O autoconhecimento previne doenças e melhora o prazer sexual
Quando o tema entra na roda de amigos parece que estão contando uma piada - todo mundo ri. Só pela atitude já é possível ter ideia de como o autoconhecimento das genitais ainda é um assunto pouco discutido. Mas engana-se quem acha que o tema é brincadeira ou sacanagem. Muito pelo contrário, saber o que compõe a vulva da mulher e as funções de cada parte do órgão genital feminino pode prevenir e evitar o avanço de doenças. O site Vida Saudável acionou três ginecologistas para saber como isso funciona.As Doenças Sexualmente Transmissíveis também podem ser identificadas através do autoconhecimento. "O HPV é uma doença pré-cancerígena e apresenta sinais na genitália. Quando a mulher não percebe o avanço da doença, os tratamentos são mais demorados e agressivos", completa Otto.
O uso do preservativo feminino e de métodos anticoncepcionais introduzidos no canal vaginal são evitados pelas brasileiras pela vergonha de se tocar. Segundo o médico, o anel vaginal, por exemplo, é uma boa opção para quem tem enjoo com a pílula, mas só de falar a paciente já recusa a ideia do anel.
No dia a dia, é comum o parceiro conhecer mais o órgão genital feminino da mulher do que ela própria. O médico recomenda que a paciente comece a se observar desde menina com a orientação da mãe e a ajuda de um espelho. "Assim, ela consegue ver possíveis áreas despigmentas que podem ser desde uma lesão esbranquiçada - um vitiligo- ou um lesão cancerígena", ressalta.
Segundo o especialista, muitas pacientes passam por um ressecção total da vulva devido a falta de curiosidade ou prática de não se olhar em um espelho. E, quando o médico se depara com a lesão, sempre a encontra no processo mais avançado.
Idade
A idade da mulher interfere na exploração do corpo. "Hoje as mulheres entre 20 e 40 anos se conhecem mais. As muito jovens e as mais velhas não tem esse conhecimento. O autoexame é uma forma de prevenção de doenças. Além disso, o prazer na atividade sexual aumenta", afirma o ginecologista Carlos Moschen.
Corrimentos
São verdadeiros sinais de infecção. "Se a mulher não considerar esse corrimento, quando procura um médico, a gente se depara com infecções que comprometem o útero, as trompas e os ovários, podendo causar até infertilidade", alerta o ginecologista Otto Fernando Baptista.
O médico salienta que a paciente que não tinha nenhum corrimento e, de repente, manifesta um corrimento com a coloração amarelada e cheiro desagradável, mesmo depois que ela fez toda limpeza, com certeza é uma infecção genital, que pode ser transmitida ao parceiro. Tem que procurar um ginecologista.
Fique alerta!
Com coceiras na vulva, ardência no momento da relação sexual, falta de lubrificação e presença de corrimento cremoso com cheiro ruim. São sinais de infecção e precisam ser tratados.
Ida ao ginecologista
As mulheres com vida sexual ativa e variedade da parceiros, devem procurar o especialista de seis em seis meses, já a mulher com parceiro fixo pode ir ao ginecologista um vez ao ano. O doutor Otto lembra que a consulta deve ser completa e com exame da mama. Peça ao seu médico.
Além de conhecer o próprio corpo, as mulheres também precisam ficar de olho na higiene íntima. De acordo com o ginecologista Fábio Leal, é necessário lavar as dobras dos pequenos e grandes lábios da vulva feminina, com água e sabão neutro. E, por mais que sobrem opções de produtos para higiene com cheiro, é bom evitá-los. Esses produtos, como perfume, papel higiênico, absorvente e sabonetes, baixam a imunidade e causam alergia nas mulheres.
O sabonete íntimo também é contraindicado. "Quem não tem alergia, tudo bem, mas a maioria das pacientes têm. Compare a vagina com a boca, não se usa perfume na boca. Papel higiênico deve ser branco, neutro e suave. Aqueles muito ruins também não devem ser utilizados", afirma o médico.
O especialista indica uma outra recomendação, mas que é difícil de ser aplicada diariamente. "Ao fazer xixi, e enxugar com papel, na verdade, a mulher está espalhando o xixi pela vulva. A urina seca, mas fica ali. A melhor opção é lavar com ducha e secar com papel, mas é complicado ter essa atitude nos locais de trabalho, por exemplo", reconhece.
Outra cuidado é evitar tudo que abafe a vagina, como a calça jeans. "Quanto mais você apertar e abafar, mais bactérias vão aparecer na vulva", explica Leal.
Fora da reciclagem não há salvação...
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