Carroceiro desenterra corpo de filho assassinado em Vila Velha
Sem dinheiro para dar um enterro digno ao filho Joab, o pensionista José Ribeiro dos Santos, 45 anos, ainda não procurou o Departamento Médico Legal (DML)
Um crime bárbaro e com requintes de crueldade foi registrado na noite de quinta-feira, em Morada da Barra, Vila Velha. O adolescente Joab de Souza Santos, 16 anos, foi espancado, enforcado e levou um tiro na cabeça. Além disso, ele foi obrigado a cavar a própria cova, como suspeita a polícia. O corpo do jovem só foi encontrado na noite deste sábado (22).
Quem achou a cova e desenterrou o corpo foi o próprio pai da vítima. O assassinato chocou a comunidade e, principalmente, a família que descreveu o rapaz como trabalhador e pacato. Segundo testemunhas, Joab estava fazendo uma descarga de areia, no ponto do final do bairro João Goulart, quando quatro homens armados com pedaços de pau chegaram e começaram a espancá-lo.
Ele foi amarrado pelo pescoço à própria carroça, com um fio de nylon, de aproximadamente três metros de comprimento e arrastado de um bairro ao outro. Isso teria acontecido por volta das 17 horas de quinta.
Uma testemunha viu o momento em que os suspeitos chegaram com Joab, ao local do crime, e ouviu um tiro. Ela avisou à família do carroceiro, que entrou em contato com a polícia. Buscas foram realizadas na região, perto de uma lagoa, mas o corpo de Joab não foi localizado.
Pai e irmã grávida desenterram o corpo
O pai de Joab, o aposentado José Ribeiro dos Santos, 40 anos, desesperado e sem notícias do filho, resolveu, por conta própria, continuar a busca. Ele recebeu a informação do local onde o filho teria sido enterrado. Com ajuda do genro e da filha grávida, ele achou o local e desenterrou o corpo.
De acordo com informações da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, o crime pode ter sido motivado pela extração ilegal de areia que existe na região. Joab trabalhava como carroceiro e transportava a areia retirada de um local conhecido como Lagoa da Pedrinha. O jovem retirava a areia e vendia por um preço inferior ao cobrado por outros extratores, o que estaria desagrandando muita gente.
Sem dinheiro para dar um enterro digno ao filho Joab, o pensionista José Ribeiro dos Santos, 45 anos, ainda não procurou o Departamento Médico Legal (DML) para liberar o corpo que ele mesmo encontrou. "Não tenho como pagar o caixão, vou ter que pedir ajuda, nesta segunda-feira", lamentou. Pedindo força a Deus, José contou como foi a procura por qualquer espaço de terra revirada onde estivesse enterrado o corpo de seu filho.
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