Aposentado atira nas familiares, se mata e estarrece a população; suspeita é de desentendimento por partilha de bens
Casa onde as duas irmãs foram assassinadas |
O crime chocou os moradores de Jaú. Tradicional na cidade, a família que protagonizou a tragédia, conforme informações extraoficiais, enfrentaria discussões acerca de uma suposta partilha de bens.
Policiais civis e militares de Jaú foram acionados pouco após as 18h, horário em que o fato foi registrado oficialmente.
As primeiras pessoas que chegaram em frente à confortável moradia da família, na rua Paysandu, região central, impressionaram-se ao ver a senhora de 89 anos, mãe das vítimas e autor, tremendo, em estado de choque.
De acordo com os policiais que entraram na residência, o cenário era desolador, com uma das irmãs caída na escada, outra numa varanda e o corpo de Francisco estirado no chão da sala de jantar. Testemunhas disseram que a mãe, apavorada e sem saber o que fazer, ainda teria arrancado o revólver calibre 38 utilizado por Francisco das mãos do filho morto. Desesperada, ela ainda jogou a arma atrás da geladeira, onde policiais a recolheram, posteriormente.
Por conta dos momentos de terror envolvendo os filhos, Ana Maria ainda se machucou. Com escoriações num dos braços, ela se feriu ao tentar abrir o portão na tentativa de sair da casa logo após os tiros. “Ela está muito chocada, mas esclareceu que se lesionou no momento em que foi até a grade e não conseguia localizar as chaves do portão principal para pedir socorro e teve uma escoriação leve”, detalha o delegado Ferracini, acentuando que, em depoimento, a mãe das vítimas confirmou ter pego a arma do crime.
Um outro revólver chegou a ser apreendido por policiais militares. A arma, um antigo “galanti 6.35”, entretanto, não teria qualquer relação com os crimes, praticados com o revólver calibre 38.
“Jaú amanhã (hoje) vai amanhecer sob choque. É uma família tradicional e muito bem vista”, comenta uma popular, que pediu para não ser identificada, em frente à cena do crime.
‘Herança maldita’?
Ana Cecília e Ana Carolina de Almeida Prado eram professoras aposentadas, respectivamente nas áreas de educação física e ensino fundamental.
Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Jaú, de onde ainda não haviam sido liberados até as primeiras horas da madrugada de hoje. O caso, a partir de agora, está sob os cuidados da equipe de investigação chefiada pelo delegado Euclides Salviato, do 1.º Distrito Policial de Jaú. “A investigação não está fechada, mas a princípio, seria um duplo homicídio das irmãs, seguido de suicídio, fato confirmado pela mãe das três vítimas. Mas a Polícia Civil continuará investigando”, assegurou o delegado Ferracini, ainda ontem à noite. Sobre uma possível briga por herança, o policial optou por resguardar a questão. “Por respeito à dor dos familiares”, alegou o plantonista, um dos policiais que esteve na cena dos crimes.
“Logo na escada próximo de uma varanda que dá acesso à sala de jantar encontramos o corpo de uma das vítimas. Na mesma varanda estava o segundo corpo, a uma distância de um metro e meio, e na sala de jantar o corpo dele”, descreve o delegado, que a pedido do advogado da família Almeida Prado, não informou oficialmente o nome dos envolvidos, obtidos pela reportagem por meios alheios à Polícia Civil.
Vídeo: Partilha de herança milionária teria motivado tragédia no interior de São Paulo
Francisco Almeida Prado matou as duas irmãs e se matou em seguida. A mãe está internada em estado choque. A polícia ainda não sabe o valor exato do patrimônio, que inclui carros, casas, fazendas e gado.
Luiz Beltramim
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