ERECHIM (RS)
Área: 431km²
População: 98.288 habitantes (Segundo estimativa do IBGE)
Clima: Sub-tropical, apresentando as quatro estações bem definidas (primavera, verão, outono e inverno).
Temperaturas: A temperatura média anual é de 18,7ºC. Máxima 39ºC. Mínima -5ºC.
Distancia de Porto Alegre: 360 km
Colonizado basicamente por imigrantes de origem polonesa, italiana e alemã, o povoado formou-se em 1908 à margem e arredores da estrada de ferro. Foi neste ano que 36 pioneiros, entre imigrantes europeus e outros vindos das terras velhas (Caxias do Sul), vieram pela estrada de ferro e habitaram o lugar, que logo tornou-se um Distrito de Passo Fundo.
Com o crescimento do povoado e de sua economia - agricultura, pecuária, comércio e serviços - o município de Erechim foi criado no dia 30 de abril de 1918, através do Decreto nº 2343, de 30 de abril, assinado por Borges de Medeiros, então governador do Estado do RS.
Cidade que já foi conhecida como a Capital do Trigo devido ao alto volume de grãos produzidos na agricultura, hoje Erechim é tida como a Capital da Amizade. A origem do nome de Erechim remete aos antigos habitantes indígenas da região. Erechim significa "Campo Pequeno", provavelmente porque os campos da região eram cercados por florestas.
Com clima sub-tropical, a cidade apresenta as quatro estações bem definidas (primavera, verão, outono e inverno). A temperatura média anual é de 15,9°C. Máxima 35°C. Mínima - 6°C. As chuvas são irregulares, chegando a precipitação pluviométrica de 1618 mm/ano. Erechim está situada a 793m acima do nível do mar, latitude 27º37'54" e longitude 57º16'52". No fortíssimo inverno de 1975 a mínima na cidade foi de -11°C, durante 5 dias consecutivos a máxima não foi superior a 3°C na cidade. Segundo dados históricos (INMET), Erechim está entre as 20 cidades mais frias do sul do Brasil.
Os acessos à cidade dá-se via aérea, pelo Aeroporto Federal Comandante Kraemer, por via rodoviária, pelas RS-135, RS-331, RS-419, RS-420, RST-480, BR-153 e BR-480, ligando os vários municípios da região (todas pavimentadas) e a distância da capital do Estado, Porto Alegre, é de 360 km.
O nome Erechim, de origem Caingangue, significa "Campo Pequeno", provavelmente porque os campos eram cercados por florestas.
O cognome de Erechim (*)
Grande foram os festejos de 50 anos do município de Erechim. Naquele ano, 1968, foi realizada uma grande festa. Na Praça da Bandeira, foram erguidos estandes representativos de todas as etnias que compunham a população do município: franceses, italianos, alemães, holandeses, judeus, espanhóis, portugueses, poloneses, índios, russos, entre outros. Esses estandes mostravam um pouco da cultura de cada povo e sua inserção no município. Lembro que houve a visita de vários cônsules que visitaram a cidade e havia shows típicos todas as tardes.
Num desses shows, Rubens Safro - popular e localmente conhecido como Buja - animava a festa e chamou a cidade de Capital da Amizade. Logo a alcunha foi adotada pelo município, devido à diversidade das etnias que compunham a sua população e à harmonia de sua convivência.
(*) Depoimento escrito em 1970, por José Maria de Amorim, primeiro tabelião da cidade de Erechim
Chafariz da Praça da Bandeira - Centro de Erechim - RS
Erechim é uma das poucas cidades brasileiras que tiveram suas plantas urbanas planejadas, antes de serem implantadas. Projetada para ser o centro urbano da Colônia de Erechim, embalada pelos ideais positivistas do francês Augusto Comte, a cidade é generosa em espaços públicos, permitindo convivência em harmonia das pessoas com os veículos.
O traçado urbano segue o modelo das capitais como Paris e Washington. O centro urbano na forma de um círculo, cortado por duas diagonais, evidencia o conceito urbanístico “xadrez com diagonais”, que lhe confere a mística de urbe diferenciada, pensada por urbanista seguidor da doutrina positivista, que vê o homem no centro de tudo, notadamente do meio onde ele vive.
Da rótula central nascem dez grandes avenidas que se estendem aos bairros mais distantes. Os poderes constituídos – Executivo, Legislativo, Judiciário – estão no coração da cidade em volta da Praça da Bandeira.
Com várias microrregiões, onde as diagonais protagonizam seis entradas e seis saídas, um programa de controle do fluxo de veículos teve que ser aplicado para desafogar as zonas de alto risco de acidentes. Primeiro foram desenvolvidos embriões de rótulas e, mais tarde, devido à pressão dos usuários, foram colocados semáforos. O trânsito passou a ser orientado por sistema misto, semáforos/rótulas.
Num primeiro momento, a opção foi pelos semáforos mas, com o tempo, o próprio usuário sentiu que as rotatórias eram instrumentos mais adequados ao tipo de mobilização urbana de Erechim. Além de ser redutor natural da velocidade, permite que o motorista escolha o momento certo da movimentação.
Origens do desenho urbano da cidade
Depoimento escrito em 1970, por José Maria de Amorim, primeiro tabelião da cidade de Erechim, que lá viveu desde 1924, até a data de seu falecimento em 12 de dezembro de 1978. Narra aspectos sobre o desenho da cidade, sua origem e percalços, ainda não regist...
Nativos
Segundo estudos realizados pela Eletrosul, o território que constitui hoje a vasta região do Alto Uruguai já era habitada pelo homem há pelo menos 10 mil anos. Nos últimos três séculos, a região foi habitada pelo grupo Caigangue que, inicialmente, vivia em estado de isolamento e contato intermitente com o bandeirante português.
No Século XIX, a ação missionária atuava no trabalho de catequese nos aldeamentos. No Século XX, os índios já estavam bastante aculturados pela ação dos colonizadores do século anterior.
Os traços característicos dos índios caigangues são: pele parda, olhos azuis, nariz chato, e fisicamente bem proporcionais.
Nos séculos XVII e XVIII, o caigangue era um índio de natureza dócil, pacífico e dado ao trabalho. Entretanto, no Século XX tornou-se taciturno, de pouca fala, muito comedido, pacífico, trabalhador e afetivo. Depois de pacificado e catequisado, mostra-se humilde, bondoso, capaz de assimilar bem ensinamentos.
A base econômica do índio caigangue até o Século XX foi a colheita de vegetais espontâneos, especialmente o fruto da araucária, completada pela caça e pesca. O artesanato também é um belo trabalho realizado por este povo.
Atualmente, encontramos índios caigangues nas regiões de Nonoai, Votouro, Charrua, Ventara e Cacique Doble.
Imigrantes Etnia Italiana
Em 1926 a cidade de Erechim tinha 1.500 habitantes. Destes, 90% eram descendentes de italianos, tanto na cidade como no interior. Muitos vieram diretamente da Itália, especialmente da Região de Vêneto. As Terras Velhas, hoje municípios de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Antônio Prado contribuíram grandemente na imigração italiana em Erechim e Região.
As primeiras famílias chegaram em nossa cidade por volta de 1910 através da Ferrovia. Entre os pioneiros, encontramos nomes como Antenor Pedrollo, Paulo e Elisa Vacchi, Eugênio Isoton, PedroLongo, José Bonaldo, Bortolo Balvedi, João Massignan, Júlio Trombini, João Carlone e Attilio Assoni - que instalou o primeiro engenho de serra e a primeira casa de alvenaria.
Os imigrantes italianos, ao longo de várias décadas foram modificando a fisionomia social da região com seus valores espirituais, culturais e materiais. É importante ressaltar que a maioria dos imigrantes vinham em busca de uma vida melhor para si e para seus filhos. A marca da etnia italiana é muito forte na cidade e no interior nas áreas econômica, política, social, cultural, religiosa e artística.
Imigrantes Etnia Alemã
Em 1912, chegava à colônia de Erechim os primeiros imigrantes alemães. Alguns se estabeleceram em Paiol Grande, entre eles, Henrique Hagers - que trabalhou na estrada de ferro, e Augusto Stefanus, o primeiro alfaiate de Erechim.
O maior núcleo de colonização alemã na Região do Alto Uruguai encontra-se em Aratiba e Três Arroios. Os alemães tiveram grande destaque no comércio, através dos chamados caixeiros viajantes - hoje, os representantes comerciais - que vendiam mercadorias no interior.
Na área cultural, os alemães nos legaram o primeiro Cinema Mudo de Erechim e o Centro Cultural 25 de Julho. Foram pioneiros na música, sendo nomes de destaque Ricardo Kreische, Oswaldo Engel e o maestro Frederico Schubert.
Imigrantes Etnia Israelita
Os primeiros colonos judeus vieram instalar-se em Quatro Irmãos por volta de 1911, através da empresa Jewish Colonization Association (ICA) - uma entidade filantrópica com o objetivo de assistir os judeus que quisessem emigrar de países onde foram perseguidos ou economicamente oprimidos.
Cada família recebia, além da colônia, casa de moradia e galpão, 4 mil metros de arame farpado, 14 vacas, 4 bois, um touro, 2 cavalos, uma carroça e instrumentos de cultivo de terra.
Os colonizadores dedicaram-se principalmente ao cultivo de trigo, milho, mandioca, à criação de gado bovino e à produção de laticínios. Instalaram aos poucos uma sinagoga, escola, matadouro e um hospital.
Desde 1920, reuniam-se para comemorar as festas religiosas. Em 1934 fundaram a Sociedade Cultural Beneficente Israelita.
Os israelitas em nosso município deixaram um importante legado na agricultura, pecuária e comércio. Atualmente, Erechim conta com aproximadamente sessenta famílias israelitas, constituindo-se na maior comunidade israelita do Estado.
Imigrantes Etnia Negra
Erechim é um município com forte caldeamento de raças. É importante lembrar que a região de Erechim (antiga Colônia Erechim) pertencia a Passo Fundo até o início do século XX. A história mostra que houveram escravos em Passo Fundo e muitos destes e seus descendentes fugiram para o Alto Uruguai.
Quando chegaram os primeiros imigrantes brancos, por volta de 1910, os mesmos relataram que avistaram a presença de várias famílias negras na localidade de Dourado, município de Erechim. Portanto, a presença de negros em Erechim é ainda anterior à vinda dos imigrantes europeus, ou mesmo dos imigrantes das Terras Velhas.
A historiadora e professora Neuza Garcez entrevistou o casal Arlindo e Júlia Silva, que chegou em Erechim há 60 anos. Segundo depoimentos dos filhos deste casal, o Sr. Arlindo era descendente de escravos. O casal, sentindo a necessidade de um local para congraçamentos e festividades dos de sua origem, resolveram fundar um clube, cujo nome era Sociedade 13 de Maio.
A Sociedade 13 de Maio, no início, foi uma entidade exclusiva para negros. Os bailes eram mensais ou quinzenais, com pessoas elegantemente vestidas, e muita música ao vivo para animar os participantes. O conjunto Moron foi um dos que mais vezes abrilhantou as danças, assim como a Bandinha do Caneco, Estrelas, Àguias Negras e Os Ipanemas.
Não existem dados referentes ao número de negros que teriam vindo antes ou depois da colonização oficial. Apesar disso, é interessante perceber que o fato de terem um clube próprio (até a década de 80) atesta a participação, a organização e a presença marcante dessa etnia em Erechim.
Imigrantes Etnia Polonesa
A ocupação da Polônia pelos países vizinhos, a Rússia, a Prússia e a Áustria, desde o final do século XVIII até 1918, a miséria e a superpopulação das aldeias, provocaram um verdadeiro êxodo, em que durante os 50 anos antes da Primeira Guerra Mundial, cerca de 3,6 milhões de pessoas deixaram a Polôniam das quais aproximadamente 100 mil chegaram ao Brasil.
A imigração de poloneses tem dois grandes momentos. O primeiro é de 1907 a 1911 com a chegada de várias famílias vindas tanto das colônias velhas como da própria Polônia, e porteriormente no final da I Guerra Mundial, quando mais imigrantes chegaram em massa ao Brasil, desta vez uma imigração organizada e dirigida pelas instituições do Estado Polonês. O imigrante trouxe da Polônia a determinação para desbravar novas terras na tentativa de uma vida mais digna e alegre.
Hoje seus descendentes comemoram através de danças, cantos, da culinárias e do resgate do idioma. Existem em Erechim grupos e sociedades empenhados em promover a cultura polonesa, não apenas aos descendentes de poloneses mas a todos aqueles que reconhecem o valor daqueles que transformam Erechim “na terra de todos”, como é conhecida.
Fonte: Prefeitura Municipal de Erechim
LINDAS FOTOS DA MINHA CIDADE NATAL, HOJE VIVO NO MATO GROSSO, MAS FICO FELIZ EM VER COMO A CIDADE QUE EU NASCI SE DESENVOLVEU, E FICOU MUITO LINDA, PARABÉNS A TODOS OS ERECHINENSES, LINDOMAR BETTEGA
ResponderExcluirPARANATINGA MT