Representante dos médicos na audiência pública que ocorre nesta quarta-feira na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Ricardo Meirelles se posicionou contra a proibição de moderadores de apetite proposta pela agência --os alvos são derivados das anfetaminas e sibutramina.
Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e representante no evento da AMB (Associação Médica Brasileira).
Para ele, reeducação alimentar e atividade física são fundamentais para a perda de peso, mas, em alguns casos, não é possível descartar a medicação. "O tratamento tem que se iniciar sempre por modificações no estilo de vida, mas nem todas as pessoas conseguem aderir a um programa como esse. Nesse caso, a farmacoterapia é uma das iniciativas", declarou.
Ele rebateu a afirmação de técnicos da Anvisa segundo a qual uma parcela pequena dos pacientes perde mais de 10% do peso e disse que uma perda de 5% já é benéfica.
Também afirmou que o principal estudo que embasa a proibição da sibutramina, o "Scout", foi feito em pacientes que tinham problemas como riscos cardiovasculares e diabetes e, portanto, nunca deveriam ter recebido o medicamento, de acordo com o que diz a própria bula. "Em lugar de retirar do mercado é preciso fiscalizar a prescrição incorreta", disse.
Afirmou também que, na clínica médica, se o medicamento não faz efeito em um mês, o médico muda o tratamento, o que não ocorre em pesquisas científicas.
A presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais e o promotor de Justiça Diaulas Ribeiro também se posicionaram contra a proibição dos emagrecedores na audiência, que tem previsão de acabar às 13h.
Risco da sibutramina supera benefício, diz Anvisa
Utilizada para inibir o apetite e ajudar no emagrecimento, a sibutramina pode trazer riscos ao coração e ao sistema nervoso central, afirmaram técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em audiência pública nesta quarta-feira.
De acordo com Murilo Freitas, gerente de farmacovigilância da agência, há também relatos de psicoses, depressão e até suicídio relacionados com o uso do medicamento.
Por outro lado, de acordo com ele, embora a sibutramina de fato auxilie a moderar o apetite, uma parcela pequena dos pacientes consegue perder mais de 10% do peso, percentual que a Anvisa considera que de fato auxiliaria no tratamento da obesidade.
Seguindo o que foi feito na Europa e nos Estados Unidos, a Anvisa quer proibir a sibutramina e outros emagrecedores derivados das anfetaminas (anfepramona, femproporex e mazindol), que além de causar riscos de reações adversas graves, não trariam redução de peso significativa.
Antes da decisão final da Anvisa, foi convocada a audiência que acontece nesta quarta em Brasília, com a presença de especialistas e do público em geral.
Editoria de Arte/Folhapress
FOLHA
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