 1923. Dos 143 mil mortos, cerca de 60 mil pessoas morreram queimadas em incêndios causados pelo tremor. Além disso, depois do terremoto, alguns pontos da baía de Sagami, em Tókio, aumentaram mais de 250 metros de profundidade.
05. Haiti, em 2010
Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 atingiu Porto Príncipe, capital do Haiti, deixando mais de 200 mil mortos. As mais de 3 milhões de pessoas atingidas ainda tentam recuperar-se da tragédia.
04. China, em 1920
A região centro-norte da China não sentia um tremor há 280 anos quando o terremoto de 16 de dezembro de 1920 aconteceu. Com 8,5 graus na escala Richter, essa catástrofe atingiu uma área de 67 mil km² e deixou mais de 200 mil vítimas.

03. China, em 1976
Em 27 de agosto de 1976, um terremoto de 7,8 graus na escala Richter atingiu o norte da China. Embora o número de mortos divulgado pelo governo chinês tenha sido de 250 mil mortos, especialistas acreditam que a catástrofe tenha sido bem maior, chegando a 650 mil vítimas.

02. Índia, em 1737

Relatos da época indicam que a catástrofe tenha sido um terremoto, mas como na época não existiam registros completamente confiáveis, especialistas discutem se o ocorrido não foi, na realidade, um ciclone. O fato é que, no dia 11 de outubro de 1737, mais de 300 mil pessoas morreram.

01. China, em 1556

O pior tremor de que se tem notícia ocorreu na região central da China e deixou mais de 830 mil mortos. O desastre foi tamanho que atingiu 98 cidades, sendo que algumas delas perderam mais de 60% de suas populações.
Fonte: Mundo Estranho.




Você vai ver as explicações científicas para os terremotos e tsunamis. 

Por que os terremotos acontecem? A camada mais externa da Terra, a crosta terrestre, é formada por várias placas, como em um quebra-cabeça. 

“Essas placas se movimentam, ora se afastando umas das outras, ora se trombando uma com a outra”, explica o geólogo Agamenon Dantas. 

“Quando chega a um limite a ponto de romper as estruturas das rochas, de quebrar, de falharem, há liberação de tensão.” 

É nesse momento que acontece um terremoto. Ao todo, 90% dos terremotos acontecem nas bordas das placas tectônicas. O Japão fica bem onde duas delas se encontram.
Todo terremoto é seguido de um tsunami, como aconteceu sexta-feira? 

“Quando as tensões de um terremoto cujo epicentro ocorre no mar são liberadas, é suficiente para formar grandes ondas. Pode ocorrer tsunami. mas às vezes não é suficiente. Na maioria das vezes, não é”, diz o geólogo. 

Mas quando é, formam-se ondas que se propagam em várias direções. 

“A onda tsunami, quando é formada em alto mar, tem característica de ter um grande comprimento da ordem de 700, 600 ou 700 quilômetros, e a velocidade com que ela se propaga chega até 700 km/h ou 800 km/h. Em alto mar, a altura dessa onda é da ordem de 30 centímetros”, acrescenta o oceanógrafo, David Zee. 

“Mas à medida que ela avança para o litoral, a frente dessa onda, sentindo o atrito com o fundo, o atrito faz com que ela perca velocidade e ela começa a diminuir seu comprimento e a ganhar altura. Ao chegar a quatro metros de profundidade, a velocidade diminui para 20 km/h. Em compensação, o comprimento diminui bruscamente e a altura dela vai ganhando contornos de oito, dez metros”, diz. 

“É como se fosse o estouro de uma manada de elefantes. Os elefantes da frente vão perdendo velocidade, contudo os elefantes de trás vão avançando e vão acumulando energia. Aí, chegando a 20 km/h, praticamente não se segura mais essa onda. A energia é suficiente para levar navios, carros, lixo e entulho”. 

O terremoto no mar do Japão foi o mais forte daquele país. Atingiu magnitude 8,9 na escala Richter, o suficiente para provocar um tsunami. 

O que significa 8,9 pontos de magnitude? 

“É a medida dessa energia liberada. Quando a gente fala que teve 5º na escala Richter significa que é dez vezes mais do que quatro. Seis é dez vezes mais do que cinco, porque a escala é logarítmica, não é uma escala normal. Então, no caso do terremoto que teve no Japão, 8,9 é dez vezes mais do que 7,9”, responde o geólogo Agamenon. 

É quase cem vezes mais do que sete pontos, a magnitude do que destruiu parte do Haiti no ano passado. O do Haiti teve o epicentro em Terra. O desta semana foi no mar. Foi o mais forte do Japão e o quinto da história mundial. O do Chile, também no início do ano passado, atingiu 8,8 na escala. 

Está havendo mais terremotos? 

Não. A média de ocorrência de grandes terremotos tem permanecido constante, segundo os dados de longo prazo do USGS, a agência americana de pesquisas geológicas. 

“Temos percebido mais esse tipo de coisa devido à globalização e à grande capacidade de comunicação que o homem tem. Qualquer problema que aconteça em qualquer parte do globo é rapidamente transmitida para todos”, diz o oceanógrafo. 

O terremoto deslocou o eixo da Terra? 

Muita gente ficou preocupada também com a notícia de que o terremoto teria deslocado o eixo da Terra, uma linha imaginária que cruza o centro da Terra e os dois pólos, em torno da qual o planeta gira. 

“Depois do terremoto o que aconteceu é que esse eixo deu um pequeno salto de dez ou 15 centímetros. Para nós, isso não tem absolutamente nenhum efeito. Tem problemas para os astrônomos, que têm que apontar para as estrelas na posição certa, e já que a latitude do observatório mudou, então ele tem que fazer uma correção. O sistema de posicionamento global, o GPS, também tem que fazer essa correção”, aponta o astrônomo do Museu de Astronomia e Ciências Afins, Eugênio Reis. 

Ele acrescenta: “O eixo da Terra já se move naturalmente uns 4,5 metros por mês. Ele tem um movimento contínuo. Ele se move porque a Terra não é uma esfera perfeita, é irregular, ela tem uma distribuição de massa irregular. Quando tem um terremoto, isso volta, isso se redistribui. Tem o movimento das águas dos mares. Tudo influencia o eixo de rotação da Terra”.


Referências


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