sábado, 26 de fevereiro de 2011

Confirmado que o uso de telefones celulares afeta a atividade cerebral

Foi demonstrado que falar ao telefone durante 50 minutos aumenta o metabolismo do cérebro.

Um novo estudo divulgado pelo JAMA (The Journal of American Medical Association) mostrou que o metabolismo da glicose no cérebro, aumenta quando as antenas estão perto dos fones de ouvido.

Desde a invenção da tecnologia de celulares sempre houve suspeitas sobre os riscos do seu uso, mas para os pesquisadores, a maior preocupação são possíveis efeitos cancerígenos das emissões de rádio com modulação de frequência (RF-EMF) de telefones celulares.

"O aumento dramático em todo o mundo na utilização de telefones celulares tem levado a preocupação com possíveis efeitos nocivos da exposição aos campos electromagnéticos de radiofrequência modulada, dizem os pesquisadores do National Institute of Health (NIH)

Os cientistas, liderados pela Dra. Nora Volkow, descobriram que pessoas que usaram celulares por 50 minutos por dia tinham um aumento do metabolismo da glicose no cérebro. A glicose é um marcador da atividade cerebral.

Volkow e seus colegas analisaram imagens do cérebro de 47 indivíduos que foram colocados por um ano por um período de 50 minutos todos os dias, dois celulares colados a seus ouvidos, um desligado e um ligado (mas sem volume, para que eles não notassem a diferença entre cada aparelho). Durante 50 minutos, os pesquisadores monitoraram, com um scanner, a diferença nos níveis de glicose e observaram que, no lado do cérebro próximo ao telefone ligado, a presença de açúcar era maior.

Para ver a reação do cérebro foram usadas imagens de scanners que podem ver a atividade cerebral depois de injetar fluorodeoxyglucose (18F), uma comparação de glicose que é utilizado para medir o metabolismo do cérebro, eles perceberam as mudanças na atividade cerebral.

"Estes resultados fornecem evidência de que o cérebro humano é sensível aos efeitos da exposição aguda ao RF-EMF transmitidos por telefones celulares," os investigadores ainda não podme dizer se isso pode gerar algum tipo de anomalia.

Enfim, eles explicaram que os estudos ligando o uso de telefones celulares ao aumento do risco de câncer do cérebro permanecem por resolver."


Saúde

Mas o estudo não oferece nenhuma conclusão sobre possíveis riscos para a saúde contidos no uso do celular. "Esses resultados não provam potenciais efeitos cancerígenos (do celular) ou a ausência deles", diz a pesquisa.

Um amplo estudo de 2006 sobre o mesmo tema, com 42 mil usuários de celulares na Dinamarca, tampouco obtivera evidências de relações entre o uso do celular e a incidência de câncer.

Para o professor Patrick Haggard, do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade College London, o estudo americano traz conclusões interessantes, mas lembra que "flutuações muito maiores nas taxas metabólicas do cérebro ocorrem naturalmente, por exemplo enquanto bebemos".

"No entanto, se próximos estudos confirmarem que o sinal do celular tem um efeito direto no metabolismo, daí será importante investigar se esses efeitos terão implicações na nossa saúde", agregou Haggard.

"Não podemos determinar a relevância clínica do estudo, mas nossos resultados mostram que o cérebro humano é sensível aos efeitos dos campos magnéticos em exposições (prolongadas)", disse ao site especializado MedPage Today Gene-Jack Wang, um dos responsáveis pela pesquisa americana.

Mas Wang adverte que "mais estudos são necessários para avaliar se os efeitos que observamos podem ter consequências potenciais de longo prazo".

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