Atropelado por dois pilotos, atleta da Honda sofre parada cardiorrespiratória
O piloto italiano Marco Simoncelli morreu na manhã deste domingo após grave acidente logo na segunda volta da prova da MotoGP, na Malásia. O piloto da equipe Honda Gresini perdeu o controle da moto e foi ao chão em uma curva. Colin Edwards e Valentino Rossi, que vinham logo atrás, não conseguiram desviar e acabaram o atropelando. O capacete do italiano quebrou por causa da força do impacto e Edwards fraturou o ombro. (Confira as imagens fortes do acidente no vídeo ao lado)
Simoncelli foi atendido na clínica do circuito, mas, por causa da gravidade dos ferimentos, teve que ser levado para o hospital de helicóptero. Já hospitalizado, teve parada cardiorrespiratória e faleceu. A corrida foi cancelada logo após o incidente. No momento, o site oficial do piloto está fora do ar.
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- Simoncelli entrou em parada cardiorrespiratória por causa do forte impacto que recebeu na cabeça, pescoço e peito, por isso foi rapidamente entubado e recebeu manobras de recuperação durante mais de 45 minutos, mas todas as tentativas foram em vão e, às 16h56 (6h56 de Brasília), o piloto foi declarado oficialmente morto - detalhou o diretor médico da MotoGP, o italiano Michele Macchiagodena.
O piloto italiano Marco Simoncelli morreu neste domingo em acidente no GP da Malásia, aos 24 anos de idade
Simoncelli nasceu na pequena Cattolica, na Itália, em 20 de janeiro de 1987. Sua principal conquista foi o título das 250cc em 2008. Ele estreou na principal categoria da motovelocidade mundial no GP do Catar, em 2010. Disputou 34 provas e conseguiu um segundo lugar como melhor resultado. [Por SporTV.com
Malásia]
A morte de Simoncelli é a primeira do MotoGP após o acidente que matou outro piloto da Honda Daijiro Kaito, no GP do Japão, em 2003. Ano passado, na Moto2, Shoya Tomizawa morreu em acidente similar ao do italiano.
Várias personalidades e equipes do mundo da velocidade já trataram de prestar sua homenagem a Marco Simoncelli. O piloto era visto como uma das grandes esperanças e um futuro campeão na MotoGP.
Mark Webber, piloto da equipe de Fórmula 1 Red Bull
"Descanse em paz Marco. Um talento muito especial que será sentido... mando meus pensamentos a sua família e a toda a MotoGP."
Taka Horio, gerente-geral da Bridgestone na MotoGP
"Hoje nós estamos devastados. Nossas preces estão com a família e a equipe de Marco nesta hora terrível. Palavras não conseguem explicar o que nós estamos sentindo. A família da MotoGP perdeu uma de suas maiores estrelas, uma pessoa com um carisma incomparável e um belo amigo. Trabalhamos dois anos com Marco, e logo vimos que ele era um grande competidor."
Nicky Hayden, piloto da Ducati
"Algumas vezes a vida não faz sentido..., você foi uma estrela dentro e fora das pistas. Nós sentiremos muito a sua falta.
Suzuki, equipe da MotoGP
"Nós da Rizla Suzuki lamentamos profundamente os acontecimentos da corrida na Malásia. Mandamos nossas condolências a família e aos amigos de Marco. Perdemos um grande talento hoje."
MotoGP
Heikki Kovalainen, piloto da Lotus (Fórmula 1)
"Eu não acredito que a estrela da MotoGP Simoncelli morreu no acidente desta manhã. Um grande talento morreu hoje."
Williams, time de Fórmula 1
"Nossos pensamentos estão com a família e os amigos de Marco Simoncelli após o trágico acidente no GP deste sábado."
Morte de Simoncelli é a segunda da Moto GP em pouco mais de 1 ano
A tragédia ocorrida neste domingo no Grande Prêmio da Malásia pode ter sido chocante, mas não é nenhuma novidade no mundo da velocidade, tampouco no da Moto GP. O jovem italiano Marco Simoncelli, que estava com 24 anos, se tornou a 25ª vítima dos 62 anos da categoria.
O número, no entanto, é relativamente baixo se comparado aos da Fórmula 1, por exemplo - quase 50 óbitos no mesmo período -, e, principalmente, se analisadas as últimas duas décadas de competições, nas quais morreram três profissionais.
O alarmante detalhe é que dois desses acidentes fatais ocorreram nos últimos 13 meses, ou seja, alterando a lógica matemática para esse fato, apenas um piloto morreu em 19 anos, enquanto, em pouco mais 13 meses, foram registrados o dobro de óbitos. Na Fórmula 1, com quase meia centena de tragédias, não ocorrem mortes desde 1994, justamente quando Ayrton Senna não resistiu a uma batida em San Marino, na Itália.
Histórico
Em setembro de 2010, poucos minutos antes do início do Grande Prêmio de San Marino da Moto GP, o japonês Shoya Tomizawa, 19 anos, da categoria Moto 2, caiu da moto em uma curva e acabou atropelado por dois adversários que corriam a uma velocidade de mais de 240 km/h. Assim, como Simoncelli, também abatido por companheiros na pista, ele não resistiu aos ferimentos.
Se o número de mortes atualmente parece baixo para uma categoria considerada de alto risco, é importante pontuar que sua média já foi bem menor. Enquanto, na década de 1950, a primeira da Moto GP, seis pilotos morreram em competições, 40 anos depois, na de 1990, o número chegou a zero. De fato, num período de quase 15 anos, De 1989 a 2003 - ano do óbito de outro japonês, Daijiro Kato, no GP de Suzuka, no Japão -, nenhum corredor morreu.
Se na Fórmula 1, com tantos acidentes fatais, as mortes foram zeradas nos últimos anos, na principal categoria da motovelocidade do mundo elas voltaram a ganhar números próximos aos registrados nas décadas de 1960 e 1980 - quando ocorreram, respectivamente, duas e quatro. O recorde foi nos anos 1970, em que foram registradas nove mortes no total.
É inevitável não comparar a tragédia deste domingo com a ocorrida exatamente uma semana atrás, quando o piloto Dan Wheldon se envolveu em um acidente com mais de 15 carros no GP de Las Vegas da Fórmula Indy. Um dos mais populares nomes da categoria, o inglês morreu no hospital poucos minutos após ter sido resgatado, aos 33 anos de idade. [JB]
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