A colisão entre dois ônibus provocou a morte de Daniele Fernandes, 22 anos, e feriu outras 21 pessoas no Jardim Feital, em Mauá. O acidente aconteceu por volta das 6h15 de ontem, na Avenida Benedita Franco da Veiga, na altura do número 2.269.
Todos os feridos foram encaminhados ao Hospital Nardini. Apenas Daniele foi levada em estado grave ao Hospital Mário Covas, em Santo André. A jovem estava com fratura na face e traumatismo crânio-encefálico. Até o fechamento desta edição, cinco pessoas continuavam internadas.
O ônibus da Eaosa, que descia em direção ao ponto final, derrapou após fazer uma curva. Com isso, invadiu a pista contrária e sua lateral bateu com a frente do ônibus da Viação Cidade de Mauá, que começava seu trajeto rumo ao Centro. "A pista estava com muito óleo. Com isso, a parte de trás, que tem maior flexibilidade nas rodas, deslizou", disse o motorista do veículo, Cícero Joaquim da Silva, 29.
Cerca de 50 pessoas estavam envolvidas no acidente: 43 ocupavam o ônibus da Eaosa e sete o outro coletivo. Todos os feridos estavam no ônibus da Eaosa, com exceção do motorista do ônibus da Cidade de Mauá.
O marmoreiro José Nilson Barbosa Santos, 35, foi um dos passageiros que sofreram ferimentos na colisão. "Foi um susto muito grande. Caí no chão e vi que estava cheio de sangue, assim como muitas pessoas. Com isso, desci cambaleando e sentei na calçada, para aguardar atendimento. Nem deu para perceber onde o ônibus tinha batido", disse. Santos levou oito pontos na cabeça e teve ferimentos no nariz.
Quem mora nas proximidades de onde houve o acidente disse que eram muitas pessoas feridas e gritando ao mesmo tempo. Logo a rua estava tomada pelos passageiros e por moradores.
Os feridos foram atendidos pelo Samu. Viaturas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar também ajudaram no resgate. "A perícia vai dizer de quem foi a culpa. Para haver um acidente desse, com certeza alguém tem alguma responsabilidade", disse o sargento Almir Pereira de Souza. Por volta das 11h, a via foi liberada.
A equipe do Diário entrou em contato com as empresas após saber da morte de Daniele. Os funcionários que atenderam aos telefonemas, porém, informaram que não havia ninguém da direção naquele momento.
Vizinhos reclamam de curva perigosa
De acordo com quem mora na Avenida Benedita Franco da Veiga, acidentes como o da manhã de ontem não são novidade. "Só no último ano foram quatro acidentes aqui. E ninguém faz nada", reclamou a funcionária pública Maria Bernardete, 50 anos.
O motorista Cícero Joaquim da Silva, que esteve envolvido no acidente da manhã de ontem, confirmou o que disse a funcionária pública. "Além de a curva ser muito fechada, sempre tem óleo na pista, devido à passagem de ônibus e caminhões, o que torna o local mais perigoso." Silva também declarou que um matagal impede a visão de quem está descendo a via.
Por muito pouco, a casa de Cícero Francisco, 41, não foi atingida pelo ônibus da Viação Cidade de Mauá. "Acordei com o barulho, e achei que tinham atingido a minha casa", disse.
Não seria a primeira vez que a residência ficaria danificada. Em março de 2010, uma colisão fez com que um veículo batesse e derrubasse parte do muro da casa.
Outra queixa dos vizinhos é a respeito da alta velocidade em que os ônibus atingem ao passar pela via. "Eles são muito imprudentes, descem e sobem correndo o tempo todo", afirmou Maria.
O motorista do veículo que deslizou na manhã de ontem disse que não estava em alta velocidade. "Estava em 40 km/h, sendo que a velocidade permitida era de 50 km/h. Não estava em alta velocidade."
dgabc.com.br
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