Vereador de Taubaté comentou sobre uso do dinheiro público no Facebook.
Ele responde a 14 processos na Justiça Eleitoral e está inelegível.
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O vereador Rodson Lima (PP), de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, postou em uma rede social na internet que tem “vida de príncipe” durante uma viagem a Sergipe. Ele comemorou a hospedagem em um hotel cinco estrelas e ainda afirmou que a vida de luxo é paga com dinheiro público.
Os comentários foram feitos nesta quinta-feira (20) num grupo de discussão criado no Facebook para debater as eleições municipais do ano que vem. “Nesse momento, estamos hospedados em um hotel cinco estrelas, com uma 'big' de uma piscina e de frente para o mar. Tudo pago com dinheiro público. O povo me dá vida de príncipe”, dizia a mensagem postada pelo político.
O comentário causou polêmica na cidade. Alguns comentários chegaram a ser ofensivos e o vereador também respondeu no mesmo tom. Segundo Lima, ele está em Aracaju para participar de um encontro com representantes do Legislativo de outras cidades do Brasil. Em entrevista à reportagem da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, ele voltou a falar sobre a vida de luxo no Sergipe.
"Eu descobri que o hotel é três estrelas, mas pra mim é como se fosse um palácio. Eu estou conversando com você na janela e tem uma piscina de 40 metros com cachoeira, é brincadeira?!" , dizia a mensagem postada pelo vereador.
O político também agradeceu ao seu eleitorado. "Vivo a vida de príncipe há 15 anos. Dois motoristas, assessores, celular, assessoria jurídica, gabinete com ar condicionado... Inclusive até postei assim: engenheiros que são formados por Harvard, Yale, Michigan não desfrutam disso que eu desfruto. É muita honra que o povo me dá. Eu sou eternamente agradecido".
O vereador responde a 14 processos na Justiça Eleitoral e está inelegível para a próxima eleição, mas afirmou que deseja colocar os filhos dele na vida pública. [Do G1 SP, com informações da VNews]
Vereador que disse levar vida de príncipe afirma que queria agradecer aos eleitores de Taubaté
SÃO PAULO - O vereador Rodson Lima (PP), que causou polêmica nas redes sociais ao declarar que leva 'uma vida de príncipe' com o dinheiro do povo, disse em entrevista ao GLOBO que não queria fazer 'escárnio' com a frase.
Segundo ele, a intenção era fazer um agradecimento à população.
- Sou de família humilde e hoje as autoridades me chamam de excelência - diz.
Lima, que está há 15 anos na Câmara Municipal, diz que os eleitores que o elegeram 'não têm Facebook'. Condenado em dois processos na Justiça, ele está inelegível, mas quer os filhos ocupando seu lugar na Câmara:
- É a tradição no Brasil, né?
O GLOBO - O que o senhor quis dizer com vida de príncipe?
Eu fiz uma analogia. Sou de família humilde. Fui criado dormindo em esteira no chão, tomando banho em bacia e usando banheiro no mato. Hoje estou aqui, no meio de senadores, conselheiros do Tribunal de Contas. As autoridades me chamam de excelência. Foi isso que eu quis dizer. Passei de vassalo para uma vida de príncipe. Estou num hotel três estrelas, mas para mim, homem humilde, isso parece o Palácio de Buckingham. E devo isso ao povo. Agradeço muito.
O GLOBO - A declaração não foi bem recebida e gerou muita reação. Como o senhor vê as críticas?
Eu escrevi isso no Facebook (No Grupo Futuro de Taubaté) e as pessoas criticaram. Pegaram uma frase e deturparam. Não escrevi para diminuir ninguém. O escopo do texto era agradecer o eleitor, o cidadão. Não foi um escárnio porque não sou louco, não sou um mentecapto. Mas estou tranquilo. O público para o qual eu trabalho não entra no Facebook.
O GLOBO - Qual seu público?
O cidadão mais comum. Trabalho para eles há 15 anos, e trabalho muito. Eles me elegeram para trabalhar por eles e trabalho por eles. Tiro dinheiro do bolso, se for preciso.
O GLOBO - O senhor está inelegível para as próximas eleições. Como vê a decisão?
São dois processos em que fui condenado. Fiz de fato e faria de novo. Enquanto tiver um cidadão desassistido pelo poder público, irei lá ajudar. Em um deles (dos processos), fui condenado porque transportei as pessoas doentes no carro oficial. No outro, comprei uma ambulância junto com uma funcionária para ajudar os mais pobres. Aí, disseram que fiquei com o dinheiro dela, mas não é verdade.
O GLOBO - O senhor pretende que seus filhos sigam carreira política?
Claro. Tenho minha prole. Quero que eles ocupem meu lugar. Isso é tradição no Brasil, né? E eles querem trabalhar pelo povo. Um deles trabalha na ambulância que eu comprei. É o motorista.
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