Um rapaz de 22 anos foi preso e confessou ter assassinado o padre capixaba Romeu Drago, 56 anos, em Minas Gerais. Mardem Santos Matarazzo disse à polícia que fazia serviços de office-boy para o sacerdote, a quem conhecia havia anos, e que cometeu o crime porque o religioso o teria assediado sexualmente. A família de Drago não acredita nessa versão.
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Mardem foi preso ontem na cidade de Montes Claros, onde crime foi praticado |
foto: Luiz Ribeiro/EM/D. A
A prisão foi feita ontem, em Montes Claros, cidade onde o padre atuava havia anos e foi rendido, no último sábado, dia 19. Mardem disse que foi até a casa do padre Romeu para cobrar uma dívida de R$ 350,00 que o religioso tinha com ele, por serviços prestados.O acusado afirmou que, uma vez na residência, teria sofrido assédio por parte da vítima. Ele não gostou da situação e atingiu o religioso na cabeça com uma bola de vidro - objeto de decoração. Segundo Mardem, o sacerdote bateu a cabeça na cama e no chão, caindo já sem vida.
O rapaz disse à polícia que tentou socorrer Drago, mas ele não respirava mais. O acusado arrastou o corpo até o carro que a vítima utilizava - um Voyage ano 2010 - colocou-o no porta-malas e, em seguida, jogou-o na estrada. Lá, colocou roupas em cima do corpo e o queimou. O veículo foi encontrado na noite de quinta-feira, na periferia de Montes Claros. O delegado da cidade, Giovani Siervi Andrade, afirmou que a versão do acusado tem fundamento, mas serão checadas outras informações.
Segundo Andrade, a hipótese de crime de mando, apontada pela família do religioso, nunca foi investigada pela polícia. Ele revelou ainda que o latrocínio - roubo com morte - não está descartado. "Já foram ouvidas mais de 20 testemunhas, e outras pessoas devem ser ouvidas. A investigação ainda não está encerrada", frisou.
Ainda de acordo com a assessoria, o rapaz - que tem problemas de audição, ouve e fala com dificuldade - disse estar arrependido do crime. Ele está preso na delegacia da cidade. (Com informações de Viviane Carneiro e agências)
Família não acredita na versão do detido
Sobrinho e afilhado do padre Romeu Drago, Wellington Feroni disse que a família não acredita na versão apresentada pelo acusado Mardem Matarazzo. "Esse homem está mentindo, usando o argumento que é mais fácil. A versão dele não convenceu a família. Tem algo a mais nesse caso. Acho que isso é para mudar o foco do que aconteceu realmente", ressaltou.
Desde que o corpo do religioso foi encontrado, familiares afirmaram que o padre já teria dito que estava ameaçado de morte por defender pequenos produtores rurais em Montes Claros.
Segundo o sobrinho, a polícia mineira disse que o acusado não roubou nada. "Então, chegamos a conclusão que ele foi lá para matar mesmo. Falar que sofria assédio de alguém que não pode se defender é muito confortável. Mas não dá pra entender por que praticou um crime tão bruto. Para que queimar o corpo?", frisou.
O presidente do Tribunal Eclesiástico de Montes Claros, padre Joaquim Ferreira, informou que nunca foi registrada uma denúncia por assédio sexual contra o religioso.
Crime.
O padre Romeu Drago, 56 anos, foi visto com vida pela última vez no dia 19. Atendeu a um chamado no portão de casa, no bairro Monte Carmelo, em Montes Claros (MG). Meia hora depois, o carro usado por ele - um Voyage ano 2010 - deixou o local
Desaparecimento.
Vizinhos ficaram preocupados por não ver o sacerdote, e um deles - que tinha a chave da casa porque alimentava os cães no local - entrou e viu manchas de sangue. A polícia foi acionada
Corpo.
O corpo foi localizado, carbonizado, às margens da rodovia MG 122, na terça-feira, a cerca de 30km de Montes Claros
Despedida.
O velório e o sepultamento foram realizados em Marilândia, terra natal do religioso,
na última quinta-feira
A Gazeta
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